PGM-500/PGM-2000 (Precision Guided Munitions) |
A família de armas Hakim (ou Hakeem devido à pronúncia) da MBDA iniciou sua vida como um requerimento da Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos (EAU). No início da década de 80 o país iniciou estudos de uma arma de precisão para equipar seus Mirage 2000. Nenhuma arma estava disponível e a maioria dos fabricantes não estava interessado em um programa pequeno. Em 1986 a International Signal & Control (ISC) americana aceitou participar do programa.
O programa Hakim
tinha
comando americano mas seria fabricado na Ferranti britânica. No
fim de 1987 as
duas empresa se uniram. O programa Hakim foi vendido para a GEC-Marconi
em
1992. Em 1998 se unificou com a Alenia que se tornou EADS. No fim de
2001
a Alenia Marconi System se tornou a MBDA.
O programa teve vários nomes e acredita-se que seja chamado de
Projeto HAKEEM
(esperto) no EAU e designado PGM-1 a PGM-4 (Precision Guided
Munitions). Outros
nomes que podem ter sido usados são projeto Alpha, GMX, Felix e
Little Brother.
Em 1995 a família Hakim foi renomeado PGM-500 e PGM-2000
dependendo do tamanho
da ogiva. Foi tornado publico em 1994 como PGM.
A PGM-500 se
refere às
versões armadas com bomba de 227kg 9500lb) e a PGM-2000 com a
ogiva de 910kg
(2000lb).
Em 1995 era estudado três tipos de sensores
intercambiáveis como laser
semi-ativo, TV CCD e imagem IR (IIR). O míssil se chamaria
PGM-500/1 com o
sensor laser (ou PGM-1 ou Hakeem 1), PGM-500/2 (ou PGM-2 ou Hakeem 2)
com TV e
PGM-500/3 (ou PGM-1 ou Hakeem 1) com IIR. O mesmo para a PGM-2000. As
designações iniciais eram PGM-500 como arma "A" e
PGM-2000 como arma
"B".
Detalhes da cauda da
PGM-2000 e PGM-500.
PGM-500 e PGM-2000
em
um Tornado IDS.
A produção das versões guiadas por TV e laser
iniciaram em 1990 e a IIR em
1993. Uma versão com guiamento duplo de radar ativo e passivo
estava em desenvolvimento
mas não se tem mais notícias da arma.
A PGM tem uma cauda com asa triangulares com controle direcional por
airelons.
A configuração é similar a AGM-142 Popeye. A
barbatana dianteira é fixa sendo
duas na PGM-500 e três na PGM-2000.
A PGM-500/1/2/3 tem 3,384m de comprimento, 35,5 cm de diâmetro e
pesa 280-304kg
no lançamento dependendo da espoleta. O motor foguete
sólido é um MARC 223 de
127mm de diâmetro da Atlantic Research Corporation.
A PGM-2000 tem a mesma configuração, mas com cauda maior
e dois motores MARC
223 em paralelo disparados seqüencialmente. Tem 4,6 m de
comprimento, 43 cm de
diâmetro e pesa 1.060 a 1.115kg.
O alcance vai depender da velocidade e altitude de lançamento. A
baixa altitude
o alcance máximo chega a 15km, 20 km a média altitude e
50 km a grande altitude
(10.000m).
A PGM tem outras opções de ogiva incluindo penetrante
(BROACH) e submunição e
vários tipos de espoleta como a Thorn-EMI Mullet-Function Bomb
Fuze (MFBF) para
detonação por impacto,
proximidade ou detonação aérea..
O sensor laser tem que ser apontado por um designador laser na
aeronave, ou em
uma aeronave acompanhante ou designador no solo. A versão guiada
por TV e IIR
precisa de um datalink para atacar alvos a longa distância
podendo ser
controlada remotamente.
O datalink foi
projetado
pela ISC e permite guiar a PG a 100km de distância. O operador
escolhe o alvo
na TV na cabine e a arma é guiada automaticamente até o
ponto designado. A
imagem pode ser repassada para outra plataforma como um centro de
comando em
terra. Assim a aeronave lançadora pode se concentrar em fugir
das defesas
inimigas. A PGM tem um transceptor na cauda para enviar imagens e
receber
comandos.
A PGM pode ser lançada no modo de trancamento antes do disparo
(LOBL) ou
trancamento após o disparo (LOAL) com o datalink ou designador
laser. A PGM tem
guiamento inercial de meio curso para atacar alvos a maiores
distâncias.
Detalhes da imagem
do sensor de TV CCD.
Foram disparados 10
mísseis durante os testes e todos
acertaram os alvos. A PGM tem um CEP de menos de 1m. Pode ser disparada
contra
pontes, prédios, defesas aéreas, radares, blindados,
centros comando e tropas. Também é efetiva contra alvos
navais. A
propaganda da MBDA cita
que os conflitos recentes mostraram a
necessidade de forças armadas equipadas com bombas e
mísseis com precisão para
conseguir destruir o alvo no primeiro disparo, diminuindo o efeito
colateral ao
mínimo. O
pouco tempo de exposição
da aeronave durante a fase de engajamento da arma é um fator
para diminuir
vulnerabilidade contra ameaças. A família PGM
preenche estes requerimentos.
Uma versão não propulsada conhecida como Lancelot foi
proposta para um
requerimento de bomba guiada a laser para a RAF em 1993, mas não
foi
selecionada e nem desenvolvida.
Em 1994 foi mostrado a proposta do Pegasus de longo alcance equipada
com um
turbojato microturto ou Teledyne Ryan no lugar do motor foguete e
navegação por
INS e GPS. O Pegasus participou do programa Conventional Armed StandOff
Missile
(CASOM) da RAF vencida pelo míssil APACHE. O Pegasus era chamado
de PGM-4 em
1995, mas
agora é chamada de Centaur. A Centaur teria 5 metros de
comprimento e alcance
de 250-350 km. Foi oferecido para exportação.
Modelo da PGM-4
(Pegasus/Centaur) mostrando a
entrada de ar do turbojato. A Torgos sul-africana tem o mesmo motor,
cauda e
seção traseira da Centaur. Uma versão
lançada de terra do Centaur foi citada em
1999.
Os testes da PGM
foram na Franca e EUA. A versão a laser foi testada em 1988 em
um F-4 da ISC. Também ouve um disparo em Istres do Mirage 2000.
A produção foi
iniiada em 1991 para série A 1993 para a série B. Os EAU
podem ter comprado
1750 PGM e não se sabe de outro usuário.
A PGM se tornou operacional no Mirage 2000 em 1994 com as entregas
terminando
em 2001. Será integrada nos F-16 Block 60 do EAU. Foi iniciado a
integração no
Tornado, Harrier, Hawk e Jaguar. Aeronaves sem databus 1553B podem ter
os dados
de alvo passados antes do disparo.
Um Mirage 2000 com
uma PGM-500 sob a asa e um casulo com datalink no centerline. A PGM
está em
operação no F-16 e Mirage 2000 do EAU e
pode ser lançada de aeronaves leves.
Teste da PGM-500 em
um Mirage 2000.
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