RBS-70 




Pedro Ledoux e  Fábio Castro

O RBS-70 é um míssil superfície-ar (SAM) portátil de 15Kg de peso, guiado a laser (Beam Rider), fabricado pela SAAB Bofors. Pode ser usado para a defesa de área, aeródromos, comboios ou  para complementar outros sistemas.

Seu desenvolvimento iniciou durante os anos 60, quando os suecos começaram a estudar o futuro do seu sistema de defesa aérea. A conclusão foi de que uma grande força de caças JAS-37 Viggen combinada com mísseis superfície-ar de curto alcance seria a solução ideal para o futuro.

Este míssil de curto alcance seria o RBS-70 que entrou em serviço em 1977. O míssil superfície-ar de longo alcance Bloodhound não foi substituído por outro e o Redeye americano guiado por infravermelho foi usado como uma medida provisória. O míssil superfície-ar Hawk foi substituído por um modelo mais novo. Os canhões Boford 40mm continuaram em uso com sistemas de pontaria modernizados.

O RBS-70 foi inicialmente desenvolvido para os requerimentos das forças armadas suecas, entre eles estão:

- Longo alcance de interceptação frontal
- Grande precisão
- Imunidade a interferência
- Poder ser usado contra alvos muito baixo (e até contra blindados)
- Potencial de crescimento para capacidade noturna
- Guiagem por comando de linha de visada (CLOS - Command to Line of Sight)

Inicialmente a Suécia redigiu um requerimentos para um MANPAD (míssil superfície-ar portátil) lançado sobre o ombro. Inicialmente o Redeye americano foi operado, mais tarde o RBS-70 foi adotado para a função de Manpad.

Porém muitos argumentam que o RBS-70 não é um Manpad verdadeiro por causa do tamanho do lançador, do míssil, visor e plataforma, além do grande peso total do sistema, que precisa ser transportado por três homens.


RBS 70 VLM (Vehicle Launched Missile)
instalado em num Land Roover suéco. Quando o RBS-70 está sendo operado em um veículo ele pode ser facilmente desmontado e usado imediatamente.


A Suécia também opera o RBS-70 em blindados (PBv-302) e desmontado.

Porém, o exército sueco tem a tendência de operá-lo em um Land Rover de onde pode ser disparado ou retirado. Outra variante autopropulsada em serviço no exército sueco é sistema montado no veículo PBv-302  (PansarBandVagn, APC) que proporciona a tripulação uma certa proteção através de blindagem.

Um novo requerimento foi lançado tanto para continuar o suporte o conceito de operação do RBS-70, ou adotar um outro MANPAD complementar.

A Bofors selecionou a guiagem por laser (Beamrider) com o objetivo de cumprir os requerimentos iniciais. O RBS-70 foi o primeiro míssil de defesa guiado a laser no mundo. Primeiramente o RBS-70 foi desenvolvido como um sistema de míssil completo tendo também a capacidade de integração com vários tipos de veículos sobre rodas.

O RBS-70 cumpre a sua função de defesa aérea de ponto por meio de um míssil que voa dentro de um túnel de laser de  0,9 micrometros no hemisfério traseiro para interceptar o alvo que é travado de forma visual.

Durante o engajamento o operador direciona o alvo através de um pequeno manche. Ao fazer o engajamento o operador direciona o lançador usando os pés e ajusta a sua linha de visada com um espelho estabilizado. O visor é equipado com um dispositivo IFF para determinar se o alvo é inimigo ou não. O sistema IFF do RBS-70 trabalha através de feixe e sinal codificado de uma aeronave, que se responder com o código correto ela não será considerada um alvo válido.

Laser é uma sigla em inglês para Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (amplificação da luz por emissão estimulada de radiação). A energia de um tubo fosforescente, ou de uma corrente elétrica, ativa as moléculas do material do laser (ex.: uma mistura dos gases neônio e hélio que emite a luz vermelha). Os átomos ativados emitem energia na forma de luz monocromática ou seja de um único comprimento de onda.

A incorporação desta técnica trouxe alguma vantagem bastante interessantes:

- Imunidade a contramedidas eletrônicas, flare e chaff
- Capacidade de engajamento frontal sem nenhuma restrição de temperatura do alvo ou posição do sol. Um sensor no lançador pode ser maior e mais pesado que um instalado no míssil e por isto ter maior capacidade, além de ser mais barato
- O míssil não tem a limitação de trancar no alvo só pelo tubeira do motor, podendo atingir outras partes críticas do alvo, e engajar alvos frontais.

Como desvantagem temos:

- Maior peso do lançador (com menor mobilidade)
- Falta da capacidade "dispare-e-esqueça"
- Necessidade de mais tempo de treinamento do operador. O treinamento do operador em simulador dura algo em torno de 15-20 horas divididas entre 10-13 dias.


Descrição

Em sua configuração básica o RBS-70 contém um tripé, o visor de pontaria e o míssil.  O tempo para entrar em posição é de aproximadamente 10 minutos. O míssil fica pronto para o disparo em menos de trinta segundos sem a designação de alvo pelo radar. A recarga dura cerca de 5-30 segundos, de acordo com a fonte.

Devido a precisão, o míssil só leva uma ogiva que pesa 1kg, ou mais dependendo da versão A ogiva é pré-fragmentada que possui 2000 bolas de aço. O RBS-70 pode ser mais letal que seus concorrentes guiados a IR de ogivas bem maiores, algumas sendo três vezes maiores, se atingir uma parte vital como a cabine do piloto.

Para aumentar a letalidade o míssil está equipado com uma espoleta de proximidade a laser com raio de ação de 3,3 metros. A espoleta de proximidade a laser pode ser desativada antes do lançamento se for necessário, para engajar alvos como helicópteros que estejam atrás de terreno ou vegetação.


RBS-70 na posição de tiro.

Quando disparado o motor de ejeção impulsiona o míssil para fora do tubo selado. A uma distância segura do operador e então o motor de sustentação é iniciado. Este impulsiona o míssil para a sua velocidade máxima. O seu tempo de queima é de aproximadamente 5 segundos. O míssil usa um propelente de pouca fumaça.


O RBS-70 produz muita luz e fumaça durante o disparo podendo denunciar o ataque e fazer com que o alvo inicie manobras evasivas. O míssil fica dentro do tubo e já está pronto para atirar. Depois do disparo o tubo é descartado.

O RBS-70 MK2 opera com o método de controle mais moderno na guiagem de mísseis, o método quadrático linear baseado na teoria de Kalman. A carga explosiva do míssil é cercada por mais de 3000 bolas de tungstênio. O jato da explosão pode penetrar em qualquer ameaça aérea. Se o alvo tiver blindagem a penetração será seguida imediatamente por um efeito severo atrás da blindagem. Em algumas situações de interceptação o efeito combinado da carga explosiva com as bolas de tungstênio podem causar efeitos devastadores.

A alta confiabilidade do sistema com os mísseis mais novos é maior que 93%, verificado por clientes como as forças armadas da Suécia e Noruega.

Dados Técnicos
             Rb 70 Mk 0     Rb 70 Mk 1     Rb 90
Alcance Max 5000 m 5000 m 7000 m
Alcance Min 200 m 200 m 200 m
Altitude Max 3000 m 3000 m 4000 m
Velocidade 550 m/s 580 m/s
Tempo até 2 km 6 s 6 s
Tempo até 3 km 8,5 s
Tempo até 5 km 15 s
Tempo até 6 km 16 s
Comprimento 1,32 m 1,32 m 1,32 m
Diâmetro 0,105 m 0,105 m 0,105 m
Peso 15 kg 17 kg 17 kg
Ogiva 1 kg fragmentada >1 kg+ fragmentada e carga moldada
Peso do visor 35kg
Peso do Tripé 24kg
Peso do IFF 11kg
Míssil dentro do container 24kg
Unidade de dados de alvo 35kg

Simulador

Com o simulador do RBS-70 que é uma parte integral do sistema, um potencial operador tem a habilidade de atacar alvos difíceis após aproximadamente 20 horas de treino.

A unidade de posição do alvo do simulador baseado em PC tem um grande número de trajetos de vôos. O instrutor pode criar qualquer situação de ameaça aérea com vários alvos. Uma sofisticada avaliação e a apresentação dos resultados dão valores que podem ser salvos.

Qualquer situação tática pode ser treinada, como a unidade conectada conectada ao sistema de comando BMT, usando o IFF e a noite. Para avaliar disparos reais existe um gravador de vídeo atachado que pode ser usado para gravar durante um treino para o trancamento em campo usando alvos reais.


Simulador do RBS-70.

Modernização

O RBS-70 tem passado por modificações de forma constante, adaptado para o cenário futuro de maior sofisticação e usando as últimas soluções na tecnologia de mísseis

Na Suécia, no ano de 1998, o RBS-70 foi submetido a um programa de modernização e modificações envolvendo, entre outros itens, a introdução de um novo sistema de comando e controle de defesa aérea (chamado LvMåds). Isto implica que um centro de comando pode transmitir dados do alvo para uma unidade de tiro dentro do exército e da artilharia costeira.

Exemplos de melhoras feitas no projeto podemos citar:

- O novo míssil BOLIDE
- O simulador baseado em PC
- Integração completa ao sistema no estado da arte BM/C4I
- Laser não refrigerados

Outra modificação importante foi uma mira para uso noturna COND (Clip-on Night Devie). A COND foi projetado pela Thorn-EMI e pesa 20kg. O novo equipamento mostra a imagem noturna diretamente em frente a saída da abertura do visor diurno. O sistema tem sido bem recebido pela comunidade internacional de defesa aérea. Mesmo sendo caro o sistema é reconhecido como sendo eficaz

A unidade completa consiste da unidade de tiro, do COND e do terminal de gerenciamento no campo de batalha (BMT). O sistema é auto suficiente e requer somente baterias como suprimento de energia. Desta maneira mais nenhum apoio logístico é preciso.


Estação de comando e controle da unidade RBS-70 (Battlefield Management Terminal (BMT)
.


BOLIDE


O novo míssil BOLIDE, que também será usado no sistema ASRAD-R, usa uma guiagem a laser semi-ativo única, provendo precisão incomparável. O BOLIDE foi desenvolvido para o teatro de operações mais evoluído com alvos de baixas assinaturas, alvos fazendo manobras evasivas e alvos com maior nível de proteção. A função primária do BOLIDE é o engajamento aéreos, especialmente helicópteros blindados.

 É caracterizado pela eletrônica reprogramável nova e mais compacta, giroscópio de fibra óptica, nova espoleta de proximidade e um novo motor foguete de sustentação. A manobrabilidade também foi melhorada.

O BOLIDE é mais rápido do que o seu antecessor e tem o alcance de interceptação de 250m a até 8km e cobertura de altitude que excede 5.000 metros. A velocidade máxima excede Mach 2. O novo motor com propelente melhorado dá ao míssil menor tempo de vôo, maior manobrabilidade e maior volume para engajamento.

A ogiva combinada do míssil com mais de 3000 bolas de tungstênio e a carga explosiva moldada fornecem grande probabilidade de sucesso contra qualquer alvo aéreo, sendo capaz de penetrar em uma blindagem convencional de aço de
200mm.

O míssil passou a ter maior capacidade contra alvos pequenos como os mísseis de cruzeiro e aeronaves não tripuladas (UAV) devido a capacidade adaptativa da espoleta de proximidade adaptável, que otimiza o ponto de detonação da ogiva.

Alvos próximos ao nível do solo podem ser combatidos de forma eficiente. A espoleta de proximidade operada a laser pode ser desconectada e é a prova de interferência como o sistema de guiagem.


Configuração do míssil BOLIDE. O Bolide é o novo membro da família de mísseis RBS-70, dando sequência aos modelos Mk 0, Mk1 e Mk2.

O BOLIDE será compatível com todos os sistemas RBS-70 existentes e o mais recente sistema ASRAD-R que pode usar as versões anteriores do RBS-70 MK0, MK1 e MK2. A vida útil do BOLIDE é de 15 anos.


Sistemas de Comando e Controle

Em um sistema completo várias unidades de tiro do RBS-70 podem ser conectadas a radares de vigilância fazendo com que o sistema possa exercer todas as funções Comando e Controle. Está disponível um certo número de radares com o interface já pronto. A avaliação automática de ameaças é uma parte do controle de combate em dois níveis separados.

Para proteger melhor uma área ou alvo, as unidades de fogo devem ser posicionadas a 4 km umas das outras. O radar de vigilância, que normalmente é um PS-70 Giraffe, rastreia a 40 km (Giraffe) e tranca o alvo a 20km e passa o alvo para o designador laser do míssil.

Os dados do radar são passados ao receptor de dados que mostra a localização para alvos diferentes. Os dados são repassados para diferentes lançadores. O operador recebe instruções pelo microfone, transmitindo em diferentes modulações dependendo do tempo, e a posição do alvo.

A posição relativa ente o radar e o lançador são medidas durante a montagem das unidades, os lançadores podem operar de forma independente.


O radar Pulso-Doppler Ericsson PS-70 Giraffe montado num veículo BV 206 semelhante ao usado pelo Corpo de Fuzileiros Navais da MB. O PS-70 opera na banda C (5,4-5,9 GHz). Pode adquirir acompanhar três alvos diferentes manualmente, um para cada unidade de fogo (pode servir até nove unidades de tiro). A antena do radar pode ser levantada a 12 metros. A cabine pode ser levada em um caminhão que normalmente é um 6x6 TGB-40. Um sistema embutido de força elétrica alimenta o radar. A cabine do radar mais o caminhão pesa 16.160kg. A tripulação normal tem 5 pessoas que pode operar em dois veículos. O tempo para entrar em posição é de cinco minutos. O alcance é de 20-40km. A versão PS-90 tem alcance maior (20-50km), rastreia até 20 alvos de forma automática e tem apenas quatro tripulantes.

 
Sistema RBS-90


O RBS-90 entrou em serviço no começo dos anos 90. Este é um míssil aprimorado com eletrônica miniaturizada o que habilita ao míssil ter um motor mais poderoso e ogiva maior.

O lançador controlado remotamente é duplo com um visor noturno eletro-ótico que pode ser controlado a distância. As unidades estão equipadas com um radar tridimensional com o alcance de 20km que tem o objetivo de direcionar o artilheiro com alta precisão. O operador guia o míssil usando uma câmera de TV ou IR para engajar o alvo como o RBS-70.

 O RBS-70 e 90 são totalmente compatíveis quanto ao lançador.

A unidade consiste em:

- Veículo de comando 2081 com esteira equipado com o Radar PS-91 e sistema IFF (IK-PI-917).
- Equipamento no solo que consiste do lançador container com um míssil de defesa aérea podendo ser o RBS-70 ou 90, visor RB-70, unidade do sistema de trabalho em rede e o indicador de alvos.
- A unidade de tiro que pode atuar de forma autônoma. Funciona melhor se a designação do alvo é feita pelo PS-90. Com a informação de designação do alvo do radar PS-90 a unidade de tiro pode ser direcionada para o alvo. Quando o radar da unidade de fogo detecta o alvo a designação fica mais precisa.

A designação do alvo pelo lançador pode ser realizada com informações do indicador de alvos. A imagem do visor de designação, tanto de uma câmera IR ou de TV são mostrados ao operador do míssil no monitor. O operador se acomoda no veículo de comando junto com um oficial de informações de combate e do principal observador de vigilância manipulam o lançador com a ajuda de informações no monitor.

O míssil é disparado com o direcionamento manual que é mantido até o momento do impacto. O visor gera um feixe da laser direcionado para o alvo. O míssil se posiciona no feixe de guiagem durante todo o tempo de vôo. Com apoio do dispositivo de avaliação de ameaças o comandante pode selecionar o alvo a ser engajado.

O sistema tem capacidade de operar tanto de dia quanto de noite. O alcance horizontal é de 6km e a cobertura é de 2000-3000m dependendo da velocidade da aeronave.

O sistema de mísseis RBS-90 é organizado em companhias de defesa anti-aérea que faz parte de um batalhão de defesa antiaérea a míssil type 70/90.

 
A unidade de controle de tiro RBS-90 é o radar PS-91 que opera na banda X 8.8-9.3 GHz. O alcance é de 12-20km. O radar pode acompanhar 8 alvos de forma automaticamente com avaliação de ameaças automáticas. É tripulação por 3 pessoas e instalado num veículo Hägglunds Bv 206 designado lvstribv 2081. O tempo para entrar em operação é de menos de 10 minutos.O PS-91 opera com modos de contra-contramedidas eletrônicas (ECCM), baixa probabilidade de interceptação ( LPI) e proteção contra mísseis anti-radar.O PS-91 manipula diferentes canais, MTI para alvos de asa fixa e HLC para a detecção de helicópteros e análise e um canal não MTI para aumenta a sensibilidade e a detecção de alvos tangenciais. O processador de dados tem a capacidade de iniciação automática do trancamento tanto em alvos quanto em jammers. O sistema IFF são usados para identificar e marcar alvos amigos. A integração com sistemas C-3I é baseada em padrões abertos. O PS-91 é um radar de busca e aquisição projetado para ser um "silent radar" em um sistema de defesa aérea de curto alcance (SHORADMS - Short Range Air Defense Missile Systems). O pequeno tamanho e peso o torna fácil de integrar em veículos de vários tipos.


ASRAD-R


O ASRAD-R (Atlas Short Range Air Defence System - Radar)
é um projeto conjunto entre a SAAB Bofors Dynamics e STN ATLAS Elektronik da Alemanha para o mercado externo. Aproveita a experiências obtidas pela companhia matriz no desenvolvimento do sistema ASRAD (Atlas Short-Range Air Defence) para o exercito alemão. O sistema ASRAD foi vendido para a Alemanha equipado com os mísseis Stinger e Igla e para a Grécia (Stinger).

O ASRAD-R consiste de um pedestal com quatro mísseis RBS-70 em posição prontos para o disparo e um sistema de radar HARD (PS-91) da Ericson. O sistema completo é instalado em cima de um veículo M-113 ou similar. O HARD é o mesmo radar 3D que opera na banda X usado no sistema RBS-90.


Sistema ASRADR montado em um blindado M-113. O RBS-70 e derivados não é adequado para um lançador múltiplo por não ter capacidade "dispare-e-esqueça" para engajar alvos múltiplos em rápida sequência.

A SNT Atlas Eletronik presidiu o primeiro disparo real na Finlândia com o ASRAD-R baseado no M-113 pertencente a companhia. O teste envolveu o disparo de mísseis RBS-70 contra uma variedade de alvos entre eles um alvo rebocado(distância de aproximadamente 6km), uma chapas aço de 2m{2} a uma distância de 5km e um alvo rebocado a uma distância de aproximadamente 1000metros.

A designação dos disparos ocorreu diretamente  um após outro e foi para comprovar a precisão do sistema assim como a sua capacidade contra alvos no solo.

USUÁRIOS

 O RBS-70 é um dos produtos mais conhecidos da SAAB Bofors Dynamics sendo operado por 13 países em todos os continentes, operando em uma grande diversidade de ambientes (ártico, desértico e tropical). Sem contar com as unidades obtidas por Taiwan para usá-lo em um programa de pesquisas local. É operado por corpos de fuzileiros navais, marinhas exércitos e forças aéreas. Entre os usuários conhecidos temos a Argentina, Austrália, Bahrain, Emirados Árabes, Indonésia, Irlanda, Noruega, Paquistão, Singapura, Tailândia, Tunísia e Venezuela.

Mais de 15000 mísseis foram produzidos em três versões (MK0, MK 1 e MK 2). De 1.468 RBS-70 disparados até dezembro de 2001, 92.7% conseguiram acerto.


O sistema RBS-70 é comercializado com dispositivos opcionais como o IFF, COND e várias configurações em veículos. No pedido do cliente a SAAB Bofors Dinamycs irá arcar com toda a responsabilidade de qualquer configuração do sistema.

A Bofors cotava o preço do míssil em US$41.500 (SwK 250.000) e que ele teria a metade dos custos do Stinger e US$ 208.000 (SwK 1.250.000) para o lançador (cotação da coroa sueca em relação ao dólar no ano de 1982). A SAAB garante 15 anos de manutenção grátis para novos compradores.

No final da década de 80 ele chegou a ser oferecido ao brasil através de uma parceria entre a BOFORS e a CBV industria mecânica, mas o negócio acabou não vingando com o EB escolhendo o IGLA alguns anos depois, e o CFN escolhendo o MISTRAL.

O RBS-70 já foi exportado de forma irregular para Irã, Bahrein, Dubai, Líbia e Omã que resultou em assassinatos misteriosos e escândalo político. As unidades destes mísseis eram exportadas para Singapura que seria um comprador "legal" onde eram desviados para estes países árabes de forma ilegal.

Em novembro de 1980, relatórios de revistas de defesa apontavam que 304 unidades do RBS-70 teriam chegado a Bahrein e Dubai (Emirados Árabes Unidos). No Dubai eles eram reexportados para o Irã. Um outro lote de 900 mísseis foi reexportado de Singapura para Dubai e Bahein. Provavelmente parte deles foi desviada para o Irã. Artilheiros Bahrein e Irã chegaram a ser treinados na Suécia.

Na primavera de 1985 uma delegação militar do Irã viajou para Karlskoga (Suécia) e compraram 400 mísseis RBS-70 e dez lançadores por U$58 milhões que era 5 vezes o preço normal de acordo com o pesquisador Hendrik Westander. Metade do carregamento chegou ao Irã em julho de 1985

A primeira aparição confirmada do RBS-70 na guerra Irã X Iraque ocorreram durante as ofensivas em janeiro e fevereiro de 1987. Oficiais americanos e a inteligência européia alegam que o míssil sueco foi o responsável por uma boa porção das 42-45 aeronaves perdidas pelo Iraque em missões de apoio a forças no solo e ataque no leste da região de Basra. Os iranianos integraram o míssil a uma rede de defesa aérea remendada e o empregou nas unidades de linhas de frente onde as forças iraquianas menos esperavam por isto. O RBS-70 foi um míssil de médio alcance preenchendo o espaço entre o Hawk americano e o SA-7 comprados da China. Os iranianos ficaram satisfeitos com o míssil e queriam mais.


O Paquistão produz o RBS-70 sob licença entretanto é incerto que este país o tenha exportado de forma legal (ou ilegal). O arsenal paquistanês de armas antiaéreas inclui relativamente uma pequena proporção de sistemas dirigidos por radar. Entretanto o Paquistão integrou o sistema RBS-70 e talvez alguns Stingers e Anzas a um certo número de radares Giraffe. A maior parte destes Manpads são operados pelo exército e não pela força aérea. Há sinais claros de que o Paquistão investiu pesado em Manpads chegando a desenvolver o Anza que é uma cópia do HN-5 chinês. O Paquistão produziu duas bases autopropulsadas para o RBS-70, a primeira instalada no M-113 APC e a outra a um chassis com rodas similar ao tipo usado pelo sistema Anza. O RBS-70 é montado de um kit de instalação completo. Está em uso tanto em veículos quanto na forma portátil, geralmente linkados ao radar Giraffe

Na Noruega o RBS-70 substituiu os canhões 
Bofors L/60 40mm em meados de 1991-1994. Estas unidades formam agora a maior parte dos sistemas antiaéreos, porém canhões leves e metralhadoras também são usadas como armas antiaéreas de curto alcance nas unidades do exército.

A SAAB assinou um contrato de 450 milhões de coroas suecas( 49.1 milhões de Euros ou U$ 57 milhões) com o exercito da Austrália para o fornecimento de um sistema de defesa antiaérea. Uma subsidiaria da SAAB( SAAB systems pty) baseada em Adelaide(Austrália) recebeu um pedido para o RBS-70. O grupo de armamento disse que o contrato foi parte de um acordo maior envolvendo a firma americana Lockheead Martin. A SAAB Bofors Dynamics firmou uma encomenda complementar para o míssil Bolide.


Um destacamento de RBS-70 australiano foi embarcado no HMAS Kanimbla na Segunda Guerra do Golfo em 2003. Durante a primeira Guerra do Golfo em 1991, outro destacamento foi embarcado no HMAS Success e Westralia. Os RBS-70 foram usados para defesa do navio.

A SAAB e a STN Atlas firmaram em 2002 um contrato com a Finlândia tanto para o sistema ASRAD-R quanto para o RBS-70 que serão equipados com o míssil Bolide. O ASRAD-R competiu contra a SMS do Reino Unido pertencente a Thales, esta companhia ofereceu sistema de míssil leve de alta velocidade startreak também baseado no conceito de guiagem a laser

De acordo com a STN Atlas, no programa finlandês o ASRAD-R será instalado em uma configuração  em container nos veículos  P6-300 com capacidade para todos tipos de terrenos produzido pela Natech AS norueguesa. O sistema finlandês será caracterizado pela integração do sensor optrônico de busca e rastreio por infravermelho (IRST) ADAD da Thales/Pilkington  o qual se acredita que ser característico da proposta da SMS.

 Os testes na Finlândia foram seguidos por disparos de demonstração na SAAB Bofors Dynamcs em Karlskoga(Suécia) durante o qual o ADRAD-R disparou o novo míssil Bolide de alta velocidade (próxima a Mach 3).

O RBS-70 é usado pelo corpo de fuzileiros navais da Argentina. Após a guerra das Malvinas o corpo de fuzileiros navais teve a necessidade de substituir seus mísseis antiaéreos Tigercat (versão terrestre do Sea Cat) e complementar os poucos SA-7 disponíveis. O RBS-70 foi escolhido devido a facilidade de acesso durante o embargo pós guerra. Os argentinos gostaram da propaganda que dizia que podia derrubar um helicóptero pairando sobre as copas das arvores numa distancia de 7 km e poder ser usado contra blindados para autodefesa. Esta última capacidade era desejável devido a falta de defesas antiblindado.

Durante o fracassado golpe de estado em 1992, uma unidade de artilharia do Exército Venezuelano com sede em Fuerte Tiuna em Caracas disparou um RBS-70 contra um dos OV-10E Bronco dos insurgentes que sobrevoava a capital. O míssil atingiu a aeronave que caiu na pista da base aérea General Francisco de Miranda após o piloto conseguir levá-lo até lá e depois ejetar-se com sucesso.

A Suécia tentou comercializar uma versão ar-ar para helicópteros na década de 80, mas sem sucesso.

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