Alerta Aéreo Antecipado - Programa AEW-N

Junto com a modernização dos AF-1, a MB está estudando a aquisição de aeronaves de alarme aéreo antecipado (AEW - Airborne Early Warning) para realizar vigilância aérea radar além do horizonte, acompanhamento de alvos e controle de interceptadores, além de reconhecimento meteorológico, em complemento aos radares de busca dos navios em missões de defesa aérea e interceptação de ameaças aéreas. A aeronave também realizaria busca de superfície.

A modernização dos AF-1 está condicionada à aquisição de aeronaves AEW, para que possam ser empregados em sua plenitude como interceptadores.

Sem estas aeronaves, os AF-1 estariam dependentes dos radares dos navios para busca aérea de volume e vetoramento de interceptação. Para se ter uma idéia da vantagem deste tipo de aeronave é só ter em mente que o horizonte radar dos navios é de cerca de 40km contra uma aeronave ou míssil a baixa altitude enquanto uma plataforma radar a 3.000m de altura pode detectar aeronaves e mísseis voando baixo até 220km. O tempo de reação é aumentado em até quatro vezes o que facilita as defesas e pode até permitir que uma aeronave equipada com mísseis antinavio seja derrubada antes de lançar seus mísseis.

Sem as aeronaves AEW, o GT estaria exposto a aeronaves e helicópteros de ataque voando baixo que conseguiriam se aproximar o suficiente do GT para disparar seus mísseis antinavio. Isso aconteceu com os britânicos nas Malvinas ao serem atacados pelos Super Etandard argentinos armados com o AM-39 Exocet. A necessidade de uma aeronave AEW foi uma das lições aprendidas pelos britânicos que logo adaptaram seus helicópteros Sea King para esta missão. Sem as aeronaves AEW, as escoltas britânicos tiveram que se expor em piquetes radares a distância do GT sendo que o HMS Sheffield foi afundado nesta situação.

O uso de aeronaves como meios de vigilância radar também ajuda na defesa do GT ao evitar que os navios emitem com seus radares e dêem informações que possam denunciar sua posição para o inimigo.

A MB está estudadas duas plataformas possíveis para ser o seu futuro AEW: um helicóptero adaptado nos moldes do Sea King AEW britânico, e uma aeronave convencional que poderia ser o Breguet 1050 Alizé, retirado de serviço pela marinha francesa no ano 2000, ou o Grumman S-2 Tracker ou sua versão AEW, o E-1 Tracer.

Os S-2 seriam remotorizadas com a troca de seu motor a pistão por um turbohélice. A EMBRAER apresentou uma proposta para usar a aeronave para AEW, Patrulha Marítima, COD e reabastecimento em vôo.

Alizé
Um total de 89 Alizé foram fabricados entre 1957 e 1962. Um lote de 24 Alizé sofreu a última modernização em 1990. Em 1997 ainda havia 24 exemplares em operação na Aeronavale. Foi retirado de serviço no ano 2000 na marinha francesa mas continua sendo operado pela Índia. O Alizé é equipado para realizar operações de vigilância marítima e guerra anti-submarina. Durante as negociações da compra do Foch foi oferecido um lote de Alizé para MB que não foram aceitos. Os franceses também consideraram a plataforma limitada para AEW e escolheram o E-2 Hawkeye para substituí-lo.

 
Asa Fixa x Asa Rotativa

As aeronaves convencionais tem algumas vantagens sobre o helicóptero como um teto maior que aumenta o horizonte radar, maior velocidade, sobe mais rápido, maior autonomia e é mais econômica. Por outro lado, um helicóptero pode operar em missões de alerta antecipado e busca de superfície a partir de outras embarcações de superfície além do NAe. Isso deve ser considerado pois o A-12 São Paulo nem sempre vai estar disponível, e quanto mais tempo disponível para reagir a uma ameaça aérea melhor.

Outra vantagem do helicóptero é poder usar uma plataforma que já é usada pela MB como o Sea King, ou o Super Puma/Cougar ou o substituto destas aeronaves. A MB poderia adquirir novos helicópteros ou adaptar os que já estão operando. Os SH-3 podem até manter a capacidade de lançar os mísseis anti-navio AM-39 Exocet aproveitando dos modos de busca de superfície do radar principal e MAGE para vigilância de superfície.

Os helicópteros podem subir logo depois de decolarem e iniciar as buscas bem antes que as aeronaves convencionais que estão subindo em uma atitude que não favorece a busca com o radar.

Os helicópteros AEW atuam a cerca de 150-200km de distâncias do NAe com os caças em patrulha aérea de combate (PAC) a até 100km à frente na direção mais provável da ameaça. Por estarem bem próximos do combate ou em caso de acidentes em tempo de paz, os helicópteros podem atuar em missões SAR se necessário.

O helicóptero também tem capacidade de sobrevivência ligeiramente melhor que um turboélice. Por ser uma aeronave de alto valor, as plataformas AEW são alvos prioritários para o inimigo. Como são lentos e não podem fugir, a tática defensiva é mergulhar e tentar se esconder no retorno do solo enquanto os caças de escoltas não aparecem. Como o helicóptero voa mais baixo ele chega mais rápido ao solo e o giro dos rotores interfere nos radares dos caças.

Em caso de ameaça de aeronaves de patrulha e reconhecimento, quando o GT esta operando longe do litoral, as aeronaves AEW operam afastadas do GT para evitar detecção pelo inimigo. No caso de operação próxima do litoral, e a detecção é muito provável, a plataforma AEW costuma operar próximo ou atrás do GT aproveitando da cobertura de mísseis superfície-ar dos navios de escolta (de preferência de longo alcance) para se proteger pois será o alvo prioritário dos interceptadores inimigos. Sem o AEW as aeronaves inimigas têm mais chances de sucesso.


O Merlin é uma das aeronaves que poderá substituir o Sea King AEW na RN (programa MASC). Outras opções são o V-22 Osprey, aeronaves não tripuladas, Blimps e até caças equipados com casulos de radar sob as asas. O Merlin e o E-2 Hawkeye são as referências do programa. 

Uma aeronave de asa fixa teria a vantagem de poder realizar também outras missões como reabastecimento em vôo dos AF-1 e realizar missões COD (Carrier On-board Delivery), para transporte de pessoal e carga entre o NAe e bases em terra. O helicóptero realiza VOD (Vertical On-board Delivery) em alcances menores. O Tracker também não tem a capacidade de alcance e carga do C-2 da US Navy.

As aeronaves de asa fixa não poderiam operar num GT sem o A-12 São Paulo, o que não ocorre com os helicópteros, mas podem operar a partir de bases em terra caso um GT esteja operando próximo à costa, brasileira ou estrangeira, e pode funcionar como aeronave de patrulha marítima caso seu radar tenha modos de busca de superfície vetorando os AF-1 e/ou AMX contra alvos marítimos.

Uma desvantagem das aeronaves convencionais é não poder realizar operações de pouso embarcado em estados de mar alto (escala 5-6), teto baixo e mau tempo. Os helicópteros têm menos (ou nenhum) problemas operando a partir de uma plataforma grande como um NAe. Em caso de mau tempo o helicóptero AEW seria a única plataforma a decolar fornecendo alerta antecipado para as escoltas que seria a única defesa contra aeronaves e mísseis inimigos.

A escolha do tipo de plataforma deve estar ligada também ao tipo de NAe que substituirá o A-12 São Paulo. Uma aeronave de asa fixa precisa de um NAe com pista em ângulo com cabos de parada para pousar e uma catapulta para decolar o que condicionaria o substituto (A-13) a usar esta configuração. Os S-2 Tracker da FAB conseguiam decolar usando todo o comprimento da pista do A-11 Minas Gerais, mas precisam de um convés inclinado com gancho de parada para pousar. Os helicópteros são indiferentes a estes detalhes.

Balanceando Capacidades

No caso da escolha dos sensores, principalmente o radar, deve ser considerado que eles devem ter desempenho compatível com os interceptadores embarcados e com as ameaças.

A princípio, por motivos de padronização, o ideal seria uma aeronave S-2T Turbotracker equipado com um radar Erieye idêntico ao instalado nos R-99B da FAB. O Erieye foi concebido pelos suecos para defender seu país de uma invasão russa. Na doutrina sueca, suas 6 aeronaves AEW (S-100 Argus) fariam patrulha em duas órbitas, uma ao norte e outra ao sul do país, e controlaria, junto com radares em terra, até 300 aeronaves de caça contra ataques maciços dos russos.

Na US Navy, o E-2C tem uma capacidade similar ao Erieye e foi concebido para defender os GTs americanos de ataques de saturação de bombardeiros russos armados com mísseis, controlando até 40 interceptadores embarcados.

Com um NAe equipado com apenas um esquadrão de aeronaves de ataque adaptadas para interceptação, ou mais futuramente, é fácil perceber que a aeronave AEW tem que ser balanceada com os meios ofensivos/defensivos que controla e com as ameaças esperadas e não precisa ter requerimentos superestimados que só aumentariam os custos.

A aquisição de um radar sofisticado só teria sentido no caso de um plano de longo prazo de construção de pelo menos dois NAes de ataque médios equipados com aeronaves de alto desempenho. Como a plataforma AEW entraria em serviço a partir do fim desta década, aproximadamente, ela ainda estaria operando quando o novo NAe entrasse em operação.

O radar Erieye também é grande demais para ser instalado no Tracker. O radar tem quase 10 metros de comprimento (9,7m) contra 13 metros do comprimento da fuselagem do S-2 Tracker.

Em maio de 2002, um S-2T Turbo Tracker operou no A-12 durante a operação Araex. Em Setembro mais dois Tracker Argentinos voaram na operação Temperex. O A-11 Minas Gerais não tinha capacidade de lançar o Super Etandart.

O S-2T Turbo Tracker foi considerado como plataforma para missões AEW, reabastecimento em vôo e COD. Foi oferecido pela EMBRAER com o radar Ericsson Erieye e considerado mais barato que o Sea King. Durante a Operação Temperex, técnicos da EMBRAER estavam presentes no navio observando a operação das aeronaves.

A Armada Argentina pode passar seus Turbo-Tracker par MB pois estão sem condições financeiras de mantê-los e já tem o P-3 Orion. Também não possuem um NAe de onde operá-los. O Turbo-Tracker já foi homologado no A-12 e só falta o radar AEW.

A proposta de aeronave AEW mais barata e de menor risco até agora foram dos Tracker com o custo de US$120 milhões.

Existem várias opções no mercado de radares menos sofisticados e baratos que o Erieye ou o APS-145 que equipa os E-2 atuais. Como exemplo temos o radar Thales-Racal Searchwater-2000AEW que equipa o Sea King AEW.7 britânico, o SeaVue da Raytheon e o FIAR Eliradar HEW-784 que equipará o EH-101 da Marinha Italiana em missões AEW. Todos podem ser instalados no radome retrátil do S-2 Tracker.

No caso do Searchwater, operado pela Royal Navy e Marinha Espanhola, só é necessário dois operadores a bordo da aeronave para operar os consoles do radar. 


O radar HEW-748 (Heliborne Early Warning) usa uma antena de 3 metros de diâmetro (contra 1,8 m da versão APS-748 de busca de superfície) e precisa de dois operadores de radar a bordo do helicóptero em consoles de 350mm de diâmetro. O HEW-748 também é capaz de realizar vigilância de superfície, designação de alvos e busca e salvamento.

O helicóptero russo Ka-31 Helix B (AEW), adquirido pela Índia, é outra opção de helicóptero AEW, mas seria uma nova plataforma a ser empregada pela MB. A Índia adquiriu nove helicópteros Ka-31 Helix AEW por US$ 207 milhões com entregas previstas para 2002.


O Ka-31, também chamado de Ka-29 RLD, usa o radar de vigilância Oko (olho) E-801M com uma antena plana de 6 x 1 metros abaixo da fuselagem que é entendida durante o vôo, para permitir uma varredura mecânica de 360º a cada 10 segundos. Operando a 3 mil metros, o radar Oko pode detectar mais de 200 alvos e rastrear 20 simultaneamente. O alcance de detecção é de 150km para alvos aéreos e 250km para alvos de superfície. Os dados são transmitidos automaticamente para um navio base por datalink seguro.


Uma aeronave AEW permite ver além do horizonte radar.


A Lockheed Martin está propondo o Vigilance para substituir os Sea King AEW britânicos. O Vigilance consiste em um casulo com o radar APG-81 do F-35 instalado em cada lado do helicóptero Merlin. O sistema pode usar os mesmos sistemas da versão ASW.

Qualquer que seja o tipo de plataforma escolhida, um sistema de Medidas de Apoio de Guerra Eletrônico (MAGE) é recomendável para identificação passiva de alvos no ar e na superfície. Estes sistemas têm o alcance condicionado pela altitude da aeronave e por isso as aeronaves de asa fixa seriam a melhor plataforma. A MB está estudando os sistemas ESM Kestrel da Thales-Racal e o ALR-733 da Elettronica.

Um datalink é fundamental para a agilidade das operações. Enquanto as informações de cerca de 40 contatos leva 5 minutos para ser transmitidas para um navio mãe e/ou interceptadores, o datalink realiza a tarefa em tempo real. A MB já confirmou que irá usar o datalink do R-99.

Outro sensor que está sendo estudado para instalação em aeronaves AEW é o FLIR/IRST necessários para rastreio de mísseis balísticos, identificação visual de alvos a longa distância e vigilância passiva. O Merlin ASW britânico testou um FLIR L-3 Wescan MX-15 com alcance de detecção de barcos de pesca de até 100km em tempo bom. O FLIR SeaOwl do Lynx alcança 30km nas mesmas condições.

Sea King AEW

Em 1943, a Royal Navy buscava um radar aerotransportado para proteger seus navios contra aeronaves voando baixo. Sem capacidade técnica pediu ajuda aos EUA. Em 1944, a US Navy emitiu um requerimento de radar aerotransportado capaz de detectar um contratorpedeiro 320km e detectar um alvo aéreo voando baixo na maior distancia possível.

O projeto foi chamado Cadillac e resultou no radar AN/APS-20A que foi instalado no TBM Avenger após 8 meses de projeto. Em maio de 1945 havia 35 radares operacionais no Pacifico, mas nenhum viu ação antes da guerra acabar.

O Projeto Cadillac incluía um datalink para transmitir dados para navios de guerra. A aeronave tinha 1 piloto e 1-2 operadores de radio. O radar era bom mas o datalink desapontou devido ao mau treinamento dos operadores.

Depois da guerra o radar foi instalado no Douglas Skyraider. Foram adquiridos 168 aeronaves até 1950. A RN recebeu 50 em 1951.

O Skyraiders tinha um datalink melhor e mostrador de radar para o piloto, mas continuou sem operador treinado. A RN usou o Skyraider AEW.1 com dois controladores de caça e o datalink foi usado como meio secundário para passar informações.

O problema do Skyraider era o motor Cyclone que usava gasolina de aviação com baixa temperatura de ignição. Este combustível era difícil e perigoso de armazenar nos navios. Para resolver este problema o Fairey Gannet ASW foi adaptado para substituir o Skyraider na RN. Um total de 44 aeronaves foram construídas em 1960. A US Navy continuou a usar o Skyraider AEW até 1971.

O Gannet usava um radar AN/APS-20F melhorado e o datalink Bellhop. O Bellhop transmitia um fax da tela de radar para um indicador de posição no COC do NAe. O fax permitia ver o que se passava além do horizonte do radar do navio. Navios escoltas de direção de caças também tinham equipamento receptor. O Gannet foi usado até 1978 e os radares transferidos para os Avro Shackleton da RAF.

Durante a Guerra das Malvinas reapareceu a necessidade de aeronaves AEW e dois Sea King foram adaptados com o radar Searchwatter do Nimrod para relizar missões AEW. As aeronaves foram enviados ao Atlântico Sul junto com o HMS Ark Royal mas chegaram após o término do conflito. O Sea King AEW usava um piloto e dois observadores. Um dos observadores também atuava como co-piloto.
 

O Sea King AEW equipado com o radar ARI 5980 Searchwater Mk 1 é o resultado do programa LAST (Low Altitude Surveillance Task) lançado em 10 de maio de 1982 após o afundamento do HMS Sheffield por um míssil AM-39 Exocet lançado por um Super Etandard argentino.

O HMS Sheffield estava operando como piquete de radar devido a falta de aeronaves de alerta antecipado no GT britânico. As aeronaves argentinas só eram detectadas quando entravam no radio de ação dos radares do navio e os Sea Harrier tinham que realizar CAPs constantes sobre a frota. O Sea King AEW MK2 (ou SKW) opera a até 180km do NAe e voa numa altitude de 300-1700 metros (as condições atmosféricas e do mar alteram o desempenho do radar). O SKW também é usado regularmente em operações de busca de superfície.

Sem datalink o Mk 2 tinha dificuldade de rastrear mais de 10 contatos simultaneamente. Também não operava quando o E-2 e E-3 estavam disponíveis.

Os radares de pulso como o APS-20 e Searchwater recebem o retorno de terra e ondas mostrados como ruído na tela. A altitude aumentava o horizonte mas também o ruído. De qualquer forma, sem oxigênio interno a altitude do Sea King era limitada a 3.000 metros.

O Sea King tinha a vantagem de poder pousar em varias plataformas, apesar de ficarem preferencialmente no NAe onde era o centro de comando. Também podia reabastecer em escoltas sem pousar se necessário. O Sea King AEW também era usado para ASuW, SAR e vigilância ASW. O guincho era usado para busca e salvamento para pegar pilotos que caíssem na sua área de operação.


Cerberus

Em 1997 a Thales recebeu contrato que chegou a US$210 milhões para modernizar os sistemas de 13 Sea King AEW incluindo radar, sistema Cerberus de comando e controle, sistema de planejamento de missão e simuladores.

A aeronave passou a se chamar Airbone Surveillance and Control (ASaC) ao invés de AEW Mark 7 devido à capacidade "Swing Role". O conjunto dos sistemas foi chamado Cerberus. O uso do Sea King reduziu o risco do projeto. 

Os novos itens incluem o radar Pulso Doppler Searchwater 2000AEW, IFF Mk XII Mode 4 IFF (baseado no BAE Systems North America APX-113[V] CIT), rádios criptografados, Link 16/JTIDS (usando o Rockwell Collins IDS-2000 low-volume terminal) e um INS LN-100G INS/GPS (para estabilização do radar e posicionamento), com troca de dados por um databus duplo 1553B.

O radar será o Searchwater 2000AEW derivado do radar usado pelo Nimrod MRA.4. Pesa 227kg menos que original e tinha 300% mais potência de transmissão. Pode realizar rastreio de alvos sobre a terra, supressão de ruído e modos de rastreio de alvos de superfície e ar simultâneo. O radar muda o feixe durante as rotações, podendo cobrir alvos a grande e baixa altitude. Um feixe pode cobrir alvos a longa distância e outro de curto alcance e baixa altitude. Em outra varredura pode ser varrido o litoral. 

Dois observadores sentam-se lado a lado usam telas planas de 20 polegadas que mostram a situação tática, duas telas sensíveis ao toque, teclas de controle, trakerball e teclado padrão QWERTY. Um painel mostra sistemas de comunicação e do ESM "Orange Crop" que foi mantido. O JTIDS é gerenciado no painel central entre os dois observadores.

Os monitores coloridos dos dois observadores podem mostrar mapas, áreas de perigo, alcance, e cores para símbolos. O Cerberus é capaz de acompanhar 250 contatos no ar e superfície e pode recebe outros 300 de outras fontes pelo datalink aumentando a área de cobertura. O Link 16 passa os dados de outras plataformas como o E-3C, E-2, navios e caças. Os caças podem fazer ataque "silencioso" com dados do link 16 e sem ligar o radar. O link 11, link 4 e outros sistemas também podem ser usados sendo que antes só era possível usar o E-3 AWACS. 

Os mostradores usam interface Windows. O sistema tem botão WTFGO (weapon fighter global overview ou wath the "hell´s” going on) que mostra ligações do datalink e vetores de interceptação ate os alvos.

A tela de situação tática mostra o quadro aéreo e de superfície sobre as características geográficas. Enquanto o Mk2A podia manter 40 contatos, o Cerberus pode manter 250 contatos aéreos e de superfície. O JTIDS permite disseminar os contatos e ainda receber outros 300 de outras plataformas.

A Thales está estudando uma versão do S-2 Turbo Tracker equipada com o radar Searchwater 2000AEW e o sistema de missão Cerberus para o requerimento de uma aeronave AEW para a Marinha do Brasil.

O Sea King ASaC Mk 7 britânico será substituído por uma aeronave escolhida pelo projeto Maritime Airborne Surveillance and Control (MASC), antes conhecido como Future Organic Airborne Early Warning (FOAEW), que irá operar junto com o F-35 (JSF) no CVF e entrará em serviço em 2012. .

O MASC irá fornecer vigilância aérea e coordenação de espaço aéreo, além de apoio as operações aéreas ofensivas e coordenação de ataque terrestre. Os operadores indicaram como ideal uma aeronave com teto de pelo menos 6 mil metros e alcance e velocidade maior que o Sea King.

Os concorrentes primários são o E-2C Hawkeye, o helicóptero Merlin e o V-22 Osprey. Também estão sendo estudadas alternativas como aeronaves não tripuladas (UAVs), blimps e sistemas C4I  adicionais.

Opções híbridas como um UAV de asa fixa e um helicóptero como o Merlim também foram estudados. O helicóptero poderá controlar o UAV que opera em posição avançada ou como radar bi-estático.

Os Sea King ASaC Mk 7 usaram seu radar para detectar alvos móveis em terra durante a invasão do Iraque em 2003, funcionando com mini-JSTAR. Os dados eram passados para unidades de UAV Phoenix que faziam a identificação visual para ataque posterior da artilharia. O processo levava até duas horas. O resultado final foi a destruição de 26 carros de combate e  15 blindados leves e peças de artilharia. A estradas usadas regularmente foram identificadas como livre de minas.

Em 2005 foram realizados exercícios de vigilância terrestre identificavam veículos para ataque pelos Apache AH.1. Os exercícios incluíam ataque em profundidade dos Apache, assalto aéreo em profundidade e apoio anti-blindado. O quadro aéreo e terrestre era passado para o comandante em terra pelo Link 16.


Os 13 Sea King
ASaC Mk 7 (Airborne Surveillance and Control), antes chamados Sea King AEW.7 da Royal Navy sairão de serviço em 2012 com a entrada em serviço de uma nova plataforma escolhida pelo programa FOAEW. Os SKW, como são chamados na marinha britânica, também realizam vigilância de superfície. O radar melhora centro gravidade e não altera a velocidade e alcance.



Comparação entre a interface do Sea King AEW Mk 2A (acima) com o Cerberus (abaixo). Os dois operadores agora têm independência em termos de tarefas. Um pode controlar um "pacote de ataque" de 10 aeronaves enquanto outro controla as defesas aéreas do GT, o que era impossível no SKW.


Tela do radar Searchwater 2000AEW. Ele usa três feixes de radar simultâneos
para buscar alvos voando alto, baixo e para busca na superfície. A tarefa dos operadores de sensores é o manejo dos sensores, monitoramento e controle da situação tática e transferência de dados para o COC dos navios do grupo tarefa (ou base em terra).


Um Sea King Mk7 Airborne Surveillance and Control sobre o Afeganistão em 2011.

Conclusão

Qualquer que seja a opção, não sairá barato e dependerá de recursos disponíveis. O uso de uma plataforma AEW já foi cogitado pela Marinha pois seria importante mesmo sem o uso de uma aeronave de caça. Ela teria a mesma importância na busca aérea que os Lynx e Sea King tem para esclarecimento marítimo. Um componente importante do AEW-N seria aproveitar a experiência obtida pela FAB com a operação do R-99 AEW pois também irão operar em conjunto.

Os EUA ofereceram um lote de S-2 Tracker que seriam usados para adaptação para AEW, ASW, COD e REVO e talvez ASuW. Fora as missões AEW e COD, as outras teriam utilidade duvidosa para a plataforma. A Guerra anti-submarina (ASW) esta diminuindo de importância. O REVO poderia ser feito pelos AF-1 com sistema Buddy Store e as missões antinavio com mísseis antinavio poderiam ser realizadas pelos AF-1 que são mais capazes.


O E-1 Tracer é uma das plataformas para ser a aeronave AEW da marinha. O E-1 poderia receber um radar Erieye acima da fuselagem ou o radar Searchwater-2000AEW ou HEW-748. A versão C-1A Trader turbohélice também seria uma boa opção devido ao grande espaço interno disponível. As outras plataformas estudadas foram o Alizé, o S-2 Tracker, o S-3 Viking e o E-2 Hawkeye.

Futuramente poderá aparecer outra plataforma para substituir as aeronaves na tarefa de alerta aéreo antecipado. Como já esta sendo estudado pelos britânicos, os blimps, aeronaves não tripuladas e radares em casulos de caças podem ser uma opção. Os radares OTH do tipo Surface Wave também podem se tornar operacionais futuramente (ver antifurtividade no Sistemas de Armas).


O V-22 está concorrendo para ser a futura aeronave AEW e REVO da Marinha Britânica.

Futuras capacidades podem ser consideradas para o AEW-N como participação em operações conjuntas contra alvos no litoral atuando como controle de força de ataque (pacote de ataque) e gerenciamento de outras missões como reabastecimento em vôo e busca e salvamento. Outras tarefas que estão sendo estudadas para as aeronaves AEW incluem a defesa antiaérea de área, comando e controle, ataque de precisão e designação de alvos em áreas litorâneas.

Próxima parte: AF-2

Atualizado em 06 de Dezembro de 2005


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