SEALs no Vietnã

As forças especiais SEAL (SEa Air and Land) da US Navy também atuarem no Delta do Meckong com embarcações especiais para apoiar as operações da TF-116.

O primeiros grupo de SEAL deslocado para o Vietnã foi o Mobile Support Team Two - MST 2 para apoiar o SEAL Team 1. O ST-1 tinha 211 integrantes em 12 pelotões de 14 homens, cada um com dois grupos de combate. 4-5 pelotões operavam no Vietnã continuamente sendo que um apoiava a TF-116. A tropa Seal Team 2 passou a apoiar em 1967 com 3 pelotões sendo um para a operação Game Warden.

Os SEALs realizavam emboscadas diurnas e noturnas, incursões de reconhecimento, mergulho de salvamento e operações especiais de inteligência. Operavam geralmente em grupos de combate de 6 integrantes e usavam embarcações de desembarque, embarcações especiais, PBRs, sampanas e helicópteros para transporte. Os SEALS eram móveis, versáteis e efetivos, tiveram bem menos fama que as Forças Especiais (Boinas Verdes), mas eram muito mais efetivos.

 
Os Seal guiavam embarcações para extração por luzes verdes visíveis pelo óculos de visão noturna.


Os Seal também podiam fazer extração e inserção por helicópteros.


Naval Special Warfare (NSW) Combatant Craft Crewmen (River Rats)

O SBT (Special Boat Team) era outra unidade de guerra especial para patrulhar o litoral (perto da praia e interior) e inserção, apoio e extração de unidades especiais. O SBT era equipado com embarcações pequenas e médias para várias tarefas e ambientes, do mar aberto até rios.

No início da Guerra do Vietnã, a US Navy percebeu que havia falha na capacidade de lutar próximo a praia e em rios rasos. Assim foi iniciado um programa para criar embarcações e unidades capazes de operar no litoral.

Inicialmente foram usadas embarcações de desembarque da Segunda Guerra Mundial com blindagem adicional para operar no Delta do Mekong. Era lentos e difíceis de manter.

A US Navy comprou 14 PTF da Norugega e criou o Special Boat Unit One (SBU-1) em fevereiros de 1964. Operavam a partir de Da Nang para patrulha costeira e interdição do Vietnã do Norte, e incursões contra fortificações e inserção de forças especiais. Eram rápidos e mais manobráveis que os contratorpedeiros e inadequados para operar nos rios sendo criada outras unidades para esta finalidade. Assim nasceu a "Marinha de Águas Marrons" ("Brown Water Navy").

Logo foi iniciado o treinamento das unidades especiais que iriam operar no Delta. O treino e seleção priorizava o trabalho em equipe, adaptabilidade, capacidade mental e habilidade física e resistência. Os integrantes usavam boina preta. Em abril de 1966 foi criado um comando para controlar esta força.


Embarcações de Apoio SEAL de Primeira Geração

Nas operações ribeirinhas a furtividade era importante pois as forças inimigas eram mais numerosas. A furtividade, surpresa, treinamento e melhor equipamento era vital para os SEAL. Os Seal operavam a noite para minimizar ameaça de detecção.

O elemento surpresa vinha do esquadrão de embarcações como o Mobile Seal Transport 2 (MST-2), com embarcações configuradas que davam apoio de fogo e comunicações para os SEALs.

O MST-2 estava dividido em destacamento alfa com equipe Seal Team 2 e unidades do Boat Support Unit One (BSU-1) e o destacamento bravo com o SEAL Team 1 e unidades do Boat Support Unit One (BSU-1). O BSU-1 agora é chamado de Boat Unit Twelve.

O MST-2 era chamado originalmente "Project Zulu". Os membros foram selecionados entre os melhores marinheiros e treinados com o Seal Team One por seis meses antes de ir para o combate. O treino incluía mergulho, treino de sobrevivência, autodefesa, emboscadas, armadilhas, explosivos, patrulhas, armas e comunicações. O treino com embarcações operações prepara para operar PTF, LCSR, PBR, Swift e Baleeira Boston.

Inicialmente as equipes UDT/ Seal usavam o LCP (Landing Craft Personnel) e o LCP(L) (Landing Craft Personnel, Large) para mergulho.

O LCPL Mk IV de aço com cabine a meia nau foi retirado de serviço da US Navy e repassado para o UDT no fim da década de 50. As equipes UDT foram enviadas para o Vietnã no fim de 1966 equipadas com o LCP,  LCPL e  LCPL Mk IV armados com metralhadoras .30 e .50 e lança-granadas Mk-18. Estas embarcações não estavam equipados com blindagem especializada.


O LCP ( landing craft personnel) ou embarcação "Higgins", eram construídos de madeira com blindagem lateral de 8mm. O LCP não tinha rampa na frente e foi substituídos pelo LCP(R) com rampa.


LCPR na Segunda Guerra Mundial.

Os combates logo mostraram que as equipes UDT/Seal precisavam de embarcações próprias com mais armas e blindagem. Também deveriam ser operadas por marinheiros e não integrantes do UDT/Seal e familiarizados com as táticas desenvolvidas.

Assim foi iniciado o Project Zulu surgindo o BSU-1 que iniciou com um LCM-6 (HSSC), dois LCPL Mk IV e quatro baleeiras Boston. Os LCPL e LCM-6 foram modificados com blindagem e armas adicionais. Operavam no RSSZ [Rung Sat Special Zone] infestada de Vietcongs, onde desenvolveram suas táticas operacionais.

O HSSC também era conhecido como “Mighty Mo”.


Em 1967, os Seal receberam dois STAB (Seal Team Assault Boat) para testes. Era um projeto comercial modificado com dois motores externos, blindagem e metralhadoras M-60. Foi usada por pouco tempo sem sucesso.


As modificações do HSSC e LCPL resultaram da experiência em combate. O LCPL foi usado de 1967 a 1969.  Recebeu uma .50 ou Minigun na proa.  A ponte foi cortada para reduzir a assinatura visual e recebeu cobertura para proteger do sol.  Foi instalado um radar Raytheon 1900 para identificação de pequenas embarcações e navegação. Depois recebeu um morteiro de 60mm, mais três metralhadoras .50 ou duas .50 e uma M-60 dupla, mais M-60 singelas, lança-granadas Mk20 de 40mm, e óculos de visão noturna AN/TVS-2.

 
LCPL Mk IV sem modificação.


A pior ameaça eram os foguetes B-40 (RPG-2) e canhões sem recuo de 57mm e 75mm. No fim de 1969, o HSSC recebeu proteção extra similar as embarcações da MRF. Era blindagem de barras " bar armor" colocado 30 cm longe casco que detonavam a  ogiva para evitar penetrar no interior.

No fim de 1967, as baleeiras Boston e STAB já mostraram que não eram mais adequados. O LCPL e HSSC tinha poder de fogo, mas eram lentos. O tamanho e calado não permitiam agir em canais rasos. Isto resultou na compra de 16 LSSC e 10 MSSC usados até o fim do conflito, além de outros 22 LSSC Mk II pouco maior ou STAB (Strike Assault Boat). Estes STAB eram usado pelo Squadron [StabRon] 20 perto do Camboja e não pelo MST.

As seis primeiras embarcações de apoio operavam a noite. Documentos do Vietcong dizia para não engajar estes barcos. As embarcações eram necessárias para o ambiente aquático do Delta do Mekong e não existiam. A aproximação sem detectar de helicóptero não era possível. As embarcações existentes faltavam alguma requerimento como carga, autonomia, capacidade de usar armas pesadas ou comunicações. Por terra havia poucas opções. Salto de pára-quedas estava fora de questão pois havia o risco de afundar na lama ou pântanos durante o pouso.

Os estudos e experiência do Projeto Zulu resultaram nas embarcações LSCC e MSSC. Requerimentos imediatos resultou em converter embarcações e comprar embarcações civis provisórias.

Três classes eram necessárias, uma pesada e outra média para comunicações e apoio de fogo, mobilidade a longa distancia e extração/infiltração secundaria; e outra leve para missão primaria de infiltração e extração em canais apertados, e apoio de fogo aproximado em emergências. A baleeira Boston foi selecionada para o último requerimento e continuo servindo após o LSSC chegar e ainda era preferido.

O HSSC provisório foi a embarcação de desembarque LCM-6 convertido. Dois "Mike" foram convertidos com abafador de som no motor e exaustor debaixo d'água. Não eram ouvido a mais de 20 metros a baixa velocidade. A silhueta foi reduzida cortando as partes altas. Recebeu novos rádios para servir de  posto de comando, radar Pathfinder e até um refrigerador. A embarcação era muito lenta. Em uma ocasião cruzou 25 milhas em 10 horas contra a corrente de 4-5 nós.  

Blindagem adicional capaz de barrar projeteis calibre 12,7mm perfurante a 100m foi instalada na rampa, no lado da estrutura, motor e ponte. O motor e ponte teve blindagem adicional com barras contra projeteis de RPG e canhões sem recuo. A proteção superior era limitada a ponte. A cobertura superior era usada como convôo.

O armamento varia muito. As armas eram determinadas pelo destacamento Seal embarcado e não pela embarcação. A única arma permanente era o canhão sem recuo de 106mm e o morteiro de 81mm na proa. Inicialmente eram armados com quatro metralhadoras .50 e duas .30.


LSSC.


O MSSC substituiu o LCPL. Foram construídos 19 em 1969 pela Atlantic Research e usado pelo MST até o fim de 1969. Transportavam um pelotão SEAL mais os tripulantes do MST numa velocidade de 30 nós. Eram feitos de alumínio e usavam hélices ao invés de jatos Jacuzzi. Não iam em lugares rasos como o LSSC.

Próxima parte: Embarcações dos Seal



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