Novas Fragatas

A MB opera atualmente 14 escoltas do porte de fragata e contratorpedeiro. As fragatas classe Niterói tem uma média de 21-25 anos. As Niterói estão sendo modernizadas e serão as escoltas mais capazes da MB.

As fragatas da Classe Greenhalgh têm cerca de 14-21 anos de idade. As Greenhalgh são mais novas mas foram projetadas para uma vida útil curta de 20 anos num ritmo operacional mais intenso que o da MB. As Greenhalgh não serão modernizadas e devem dar baixa por volta de 2014.

As Niterói também devem ser substituídas na próxima década pois terão uma vida média de 40-45 anos no ano 2020. Entre 2010 e 2020, a MB terá que substituir essas 10 fragatas, ou 14 navios se as Pará ainda estiverem em operação.

As quatro corvetas classe Inhaúma deverão dar baixa a partir de 2014 e também não serão modernizadas. A corveta Barroso deve ser incorporada por volta de 2007/2008.

A MB planeja a aquisição de 14 navios de escolta ( fragatas e corvetas ) até 2019, sendo cinco construídas no Brasil e nove adquiridas por compra de oportunidades, para substituir as seis fragatas Niterói, quatro fragatas Greenhalgh e quatro corvetas Inhaúma de acordo com o PMD.

A MB tem planos de construir uma fragata com características furtivas para substituir suas escoltas atuais. O projeto teria assistência da DCN, possivelmente um desenho derivado das Lafayetes. Considerando o custo médio de US$300 milhões por navio, a MB provavelmente não terá recursos para trocar todas suas escoltas por navios novos.

Além das fragatas a MB estuda completar a construção das 12 corvetas Inhaúma e Barroso para manter uma frota de 28 escoltas, considerado a dotação ideal. É mais um indício que não haverá recursos suficientes para manter uma frota de navios novos.

A MB já tentou manter uma frota de navios novos anteriormente com o projeto das corvetas Inhaúma. As Pará foram alugadas no lugar de novas unidades das corvetas da classe Inhaúma/Barroso que deveriam substituir os antigos contratorpedeiros americanos fabricados durante a Segunda Guerra Mundial. Está situação deve se repetir no futuro.

Considerando os navios que operam atualmente em outras marinhas e que deverão ser descomissionados futuramente, é possível determinar quais as possibilidades. Claro que as marinhas a serem pesquisadas são as marinhas mais ricas da Europa e EUA que dão baixa a seus navios quando ainda tem uma boa vida útil pela frente.

Os EUA usam suas fragatas por até 25 anos e os contratorpedeiros e cruzadores são usados por mais tempo, cerca de 30 anos. O padrão da maioria das marinhas da OTAN é usar seus navios por até 25 anos o que sobra pelo menos 15 anos de uso efetivo. O Canadá, França e a Itália tem o costume de usar seus navios por mais tempo que o padrão da OTAN.

Defesa Aérea de Área

Uma possibilidade a ser estudada é a aquisição de uma escolta com capacidade de defesa aérea de área. A US Navy já esta oferecendo várias fragatas FFG-7 (OH Perry) equipadas com o Standart SM-1 com alcance de 46km para outras marinhas.

As OHP tem grande potencial de crescimento de acordo com as modernizações realizadas por outros países. As OHP de Taiwan receberam reparos laterais do Bofors L40/70 e oito mísseis anti-navio Hsiung Feng II (versão local do Gabriel III). As OHP australianas receberão, entre outras modernizações, um lançador vertical VL41 a frente do lançador MK 13 com 32 mísseis ESSM.

Uma possibilidade eram as fragatas holandesas da classe L (Jacob van Heemskerck e Witte de With). Elas foram compradas pela Marinha chilena para substituir os navios que seriam encomendados no Projeto Fragata junto com duas fragatas da classe M (Tjerk Hiddes e Abraham van der Hulst). A entrega deve ser iniciada em junho 2005 e a última em abril 2007. Os quatro navios irão custar US$350 milhões e inclui apoio por 20 anos de vida útil dos navios.

Outras opções são os dois contratorpedeiros Classe Audace Italianos e as Type 42 britânicas. Três Type 42 britânicas serão retiradas de serviço a partir de março 2006 (HMS Cardiff, Newcastle e Glasgow). Para ter idéia dos custos de uma fragata antiaérea nova, as primeiras 6 fragatas Type 45 britânicas  irão custar US$ 6,1 bilhões. As Type 45 substituirão as Type 42.

Os russos construíram 17 contratorpedeiros da classe Srovemeny (956). O primeiro foi comissionado em 1985 sendo que 11 estão em serviço. A marinha chinesa adquiriu quatro navios sendo que dois já foram entregues. Estes navios são equipados com dois lançadores de mísseis SA-N-7 (Buk 1M) com 2 lançadores de 24 mísseis.

São navios pouco usados e uma opção caso os russos liberem e para o caso de outras marinhas não liberarem navios tão sofisticados.

Guerra Anti-submarina

Como opção para escoltas anti-submarinas temos os contratorpedeiros da classe Spruance e as fragatas OH Perry americanos que serão descomissionados em grande número na próxima década. A US Navy opera 33 OHP atualmente podendo retirar 9 de serviço o realizar uma modernização em 24 navios. As OHP devem sair de serviço entre 2009 e 2015. A Turquia tentou adquirir mais duas OHP em 2002 por US$ 110 milhões.

Os Spruances são de grande capacidade para guerra anti-submarino, mas a MB teria problemas de manter navios tão caros. A US Navy pretende retirar de serviço 19 contratorpedeiros da classe Spruance da frota de 31 entre 2003 e 2006. O objetivo é cortar gastos pois cada navio gasta US$28 milhões por ano com operações e manutenção.

Por volta de 2008-2009, as Type 23 britânicas já estariam disponíveis para serem repassadas para outras marinhas com apenas 18 anos de uso. Estas datas podem ser estendidas pois as Type 23 poderão sofrer uma modernização para continuarem em serviço até os seus substitutos (Future Surface Combatant) começarem a ser entregues devido a atraso no cronograma.

As Type 23 foram concebidas para realizarem patrulhas anti-submarinas com sonar rebocado no Mar do Norte (Falha GIUK) que durariam um mês. Com o fim da guerra fria elas acabaram atuando em mares mais calmos porém por períodos maiores que chegam a até 5 meses.

Novamente o Chile saiu na frente em 2005 e adquiriu a HMS Cardiff, Newcastle e Glasgow que serão retiradas de serviço prematuramente em 2006 para reduzir gastos para outros projetos. Os navios custaram US$ 350 milhões sendo US$ 225 milhões pelos navios e US$ 125 milhões para munição, treinamento e peças de reposição além da instalação de um canhão Mk8 de 114mm na Type 22 Batch 2 adquirida recentemente. A nova frota de fragatas chilena deve operar até 2025.

As Type 22 Batch 3 estariam sendo descomissionadas na mesma época, até 2010. As Type 22 Batch 3 tem vantagem de terem uma certa padronização com as Type 22 Batch 1 usadas pela MB.

No fim da década, até 2010, as fragatas Karel Doorman holandesas (oito navios), e as Bremen (8 navios comissionados entre 82 e 90) e F-123 Brandenburg (4 navios até 2025) alemãs também estarão disponíveis.

As opções britânicas são tentadoras por serem navios mais "novos" e por poder manter alguma padronização com as Type 22. A tentação aumenta se os custos de aquisição forem os mesmos da pechincha da aquisição das fragatas Greenhalgh.

A vantagem da falta de recursos que a MB é poder prever qual será a aparência de suas escoltas no futuro.

As fragatas britânicas Type-23 são equipadas com propulsão moderna do tipo diesel-elétrico e podem levar um helicóptero médio-pesado como o Merlin. O canhão mk8 de 114mm é padronizado com os da MB.

Disponibilidade

Manter uma disponibilidade alta de navios custa caro. A Marinha Alemã pretende manter uma força de 15 fragatas para ter sempre dois GTs de 3 navios disponíveis. Para países pobres esta disponibilidade pode ser ainda menor.

Com uma força de 14 escoltas, incluindo as corvetas, e um NAe, a MB poderá manter, com os critério alemão, pelo menos um GT com o A-12 São Paulo e 6-7 escoltas ou dois GT de 3-4 escoltas. A disponibilidade pode ser aumentada em curto período em tempo de crise ou ameaça.

Com os dados acima é possível perceber a necessidade de escoltas antiaéreas citadas inicialmente. O GT com o A-12 precisaria de pelo menos um navio AAW para prover defesa aérea em camadas. Outros dois navios AAW (guerra antiaérea) teriam que estar disponíveis para formar dois GTs. Estes números indicam a necessidade de pelo menos 3 escoltas antiaéreas.

As escoltas antiaéreas também têm capacidade de comando e controle superior as outras escoltas podendo ser o navio comando de um GT.

O gráfico acima mostra a vida útil dos possíveis substitutos das atuais escoltas da MB. A vida útil máxima considerada foi de 40-45 anos. Em verde está indicando o período de incorporação das unidades. Em vermelho está o tempo de utilização no país atual ou vida útil máxima. A barra em azul indica a data em que a primeira unidade poderia ser incorporada na MB.

A maioria das classes de fragatas antiaéreas (AAW) estão sendo retiradas de serviço e já poderiam entrar em serviço no lugar dos contratorpedeiros da classe Pará. É uma boa oportunidade da MB inicia o uso deste tipo de sistema de armas. Uma limitação é a liberação das mesmas, potencial de uso e, no caso dos navios equipados com o míssil SM-1, a autorização dos EUA.

Navios ASW com boa vida útil pela frente como a classe F-122 Bremem alemã e Type 22 Batch 3 britânicas também serão desincorporadas antes das fragatas e corvetas da MB. As Batch 3 tem a vantagem de terem vários sistemas em comum com as atuais Type 22 da MB.

Na época da substituição das Niterói e Greenhalgh haverá poucas escoltas AAW saindo de serviço. As opções são navios ASW de produção recente como as Type 23, Brandemburgo e Karel Doorman.

Os exemplos citados servem não só para substituir os navios atualmente em uso na MB como também para aumentar a frota para atingir o número de 28 escoltas considerado como ideal pela MB.

Próxima parte: Helicópteros embarcados

Atualizado em 29 de Julho de 2005


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