Paveway II

O programa Paveway II foi um projeto de melhoria dos kits Paveway I iniciado em 1972. Com os novos kits recebendo o nome de Paveway II os kits da série anterior foram renomeados como Paveway I.

Os novos kits passaram a usar peças de plásticos em alguns itens para diminuir o peso e custos, e usar circuitos integrados para melhorar a confiabilidade e diminuir o tempo de fabricação. Os sensores óticos foram melhorados com maior sensibilidade e maior campo de visão além do laser receber codificação. Os canards passaram a ter maior deflexão e o grupo de aerofólio passou a ser dobrável, abrindo após o lançamento, para facilitar a integração em várias aeronaves.

A entrada em serviço foi em 1976 com a nova designação recebida em 1978. Os testes iniciaram em 1974 e a produção em 1977. Os kits foram instalados nas bombas Mk82, Mk83, Mk84 e penetrador BLU-119. A US Navy usa as bombas BLU-117/B,  BLU-111/B e BLU-110/ no lugar das Mk84, Mk82 e Mk83, respectivamente. Estas bombas são externamente similares a série Mk, mas com explosivo insensível PBXN-109 e proteção térmica em torno da bomba. Em caso de incêndio a bomba demora a explodir dando tempo de reagir.

Paveway II
Detalhes de uma GBU-10. De frente para trás: unidade do detector, seção do computador, seção de controle, bomba, unidade de aerofólio.

O código do pulso laser é baseado no PRF (freqüência de repetição de pulso em português) com o código usando um código decimal de numero 1 a 8 e especifico para cada PRF. O código pode ser de três ou quatro dígitos o que permite disparo simultâneo em ataque múltiplos por uma ou mais aeronaves com códigos diferentes na mesma área.

O CCG da Paveway II é mais simples e barato. O CCG é o MAU-169( )/B. No ano 2000 a Lockheed Martin iniciou como uma segunda fonte produzindo o CCG MAU-209/B intercambiável com o MAU-169( )/B. As espoletas mais comuns nas Paveway II são a M905 traseira, a FMU-26 B/B dianteira/traseira, a FMU-81 dianteira/traseira, a Mk 344 traseira e a Mk 376 traseira, menos na GBU-10G/H/J.

Paveway II
Modelos da série Paveway II incluindo as britânica. O grupo de aerofólio tem asas dobráveis unindo a vantagem da asa longa e asa curta das Paveway I combinadas, com grande velocidade disparo e maior alcance. Também era mais fácil manusear e armazenar.

Paveway II
A precisão dos kits Paveway II em boas condições atmosféricas é de 6 metros.

AMX
Os AMX italianos já estão equipados com a GBU-16 Paveway II de 454kg

A GBU-10 usa GCU da série MAU-157 nas Paveway I e MAU-169 na série Paveway II. A espoleta é a FMU-81N/T. O alcance é de menos de 15km com CEP de 9 metros. Em 1984 foi iniciado o uso do penetrador BLU-109/B com a designação GBU-10G/H/J. A espoleta da GBU-10G/H/ J e GBU-24A/B são o FMU-143/B ou FMU-143(D2)/B usadas com o BLU-109.

A GBU-10 atingiu 78% dos alvos no conflito do Golfo em 1991. Foi usada mais pelos F-15E e F-111F contra pontes, lançadores de mísseis Scuds, centros de comando e bunkers. Das 2.637 lançadas, mais de 1/3 foi pelo F-111F e o resto pelos F-117, F-15E e aeronaves da US Navy e USMC.

GBU-10
Envelope da GBU-10 Paveway II
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GBU-12

A GBU-12 agora usa um novo sensor MAU-169J/B com mais precisão.

Paveway II
Modelos de GCU da série Paveway II.

No meio da década de 70 o Reino Unido decidiu desenvolver seus próprios kits de guiamento laser e iniciou um trabalho de adaptar os kits Paveway nas bombas Mk13, Mk18 e Mk20 de 454kg da RAF. Cada bomba leva 184 kg de Torpex. O requerimento 1229 foi respondido em conjunto com a Texas Instruments e o DERA e resultou nos kits CPU-123/B podendo ser usado nos Buccaneer, Harrier, Jaguar e Tornado. Os kits foram modernizados em 1998 com GPS/INS. O kits de controle foi designado WGU-39 (D-2)/B e o de aerofólio de BSU-84/B. As Paveway II britânicas foram usadas nas Malvinas em 1982, no Golfo em 1991. Em Kosovo foram disparados 226 Paveway II e 16 Paveway III. O Reino Unido também usa kits Paveway III com munição BLU-109 e BROACH.

A GBU-17/B seria uma munição penetrante para kits Paveway II, mas não foi produzido.

Em 2003, no Iraque, a USAF usou bombas de 225kg com concreto no lugar dos explosivos para mínimo dano colateral. Foram usadas em áreas urbanas e chamada de GBU-45/B. A RAF também usou. A idéia original foi de Israel para atacar palestinos nas cidades.

Dados da série Paveway II:

  GBU-10E/B GBU-10J/B GBU-12B/B GBU-16/B LGTR
Comprimento 4,32 m 4,24 m 3,33 m  3,68 m 1,90 m
Diâmetro 46 cm 37 cm 27,3 cm 35,6 cm 10 cm
Envergadura 1,68 m 1,34 m 1,60 m ?
Peso 957 kg  966 kg 275 kg  495 kg 40 kg 
Ogiva MK 84 BLU-109/B MK 8 MK 83 -

Os kits Paveway II são usados por mais de 30 países. Os operadores incluem a Arábia Saudita, Austrália, Canadá,Coréia do Sul, Espanha, França, Grécia, Holanda, Israel, Taiwan, Tailândia, Turquia e Reino Unido. Entre as aeronaves capazes de levar a Paveway II temos os A-7 Corsair, A-10, B-52, F-111, F-117, F-15E, F- 16, F/A-18 C/D, A-6 e F-14

Até 2001 foram entregues mais de 117 mil kits Paveway II. A partir de 2001 a produção cresceu cinco vezes. O contrato de compras mais recente foi em junho de 200 para compra de kits GBU-12 por US$ 33 milhões par a USAF.

Em 1999 a França comprou kits Paveway II e Paveway III para instalar nas bombas SAMP, Mk82 e Mk83, e kits Paveway II para equipar bombas BLU-109 e Mk84. O Canadá comprou kits GBU-10 e GBU-12 no ano 2000 para equipar seus F/A-18.

BANG

A França usa a bomba BANG (Bombe Aeronavale de Nouvelle Generation) produzida pela MBDA com a SNPE. A BANG é uma bomba perfurante que pode ser usada como bomba convencional pré-fragmentada com espoleta de impacto. O baixo peso facilita o transporte por aeronaves navais que tem problemas para pousar com cargas não disparadas e que não podem ser ejetadas antes do pouso devido ao custo. A pequena carga explosiva também diminui os danos colaterais. O custo de desenvolvimento foi de US$ 48 milhões de dólares. A França comprou mil kits Paveway II para armar suas bombas BANG na versão de 125kg e 250kg.

Typhoon
O Eurofighter é o mais novo usuário da Paveway II. O Typhoon seria uma boa aeronave para operar no Afeganistão por poder operar em pistas curtas em local quente e alto. Os Typhoon britânicos estão sendo equipados com o casulo Litening III ER.


O LGTR (Laser Guided Training Round) é uma bomba guiada a laser de treinamento com 10 cm de diâmetro com kit Paveway II. O LGTR simula bombas GBU-10/12/16. É usada pela US Navy para treinar e preservar os estoques de kits reais. As versões são o BDU-57/B, BDU-59/B, BDU-59A/B, BDU-59B/B, BDU-60/B e BDU-60A/B. O LGTR é produzido pela Lockheed Martin desde 1992 com mais de 50 mil entregues.

LGTR
A Lockheed Martin produz o Laser Guided Training Round (LGTR) para treinamento barato de disparo de bombas guiadas a laser. Ao atingir o alvo a munição lança uma pequena fumaça para mostrar o resultado. Cerca de 35 mil já foram fabricados.

AGM-123A Skipper II

A AGM-123A Skipper II foi criada em 1984 pelo Naval Weapons Center (NWC) com o objetivo de criar uma arma anti-navio barata baseada em armas guiadas a laser já existentes, com maior alcance, para disparo a baixa altitude, de baixo custo, usando componentes já existentes. A Skipper II consiste no kit GBU-16 da Paveway II com grupo aerofólio MXU-667/B e seção de guiamento MAU-169/B, combinada com motor foguete Mk78 tirados dos obsoletos mísseis AGM-45B Shrike. A seção de propulsão foi chamada de WPU-5/B.

Com o motor foguete de duplo estágio o míssil pode ser disparado a uma distancia maior diminuindo a vulnerabilidade da aeronave lançadora. O alcance teórico é de 55 km, mas na pratica fica limitado a 25km devido ao alcance do designador laser. O piloto automático tem bias de gravidade para disparo a baixa altitude com a bomba fazendo uma subida programada após o disparo a baixa altitude permitindo que a aeronave lançadora fique mais protegida. A designação pode ser feita pela aeronave lançadora, outra aeronave ou por um laser em um navio. O emprego primário seria pelo A-6E Intruder como míssil anti-navio. A Skipper mostrou ser simples e efetiva, com modo de trancamento antes e após o disparo (LOBL e LOAL).

O primeiro teste foi em junho de 1984 e em março de 1985 a Emerson Electric recebeu um contrato para a produção de 2.500 bombas. A versão B seria a de produção e a versão A de testes. A Skipper foi integrada no A-6E, A-7E e F/A-18. Foi retirada em serviço no meio da década de 90 após expirar a validade dos kits e motor foguete.

No dia 18 de abril de 1988, durante a operação Praire Mantis, a fragata iraniana Sahand foi atingida por uma bomba Skipper no estreito Hormuz. A fragata foi depois atingida por mísseis Harpoon lançados por aeronaves A-6E e pela fragata Joseph Strauss vindo a afundar no fim da noite. Outras três Skipper foram disparadas pelo USMC e nove pela US Navy na Operação Tempestade do Deserto em 1991.

Skipper
O nome Skipper II veio dos kits Paveway II. Uma Skipper I seria uma versão com kits Paveway II. O comprimento da Skipper II é de 4,33m, com diâmetro de 35,6cm, peso de 582kg e velocidade máxima de 1.100km/h.

Skipper
Um A-6E disparando duas Skipper.


Uma variante da Skipper foi o FOGS (Fiber-Optic Guided Skipper) equipado com datalink de fibra ótica do US Army. Após testes desencorajadores e outros problemas técnicas, a US Navy abandonou o programa em 1991 e reprogramou os fundos para o programa Advanced Interdiction Weapons System (AIWS) que também foi cancelado posteriormente em favor da JSOW.

 

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