Mísseis Guiados Russos - Kh-25, Kh-29, Kh-59 e S-25L
Ataque de Precisão na Rússia

Todos os sistemas de controle de tiro das aeronaves táticas soviéticas até o meio da década de 80 partiam da premissa que o alvo seria atacado de dia com o piloto tendo contato visual com o alvo. O mau tempo freqüente na Europa passou a ser considerado. No fim da década de 70, todos os sistemas de controle de tiro das aeronaves táticas passaram a ter tecnologia digital e foram integrados com o sistemas de navegação.

O sistema de controle de tiro russos automaticamente reconhece a arma instalada no cabide. Os modos de tiro eram disparo nivelado, mergulho, "drop-on/pull-up", toss e nivelado com apoio externo. O "drop-on/pull-up" era o mais preciso ao contrario do modo ocidental e o toss também é usado para disparar armas nucleares. O bombardeio cego era possível, mas usado mais para o disparo de armas nucleares. As aeronaves táticas usavam o equivalente soviético do Loran chamado RSDN e um INS interno.

No modo Toss o piloto mira em um alvo remoto a até 20km. O sistema de controle de tiro dispara a bomba automaticamente, considerando a velocidade, curso e tempo até o alvo. Era possível até realizar ataque em qualquer tempo com este modo. O computador era o mesmo do sistema de navegação que passava para o modo de ataque. Os dados eram mostrados em um HUD simples que mostra ponto de impacto de arma não guiada. A precisão era de 30-50 metros abaixo de 5 mil metros o que é viável até para armas convencionais contra alvos grandes.

No inicio da década de 80 a URSS identificou novos requerimentos para o campo de batalha e um plano ambicioso de modernização das aeronaves táticas foi lançado em 1984. A doutrina ar-superficie foi toda revisada.

A força de mísseis balísticos de teatro ainda era a arma primária das forças terrestres, mas as aeronaves táticas se tornariam mais eficientes contra alvos móveis e alvos pequenos. Objetivo era:

- Atacar alvos terrestres em qualquer tempo com ênfase em ataques noturnos
- A demanda de arma convencionais aumentou, pois o inicio de conflitos seria feito sem armas nucleares
- A capacidade qualquer tempo seria melhorada
- O raio de combate das aeronaves deveria ser aumentado
- O sistema de controle de tiro seria integrado com sistemas de auto-proteção

O resultado foi criação de caças táticos multifuncionais a partir das aeronaves MiG-29 e Su-27. O novo MiG-29 seria o MiG-29M (ou MiG-33) e o Su-27 seria o Su-27M (ou  Su-35). Os dois programas de modernização foram lançados em 1984. A frota de caças bombardeiros existentes não seria modernizada e seria substituída pelo Su-27IB (ou Su-34) com capacidade qualquer tempo que depois substituiria também o Su-24.

Os MiG-27 e Su-17M3 faziam interdição e ataque tático entre 50km a 300km. Os Su-25 faziam apoio aéreo aproximado a até 50km. O Su-24 ataca na zona operacional de 300-800km e a prioridade era atacar mísseis balísticos táticos Pershing e instalações nucleares, bases aéreas, postos de comando, pontes principais e tropas de segundo escalão. O Su-24 atuaria de dia com apoio de sistemas navegação longo alcance.

As aeronaves de apoio aéreo aproximado teria capacidade qualquer tempo com o Su-25T (ou Su-39). Seria uma aeronave também nova e não uma simples conversão. O Su-25T atuaria a noite e mau tempo, mas mesmo assim era considerado perigoso próximo as próprias tropas. A arma principal era o sistema de controle de Skkval com mísseis guiados a laser. Para atuar a noite usaria o casulo de TV de baixa luminosidade Merkyriy com alcance de 3km contra blindados. Devido a problemas técnicos o Mercyriy foi cancelado. Devido a limitações orçamentárias o Su-25T não foi comprado.

O primeiro requerimento seria a capacidade de aquisição de alvos a noite (detecção e identificação) ou em mau tempo. Os soviéticos acreditavam que radares de abertura sintética com antenas de varredura eletrônica seria o meio ideal. Fariam mapeamento para navegação, detecção de alvos móveis, acompanhamento de alvos grandes e pequenos, acompanhamento do terreno e ajudariam na auto-defesa. Esperavam até o uso simultâneo de vários modos ao mesmo tempo.

Na fase final de ataque seria feito por sistema eletro-ótico. Os MiG-29 e Su-27 usavam seus IRST para modos ar-ar e logo foi instalado uma TV estabilizada com novos lasers para auxiliar nas missões de ataque. Os novos sensores seriam montados em casulo prevendo a adição de tecnologias futuras. O próximo passo seria o uso de câmeras de imagem térmica. O colapso da URSS preveniu os avanços nas duas áreas e resultou em pouca capacidade noturna das aeronaves pós Guerra Fria. A arma preferida passaram a ser guiadas a laser. 

O Su-34 seria equipado como radar de varredura eletrônica passiva B004 da Leninetz. Inicialmente não teria modos de abertura sintética com opção futura de modificação do software. Seria apoiado por casulo Sapsan-E da Geofizyka.

Mísseis Táticos Russos

Os primeiros mísseis ar-superfície russos eram usados por bombardeiros por serem grandes com o AS-1 Kennel, AS-2 Kipper, AS-3 Kangaroo, AS-4 Kitchen, AS-5 Kelt e AS-6 Kingfish. Depois a Rússia iniciou o desenvolvimento de mísseis para caças táticas. O primeiro míssil de campo de batalha foi o Kh-28 anti-radar. Era grande e entrou em operação no Su-17 e Su-24 com muito atraso em 1971.

O primeiro míssil tático desejável foi o Kh-66 que entrou em serviço em 1968 sendo uma versão crescida do míssil ar-ar RS-2. O Kh-66 era guiado por feixe de radar e a aeronave lançadora tinha que voar em direção ao alvo. O alcance era limitado sendo arriscado seu uso contra alvos bem defendidos. O Kh-66 acabou servindo como base para a próxima geração com o aproveitamento da configuração e propulsão nos sucessor que foram o Kh-23 Grom em 1974 e o Kh-25 em 1975.

Kh-23 (AS-7 Kerry)


Em 1965, com o projeto do MiG-23 iniciando, a Vympel recebeu ordens para projetar o míssil tático Kh-23. O principal incentivo veio de dados sobre o míssil Bullpup-A americano da mesma classe. A Vympel não tinham experiência com sistemas de guiamento de mísseis táticos e o projeto foi desenvolvido lentamente. O requisito era de um míssil de pequeno tamanho e tinha que usar sistemas de guiamento já em operação.

A Zvezda tinha experiência com o uso de mísseis ar-ar contra alvos em terra com o RS-2US do MiG-19PM sendo testado nesta operação e mostrou que era possível mas pouco efetivo com a pequena ogiva. Logo a proposta da Zvezda foi aceita para desenvolver o míssil e chamado Kh-66 (ano que iniciou o desenvolvimento). A cabeça de guerra aumentou para 100kg contra 13kg do RS-2. A propulsão era do míssil K-8 (AA-3 Anab), mas com exaustor dividido em dois devido a localização do sistema de guiamento traseiro. O sistema guiamento tinha a vantagem de usar sistemas já em operação nas aeronaves da época.

O Kh-66 foi logo testado no MiG-21PFM e certificado em 1968. Na verdade era uma solução temporária até o projeto do Kh-23 ser transferido para a Zvezda. No projeto do Kh-23 (Izdeliye 68) da Zvezda aproveitou componentes para o novo míssil e apenas a cauda com o sistema de guiamento por rádio comando Delta-R1M foi alterado. O motor era mais potente. Os primeiros 10 testes foram em 1968. A entrada em serviço foi em 1973.

Kh-66

O Kh-66 foi a primeira arma de curto alcance com guiamento beam-riding sendo a primeira geração de mísseis ar-superfície tático russo.

Kh-23
Desenhos do Kh-23 e Kh-23M.

O Kh-23, designado AS-7 Kerry na OTAN, ao invés do guiamento beam-raider no radar principal, usa um casulo na raiz da asa com comando de rádio chamado Delta. Com o sistema de rádio comando o piloto usa um joystick na cabine para guiar o míssil que é visível através de um flare na traseira. Foi adicionado a opção de poder guiar o míssil para baixo em vôo nivelado sem precisar mergulhar em direção ao alvo, mas a precisão ainda era ruim.

As variantes são o Kh-23M modernizado e o Kh-23L com laser, mas pode ser versão anterior modernizado entrando em serviço em 1973. A quarta versão é o Kh-23M entrando serviço em 1974 com tecnologia do AS-10 Karen e também com guiamento por rádio. A quinta versão é o Kh-23PS com radar passivo contra mísseis SAM sendo levado apenas pelo MiG-27. O Kh-23PS opera na banda X, mas não foi confirmado. Possivelmente o seeker pode ser trocado para cobrir banda S, C e X. O alcance máximo é de 10km.

O Kh-23 tem configuração com quatro delta de controle nariz e quatro asas delta traseira com elevons de controle. O Kh-23 tem 3,53 metros de comprimento, 27cm de diâmetro, pesa 287kg e cabeça de guerra de 111kg. O alcance máximo é de 8 km.

Kh-25 (AS-10 Karen)

O Kh-25 da Zveda é um míssil tático de curto alcance, inicialmente com guiamento opcional por comando de rádio ou laser. A designação na OTAN é AS-10 Karen. O desenvolvimento foi iniciado no fim da década de 60 e inicio da década de 70 entrando em serviço em 1974. O Kh-25 é a segunda geração dos mísseis ar-superfície russos similar ao AS-7 Kerry, mas considerado mais capaz. O Kh-25 é basicamente um Kh-23 modificado aproveitando a configuração e o sistema guiamento. O sensor laser 24N1 foi copiado das Paveway capturadas no Vietnã. Com outros refinamentos se tornou um novo míssil com a mesma configuração aerodinâmica.

O sucesso do projeto levou a uma família de mísseis táticos. Com o sensor laser a aeronave não precisa do casulo Delta. A ogiva foi auxiliada por uma ogiva adicional de 24 kg na traseira. Assim surgiu o Kh-25L ou Object 71.

São conhecidas sete versões que entraram em serviço. As duas primeiras versões a entrar em serviço tinham guiamento por comando de rádio e laser. As versões com guiamento por comando por rádio são o Kh-25R e o Kh-25MR (inicio da década de 80). As versões com guiamento laser são o Kh-25L e Kh-25ML e precisa de um designador como o Kayra ou Klen. A versão com guiamento por TV é Kh-25MT. A versão com guiamento por infravermelho é o Kh-25MTP. Em 1999, a sétima versão foi oferecida para exportação designada Kh-25MA, com guiamento por radar ativo com o radar PSM da Fazotron capaz de acompanhar um blindado a 4km. A versão anti-radar é o Kh-25P e designado AS-12 Kegler na OTAN sendo completado em 1978. O Kh-25MS recebeu um GPS. No fim da década de 90 foi testado novas cabeças de guerra como explosivo-ar (aerossol).

O Kh-27PS (Object 72), AS-12 Kegler na OTAN, é um míssil anti-radar leve com opção de dois sensores para atacar os mísseis SAM Hawk e Nike Hercules. O piloto automático é programado para subir após o disparo. O alvo é passado pelo alerta radar Vyuga.

O AS-12 Kegler é a segunda geração de mísseis anti-radar russos sendo o sucessor do AS-9 Kyle (Kh-28). O seeker é o PRGS-1VP e PRGS-2VP que varre a 6 a 8 graus por segundo cobrindo +/-30 graus em azimute e +20 e -40 graus em elevação. A aeronave lançadora leva o casulo APK-8 de localização de emissor para apoiar o míssil. O míssil sobe depois de disparado a baixa altitude. A velocidade máxima é Mack 2,5 e o alcance 60km disparado a média altitude e 25km a baixa altitude. O alcance mínimo é de 3km. O CEP é de 5 metros.

O Kh-25M modular foi criado a partir do Kh-27PS em 1981, com motor com pouca fumaça, para maximizar a comunalidade e flexibilidade operacional. O Kh-25M é idêntico as outras versões do Kh-25 com seeker intercambiável. O Kh-25M é mais leve e foi projetado para ser disparado a baixa altitude e assim aumentar a capacidade de sobrevivência da aeronave lançadora. Desta versão foram criadas três variantes: o Kh-25MP (Object 711) de 1981 com alcance mínimo 1/3 menor e sensor para atacar o Nike Hercules, Hawk e IHawk. O Kh-25MPU entrou em serviço em 1991 tendo capacidade de atacar também os radares dos sistemas Roland, Crotale, Rapier, Vulcan e Gepard. O Kh-25M entrou em serviço por volta de 1978. Pode ser disparado pelo MiG-21, MiG-23, MiG-27, Su-17/20/22, Su-24, Su-25 e Tu-22M. O Kh-25M teve como substituto o Kh-58.

O Kh-25MPL com  laser semi-ativo tem opção de trajetória melhorada para atacar o alvo por cima. O Kh-25MR com comando de rádio tem melhor piloto automático que o Kh-23M. O Kh-25MTV com seeker por TV não entrou em serviço. O Kh-25MPTL com sensor IR também não entrou em serviço.

O Kh-25R guiada por comando radio da aeronave consiste de um corpo cilíndrico com 27,5cm de diâmetro, envergadura de 82cm e comprimento de 3,8 metros. O controle é feito por quatro barbatanas traseiras com superfícies de controle e no nariz ficam quatro canards em cruz fixos. O Kh-25R pesa 310kg e a cabeça de guerra de 120kg é de alto-explosivo.

O motor foguete solido tem dois exaustores laterais com direcionador de empuxo. A velocidade máxima chega a Mach 1.3. O alcance mínimo é de 2km e o máximo é de 8km. O Kh-25MR melhorado tem 3,83m de comprimento, ogiva de 140kg e alcance máximo de 10km.

O Kh-25L guiado por laser semi-ativo é externamente similar ao Kh-25R mas com comprimento de 3,75 metros, peso de 300kg e ogiva menor de 86kg. O designador era o Prozhektor, depois modernizado para o Kayra, mas pode usar designadores em terra. O Kayra atua com o sensor laser semi-ativo 24NI, com 2 graus campo de visão e 30 graus em azimute e elevação. Piloto marca alvo na TV deixando Kayra acompanhar no modo automático. O CEP da versão a laser é de 5 metros. O alcance mínimo é de 2km e o máximo de 10km. O Kh-25ML é a versão melhorada com alcance máximo de 20km.

O Kh-25MT guiado por TV tem 4,04 metros de comprimento sendo externamente similar ao Kh-25ML. O Kh-25MTP tem sensor infravermelho e 4,15m de comprimento. O Kh-25MT e Kh-25MTP tem alcance mínimo de 2km e o máximo de 20km.

O Kh-25MA guiado por radar ativo tem 4,2 metros de comprimento, pesa 320kg, com cabeça de guerra explosiva/fragmentada de 86kg. O alcance mínimo é de 5km e o máximo de 40km. O sensor é de tipo desconhecido.

O míssil fica armazenado em um container com 4,2m de comprimento, 86 cm de largura  e 81cm de altura com peso total de 540kg.

O AS-10 entrou serviço em 1974 e provavelmente ainda está em uso na Rússia. O Kh-25 foi liberado para uso no MiG-21, MiG-23, MiG-27, MiG-29, Su-17, Su-20, Su-22, Su-24, Su-25 e Su-27. Foi exportado para o Afeganistão, Argélia, Angola, Arzebaijão, Bielorússia, Republica Checa, Geórgia, Alemanha, Hungria, Kazaquistão, Polônia, România, Eslovênia, Síria, Ucrânia, Vietnã e Iugoslávia. Em 1999, a Rússia adicionou a versão por radar ativa, X-25MA, ainda oferecido para exportação. O Kh-25ML custava US$ 103.643,00 em 1997. A versão de treinamento custava US$ 77.734,00.

Em um episódio curioso, um Kh-25ML disparado por um Su-24 foi parar a 20km do alvo. A aeronave disparou muito baixo e o míssil subiu para manter o perfil de vôo. Com o controlador do estande de tiro vendo a aeronave muito baixo ordenou que subisse. O piloto subiu muito rápido e o laser perdeu o acompanhamento do alvo. O míssil estava subindo e continuou na trajetória até se tornar balístico. Ao cair atingiu um celeiro. O fazendeiro era famoso pela produção ilegal de bebidas alcoólicas e os vizinhos ficaram maravilhados com a eficiência da operação anti-contrabando até que tudo fosse esclarecido.

Kh-25
Kh-25ML, Kh-25MR e Kh-25MP.

Kh-25
Um Su-24 disparando um Kh-25. O motor foguete queima por cerca de 5 segundos e pode ser percebido que tem pouca fumaça. As primeiras versões do Su-24 estavam equipados com o radar Orion-A capaz de detectar um alvo grande a 150km e auxiliar o ataque. O sistema de controle de tiro é apoiado pelo sistema ótico Chayka com zoom e pode disparar mísseis Kh-23 com comando visada com o casulo Delta. O Su-24M tem o sistema digital Orbita mostrando o ponto de impacto no HUD e outras informações. Com o Kaira-24 equipado com um telêmetro laser e designador de TV com acompanhamento automático pode guiar bombas guiadas a laser KAB e mísseis Kh-25ML e Kh-29L. A precisão é de 20-30 metros para bombas não guiadas e o sistema também auxilia a aquisição de alvos e a avaliação de danos, mas não gravava as imagens inicialmente.

Kh-25
Imagem do Kaira durante o disparo do Kh-25.


Kh-29 (AS-14 KEDGE)

Kedge é a designação da OTAN para a munição guiada russa de terceira geração conhecida localmente como Kh-59 ou X-29 para exportação. O objetivo era uma versão mais potente que as variantes do Kh-25 para atacar alvos mais bem protegidos.

O Kh-29 está disponível em duas versões: O Kh-29T com sensor de TV  Tubus-2 da Zverev NPO e o Kh-29L com sensor laser 24NI. O Kh-29ML é a versão com guiamento a laser melhorada e precisa de um designador Kayra ou similar para marcar o vo. O Iraque usou o ATLIS francês com alcance de 12km ou bem maior que os designadores russos. As variantes Kh-29LD e Kh-29TD são propostas com motor mais potente e GPS. As variantes Kh-29L e Kh-29T ainda são oferecidos para venda com alguma melhoria para aumentar o alcance. A cabeça de guerra é considerada ainda efetiva.

As versões de exportação são o X-29T e X-29L. O Kh-29MP seria uma versão anti-radar não confirmada. Também se suspeita de uma versão com sensor IR no lugar do sensor de TV que seria chamada Kh-29D. Em 1997 foi lançada a versão Kh-29TE para exportação sendo mais pesada e com maior alcance.

O Kh-29 tem metros de comprimento, 38cm de diâmetro e envergadura de 1,1 metros. O peso total é de 650 na versão guiada a laser e 680kg na versão guiada por TV. A cabeça de guerra penetradora pesa 317kg. O Kh-29 pode ser usado para atacar navios, abrigos reforçados de aeronaves (HAS), pistas pouso, pontes e instalações industriais.

O míssil tem quatro estabilizadores traseiros fixos, quatro canards de controle, e quatro asas delta sem superfície de controle. O míssil usa um motor foguete sólido atingindo uma velocidade de cruzeiro de Mach 0.8. O míssil é disparado do cabide AKU-58. Quando armazenado o container tem 4,35m x 90cm x 86cm e pesa 1.030kg.

O alcance mínimo da versão laser é de 2-3km com altitude de disparo de até 5 mil metros. A versão de TV tem alcance máximo de 12 km e mínimo de 3km. A altitude máxima de disparo também é de 5 mil metros. A versão Kh-59TE pesa 700kg com alcance máximo de 30km podendo ser disparado entre 200 a 10 mil metros, mas precisa de um datalink.

A Kh-29 foi desenvolvida na década de 70 e entrou em serviço em 1980 e ainda está operacional. O Kh-29 foi liberado para uso no MiG-23, MiG-27, MiG-29, Mirage F1, Su-17/22, Su-24, Su-25 e Su-27 e derivados. Foi vendido para o Afeganistão, Arzebaijão, Bielorússia, Bulgária, Republica Checa, Geórgia, Alemanha, Hungria, Iraque, Kazaquistão, Polônia, România, Eslováquia e Ucrânia. O custo do Kh-29L em 1997 era de US$ 175.241,00. A versão de treino custava US$ 131.433,00. O Kh-29 foi usado no Afeganistão com 139 mísseis sendo disparados contra posições da guerrilha. Provavelmente foi usado também na Chechênia.

Kh-29

Um Su-30 disparando um Kh-29 em mergulho. Uma aeronave pode disparar até três Kh-29 quase ao mesmo tempo contra alvos diferentes e próximos.

Kh-29
Um Su-24 disparando um Kh-29L.

Kh-29
Close do sensor de TV do Kh-29T.

Kh-29
Um Kh-29L nas asas de um Mirage F1 iraquiano. O designador ATLIS pode ser visto no centerline.

Kh-38
O Kh-38 da Zvesda-Strela seria o substituto do Kh-25M (acima ao lado de um Kh-27). O tamanho é similar ao predecessor, mas com configuração diferente, com motor, cabeça de guerra e sensores em comum em uma família modular. O requerimento é do meio da década de 80 mas sem fundos a Zvesda-Strela o projeto ficou parado por duas décadas. Agora também é programado para substituir o Kh-29.

S-25LD

O mais novo míssil tático russo na verdade é baseado no foguete não guiado S-250FM com sensor laser semi-ativo 24NI e designado S-25LD sendo bem mais barato que os mísseis Kh-25 e Kh-29. O míssil também recebeu quatro canards de controle no nariz além das quatro asas delta dobráveis na traseira.

O novo míssil foi visto pela primeira vez em 1993 entrando em serviço em 1989. Pode ser disparado pelo Su-17, Su-24 e Su-25. O S-25LD tem 4,1 metros de comprimento, diâmetro de 34cm, envergadura de 1,17 metros e pesa 400kg. A cabeça de guerra penetradora é um penetrador com auto-explosiva pesando 155kg. O motor foguete sólido foi mantido. O alcance mínimo é de 2km e o máximo de 10km. A precisão é de 8 metros (CEP).

O primeiro foguete guiado russo foi o S-25L que entrou em serviço em 1979. O S-25L era baseado no foguete S-250FM de 400kg com seeker 24N1 do Kh-25. O alcance aumentou de 3 km para 7km e a precisão melhorou seis vezes (CEP de 8 metros contra 50 metros da versão não guiada). O preço era um terço do Kh-25. Depois foi aceito uma versão de 122mm enquanto versões de 80mm e 57mm foram considerados pouco potentes para receber um sensor que diminuía o peso da ogiva.

S25L
Um S25L nas asas de um Su-17.

S25L

Kh-59 OVOD (AS-13 KINGBOLT)

O desenvolvimento dos novos mísseis ar-superfície russos foi iniciado para contrapor as defesas aéreas integradas (IADS) e contramedidas eletrônicas ocidentais que diminuíram a efetividade das armas guiadas em uso. Os novos mísseis SAM também passaram a ter capacidade antimíssil como o S-300 e o Patriot. Assim seria necessário novas armas com novos sistemas de guiamento, com CEP melhor, e proteção contra contra-medidas eletrônicas.

A Raduga respondeu com o Article D-9 ou Kh-59 Ovod (inseto), código na OTAN de AS-13 Kingbolt. A designação para exportação é X-29. O míssil foi visto pela primeira vez em 1991. O projeto foi iniciado na década de 70. O Kh-59 foi testado no Su-17M4 com ótimos resultado. O CEP era de 1-1,5 metros. Foi recomendado para compra em 1984. Depois só foi usado no Su-24M com o co-piloto controlando o míssil. O míssil foi retirado de serviço no fim da década de 90. Foi oferecido para exportação a partir de 1991. Ainda se encontra em serviço no Arzebaijão, Bielorússia, Kazaquistão e Ucrânia.

O Kh-59 foi baseado no Kh-29T com soluções técnicas do Kh-58. O alcance era bem maior que os mísseis russos táticos da época. Uma versão com guiamento por TV do Kh-58 logo foi rejeitada devido a grande velocidade com pouco tempo para busca, identificação e trancamento do sistema de TV.

O Kh-59 seria usado para atacar alvos importantes de alto favor e bem protegidos. Para ser disparado a média distancia, até 40km, precisaria de guiamento de meio curso e guiamento final. A posição do alvo deve ser conhecida antes do ataque. A TV envia imagem do alvo a partir de 5 a 10 km de distância do mesmo.

O Kh-59 tem quatro estabilizadores retangulares atrás do nariz que lembram a configuração do GBU-15 e AIM-4D Falcon. Os controles ficam na cauda em cruz que fica dobrada antes do disparo. A Kh-59 tem 5,1 metros de comprimento, diâmetro de 38cm e envergadura de 1,26m. O peso total é de 790kg. A cabeça de guerra pesa 148 kg e pode ser usado contra alvos básicos como abrigos reforçados de aeronaves, depósitos e postos de comando. O míssil é disparado do cabide AKU-58.

O sensor de TV é chamado Tekon-1 da Zverev NPO também usado nos mísseis Karen e Kedge e nas bombas KAB. Fica coberta em vôo e é retirado antes do disparo. A antena do datalink fica apontada para trás. Durante o disparo o míssil é acelerado por motor foguete de aceleração que é alijado após apagar. Um segundo motor foguete de sustentação é logo acionado com os gases sendo eliminados por dois escapes similares ao AS-7, AS-10 e AS-12. A velocidade de cruzeiro é de Mach 0.9. com alcance estimado de 20-40km a baixa altitude e 40-90 km disparada a grande altitude.

O míssil usa INS para navegação de meio curto e TV com datalink na fase de guiamento final. No meio curso o míssil voa baixo com apoio do radar altímetro. Pode ser até 7 metros sobre a água ou predeterminado como 100, 200, 600 a 1000 metros sobre a terra. O míssil opera no modo semi-automático com o operador colocando o designador de alvos no alvo selecionado com o míssil continuando até o final. O CEP é tido como 3-5 metros. O datalink é tido como fácil de interferir adicionando mais problemas a capacidade apenas diurna.

Para ser usada a Kh-59 precisa do datalink APK-9  Tekon levado pela aeronave lançadora ou outra aeronave usada para guiar a arma. O APK-9 tem 4 metros de comprimento, 45 cm de diâmetro e pesa 260kg. As antenas ficam na dianteira e traseira para poder guiar o míssil enquanto foge sem entrar no envelope das defesas antiaéreas em terra. O Kh-59 pode ser disparado por aeronave monoposto com baixa carga de trabalho.

Kh-59
Desenho do Kh-59, Kh-59M e Kh-59MK.

Kh-59M Ovod-M (AS-18 KAZOO)

O Kh-59M é a versão com motor turbojato do Kh-59. Foi mostrado em 1992 com a designação na OTAN de AS-18 Kazoo. A designação para exportação é X-59M. O projeto foi iniciado meio da década de 80 e terminado em 1990.

O Kh-59M é similar ao Kh-59, mas com quatro canards delta dobráveis no nariz e um motor turbojato Soyuz R-95-300 (R95TP-300) com 300kg de empuxo instalado em um casulo abaixo da fuselagem.

O míssil tem 5,69 metros de comprimento, 38cm de diâmetro e envergadura de 1,3 metros. O peso total é de 920kg. A cabeça de guerra pesa 320kg com alternativa de uma versão em cacho com 280 submunições. A cabeça de guerra nuclear seria de 10 a 100kT. A velocidade de cruzeiro é d Mach 0.8. O alcance é de 60km com trancamento antes do disparo e 115km com o uso do datalink. O alcance mínimo é de 20km. O sistema de guiamento é similar ao Kh-59 e opera com o datalink APK-9.

O Kh-59M entrou em serviço em 1991. Parece que a Força Aérea Venezuelana comprou 80 mísseis para equipar seus Su-30MKV em 2007. O Kh-59ME foi testado na China em 2001 e pode estar equipando os seus Su-30MKK.

A versão com cabeça de guerra nuclear seria o Kh-20, mas não se sabe se foi terminada. Uma outra versão disparada de navio teria motor mais potente. Em 1995 foi sugerido a existência de uma versão com 200km de alcance para exportação, mas sem novas informações. Em 1999 foi noticiado uma versão com sensor de imagem infravermelha Kh-59D com sensor térmico QWID.

Kh-59M

Um Kh-59M nas asas de um Su-30. O casulo de datalink APK-9 também está sendo levado.

Kh-59M
Detalhe do seeker do Kh-59M.

Kh-59MK

A mais nova variante do Kh-59 é o Kh-59MK mostrado na MAKS 2001. O novo míssil tem capacidade todo tempo e maior alcance. O motor foguete original foi substituído por um turbojato Lyulka-Saturn 36MT (ou TRDD-50A) com 450kg de empuxo. O míssil não tem o motor foguete de aceleração que foi substituído por combustível adicional triplicando o alcance. O sensor de TV foi trocado por uma versão do radar ativo ARGS-345 usado no míssil anti-navio Kh-35. O radar varre +/- 45 graus em azimute e -20 a +10 em elevação com alcance máximo é de 20km. O Kh-59MK foi oferecido com o Su-30MKK e provavelmente para foi vendido para a China.

O projeto é derivado do Kh-59MA pensado para o caso de uma versão de longo alcance do míssil anti-navio Kh-35 fracassasse. O próprio Kh-35 teria papel anti-navio e ar-superfície como o SLAM americano em uma versão com sensor IR alemão.

O novo míssil tem 5,7 metros de comprimento, 1,3 metros de envergadura e 38cm de diâmetro. O peso total é de 930kg. A velocidade de cruzeiro é de 900 a 1.050km/h. O alcance é de 285km. A altitude de cruzeiro é de 10-15 metros e a altitude de ataque final é de 4,7 metros. A cabeça de guerra pesa 320kg

Kh-59MK
O Kh-59MK tem um nariz com diâmetro de 42 cm para receber o radar.

Kh

 


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