OPERAÇÕES


As RAS iria reforçar as operações de reconhecimento e patrulha da operações Game Warden e Market Time se necessário, e apoiar operações para manter abertas e seguras as rotas fluviais. As tarefas da TF-117 eram: proteger bases americanas e linhas de comunicações necessárias para outras operações; conduzir operações ofensivas contra o Vietcong baseada na Zona do IV Corpo; isolar áreas povoadas e de produção de alimentos; interditar as rotas de suprimento do Vietcong.

A TF-117 iniciou com a operação River Raider I. As tropas só levavam equipamento essencial. Geralmente realizavam emboscadas. O FLIR foi testado mas mostrou ter pouca utilidade em áreas povoadas, ao contrário das outras zonas menos povoadas.

Os critérios para instalar uma base flutuante era a proximidade de base aérea ou aeródromo; próximo de área segura; acesso a uma linha terrestre de comunicação; espaço para ancorar toda forças; e barranca de rio para desembarcar artilharia.

As defesas das bases flutuantes eram contra três tipos de ameaças: morteiros e canhões sem recuo que tentem penetrar o perímetro em terra para disparar rápido e fugir; ataque de larga escala; e sabotadores, barcos suicidas, mergulhadores e minas flutuantes.

Para proteger as base flutuantes chegavam a usar desde uma companhia até batalhão inteiro. Um ATC estava sempre pronto para reagir e prevenir a retirada do inimigo pelo rio. O navio também tinha um radar detector de morteiro para detectar as posições inimigas.


Em primeiro de novembro de 1968, o USS Westchester County foi minado por mergulhadores. Foram 25 mortos, 4 desaparecidos e 27 feridos. Os navios passaram a usar rede anti-mergulhadores ao redor do navio.
 
O conceito Mobile Afloat Force tinha varias opções de operações táticas. As operações em terra duravam 4-5 dias, com mais 2-3 dias de descanso em terra e reparos. O período foi reduzido para dois dias seguido de um dia de descanso devido a efeito debilitante do delta e ambiente ribeirinho nas tropas e equipamentos. O conceito original era mover Mobile Base a cada seis semanas mas foi reduzido para 12/14 dias. A força pode conduzir quatro operações por mês.

A brigada era deslocada no Delta por seis meses, com rotação entre My Tho e Ba Ria. O batalhão opera em uma área de 40km2. A MRF opera geralmente a 20-30 milhas do MRB. As vezes operava por 10 dias ao invés do normal de 3 dias. Era uma força de 5 mil homens do US Army e US Navy, móvel, que se movia por 100-200km em 24 horas e ataca em 30 minutos após ancorar.
 
A MRF foi baseada na experiência francesa com as Dinassault na Indochina. Os EUA usaram os conhecimentos e limitações destas experiência. As Dinassault eram usadas a partir de bases fixas em terra. A força francesa também era menor, raramente com mais de uma companhia e 5-6 embarcações e não tinham grupo conjunto naval/exercito.

O Vietnam do Sul usavam mais outras embarcações para transporte. Na época não havia helicópteros para comando, logística, evacuação médica, reconhecimento e transporte tropa. As bases terrestres eram mais vulneráveis que as base flutuante, principalmente a noite. A MRF podia concentrar mais força que várias base terrestres separadas das quais dependiam as Dinassaut.
 
A inteligência era feita pelas embarcações e helicópteros, para reconhecimento de canais, altura de bancos de areia, área de desembarque, posições de artilharia, zonas de pouso, povoados e inimigo.
 
O Centro de Comando ficava nos navios, com sistemas de comunicações para apoiar grupo brigada e batalhão. As APG  tinham centro de comando, sendo que o APB-35 Benewah era a nau capitania da brigada e APB-36 Colleton era usado apoiar comandantes de batalhões e esquadrões.

Os helicópteros também eram usados para comando e controle. O comandante de batalhão observa a operação de um helicóptero (LOH-6 ou UH-1). Podia chamar apoio de fogo. Pousava no ATC e ia para o CCB. Podia decolar se precisasse.

Varias barcaças foram usadas para apoiar helicópteros e artilharia. Cada pontão de helicóptero levava 3 Huey e 1.500 galões de combustível JP-4. O LCM-8 rebocava e/ou ressupria o pontão. Era uma resposta barata e rápida.


As barcaças de helicóptero para reabastecimento e rearmar não era muito segura. Os helicópteros eram usados para comando e controle, reconhecimento e ligação. Um UH-1D apoiava o batalhão. As operações de ressuprimento e evacuação médica para tropas eram separadas.

O batalhão podia usar cinco helicópteros de transporte e dois armados diariamente, por 10 horas, para assalto aéreo, posicionamento de emboscadas, extração de tropas e transferência, deslocar reservas para bloqueio ou explorar sucesso, transportar artilharia, reconhecimento de locais de desembarque e zonas de pouso, checar sampanas, e retorna tropas para áreas trabalhadas. Os helicópteros armados eram usados para escolta e apoio de fogo.

As missões noturnas com helicópteros era feito com o uso de equipamentos de visão noturna (LLLTV) com helicópteros armados para atrapalhar o trafego de sampanas do Vietcong.

Quando não eram usados helicópteros, era necessário destruir o material capturado ou arroz que não podia ser levado pelas tropas.

Inicialmente o batalhão de artilharia era movido pelo rio em embarcações de desembarque. Isto restringia as operações a poucos locais e era influenciado pelas  mares. O terreno era ruim (fofo) para uso de artilharia. Assim foram iniciadas as operações a partir de pontões ancorados com dois canhões M-102 de 105mm.


Seis barcaças de artilharia foram construídas para a MRF. Eram rebocadas pelo lado por LCM-8 junto com a força principal e ancora nos bancos dos rios. Cada barcaça tinha dois canhões M-102 de 105mm com centro de comando no LCM-8.As barcaças tinham um desenho que a facilitava o reboque. As tropas em terra nunca ficavam fora do alcance dos canhões. A aviação cobreia falhas na cobertura da artilharia e os helicópteros CH-47 eram usados para apoiar a artilharia.


Esquema da barcaça de artilharia.


Uma versão inicial da barcaça de artilharia era uma plataforma com pernas hidráulicas, mas não era versátil em termos de mobilidade.

O apoio de fogo era variado e efetivo. As três baterias de 105mm ficavam em varias locais. O apoio de fogo naval dos contratorpedeiros eram usados para apoio de fogo direto e indireto para os RAG e RAG 26 do Vietnã do sul. Também havia o apoio de caças, helicópteros da USAF e US Navy.

Um meio eficiente de apoio de fogo era um par de morteiro de 81mm que podia equipar uma LCM para apoio de tropas em contato com inimigo. Eles tinham um curto tempo de vôo e bom volume de fogo.


Barcaças na lateral do navio facilitava as operações de embarque e desembarque. Era menos arriscado que escada de cordas. Também dava espaço para armazenas munição, armas, e equipamento individual.

A MRF era usada para reconhecimento pela força, patrulha, emboscada, transporte de tropas, inspeção, apoio fogo, bloqueio, escolta, operações psicológicas e interdição, em conjunto com o US Army e exercito do Vietnã do Sul.
 
A manobra ofensiva básica era usar a força ribeirinha para direcionar o inimigo contra uma força de bloqueio, com flancos cobertos por helicópteros armados, ou cercar o inimigo. A manobra era baseada na estimativa que o inimigo só ira lutar se pensar que ira infringir baixas pesadas ou tem surpresa, se for forçado a lutar. Quando o inimigo fugia usava as linhas de arvores nos canais para dispersar em pequenos grupos e deixar a área de operação. Para evitar isto era necessário deslocar tropas rapidamente e estabelecer posição de bloqueio.
 

O RAS move da MFB em fila em posição predeterminada.
Cada divisão de apoio ribeirinha é dividia em três seções, cada um consiste de um monitor e três ATC apoiando uma companhia. Esta seções mantém ordem na coluna para manter integridade da companhia e desembarcar em ordem. O radar é usado para navegar no escuro. Uma companhia embarca de barcaça em três ATC, um pelotão por ATC, em 20 minutos. As embarcações movem-se em coluna, as embarcações da frente faz varredura de minas e dão apoio fogo. Os caça-minas tem gancho de dragagem preso a um cabo de aço que cortam os cabos de aço e linhas elétricas ligadas as minas. Outros dois varredores cobrem os flancos. O comandante da RAS vai na embarcação líder. O comandante do batalhão vai na embarcação de controle ou helicóptero.

 As operações em canais estreitos eram mais perigosos. Os canais variavam de 100 a 15-25 metros de largura geralmente. Era feito reconhecimento pelo fogo pela artilharia ou embarcação em áreas suspeitas. As embarcações a frente próximas a 500 metros da zona de desembarque e a artilharia varriam o local. Os varredores e monitores movem para posição de disparo na praia e laterais do canal. Continuavam com o apoio  até os ATC chegarem na praia. Após o fogo de preparação, os ATC desembarcavam em seções de três, com cada seção separada 5-10 metros, e as seções separadas entre 150-300meros entre as companhias.


Formação típica de desembarque de companhia.


MRF em ação

Após o desembarque, o ATC espera na praia até a liberação do comandante do batalhão. Depois davam apoio de fogo ou interditava posições e pontos de encontro. Outras missões dos ATC eram interdição, ressurprimento e extração de tropas.

Quando ocorria contato com inimigo, a MRF tentavam cercar ou cortar as rotas de fuga com apoio de artilharia, helicópteros armados e ataque aéreo. O terreno era ideal para assalto aéreo.

Os planos incluíam posições defensivas para passar a noite, de preferência junto das embarcações. As tropas eram retiradas com os ATCs, e se estivessem muito longo, com helicópteros.

O Vietcong e o Exército do Vietnã do Norte foram surpreendidos, mas desenvolveram táticas. Em setembro 67, na batalha do Rio Ba Rai, em 4 horas, metade dos barcos foram atingidos, com 3 mortos e 77 feridos. O inimigo teve 173 baixas. As baixas gerais da MRF era de cerca de 70%. O Vietcong tinha muito mais baixas.

O Vietcong operava disperso, e resultou em dispersão das tropas. O Vietcong podia usar as vias para prever movimentos, dar alerta e emboscadas. Sem o helicóptero só era possível retaliar por água.


As casamatas reforçados só podiam ser destruídas por canhão sem recuo de 90mm, foguetes dos helicópteros e bombas. Os canhões de 20mm e morteiros de 81 mm dos ATC e monitores só destruíam após vários acertos.


O lança-chamas também tem efeito psicológico alem do físico contra casamatas. O primeiro teste foi em 4 de outubro de 1967.

Uma inovação importante foi artilharia em balsas para apoio de fogo. Outro foi convôo nos ATC para uso de helicópteros como parte do Posto de Comando avançado da Brigada. O pontões ao lado dos navios eliminava as redes de desembarque e facilita carga e descarga. Uma companhia era transferida em menos 20min sem riscos.


VIETNAMIZAÇÃO

Em 1969 foi iniciada a transferência das operações para o Vietnã do Sul. O RAS 9 e 11 foram descomissionado em junho e transferidas. Em agosto de 1969 a MRF foi dissolvida e substituída pelo SEALORDS.

Em 1950 a Franca iniciou o treinamento da marinha do Vietnã do Sul. Em 1953 foi ativada e chamada de "Cantho Dinassaut". As quatro Dinassaut foram chamadas RAG (River Assault Group) posteriormente com mais 3 YMS e 3 LCU. Em 1965 o Vietnã do Sul tinha duas forças, a de praia, costeira e marinha, e a força fluvial.

As duas RAG (26a e 27a) tinham 19 embarcações. O River Transport Escort Group (RTEG) tinha 4 monitor, seis STCAN/FOM e 20 LCVP armados. A força de transporte estava equipada com 4 Monitores, 6 PB e 20 LCVP armados. O River Transport Group tinha sete LCU.

No inicio de 1968 havia seis RAGs (26a a 33a) com um total de 6 LCM-6 de comando, 6 LCM-6 Monitor, 36 LCM-6 e 36 LCVP. Estas RAGs tinha 11 embarcações, mas a 27a  tinha 22 embarcações.


O STCAN/FOM de patrulha era de projeto francês. Tinha oito tripulantes e era armado com uma metralhadora .50 e três .30, podendo se mover a 10 nós.


O River Patrol Craft da 27a RAG tinha duas .50 duplas e uma .30 e se movia a 14 nós. Uma das primeiras tentativas americanas de se criar embarcações militares adaptadas a situação, foi o desenvolvimento dos RPC (River Patrol Craft). Foram construídos 34 RPC sendo a maioria repassados as forças sul-vietnamitas. Possuíam um casco feito com chapas de aço soldadas.

De 1968 a 1970, as RAGs foram agrupadas em Riverine Assault Interdiction Divisions (RAID) e River Patrol Groups (RPG). Receberam material adicional com a retirada americana do Vietnã, sendo 293 PBRs e 224 embarcações de assalto:

- 26 Guard patrol boats (WPB)
- 108 Swift inshore coastal patrol boats
- 84 Assault Support Patrol Boats (ASPB)
- 42 Monitores Mk 5
- 22 Monitores [LCM 6]
- 100 Armored Troop Carriers
- 8 Command and Control Boats (CCB)
- 27 River Patrol Craft
- 18 PGM patrol boats
- 8 MSB-5 varredores (1970)
- 8 MSR varredores (ASPB)
- 8 varredores MSM (Monitor)
- 3 LST
- 14 LCU 1466
- 1 LCU 501
 


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