Opher e Lizard

A Opher é um projeto privado da Elbit do inicio da década de 80 para um kit de guiamento infravermelho de baixo custo para equipar as bombas burras já em uso na Força Aérea de Israel. Foi projetada como arma anti-carro e outros alvos móveis, mas pode ser usada contra artilharia, defesas aéreas, navios e pistas de pouso.

Os testes de vôo iniciaram em 1985 com o primeiro disparo real em 1986. A produção foi iniciada em 1988 com entrega após o fim dos testes em 1992. Ainda em 1992 foi demonstrada para US Navy. Foi adquirida em 1994 por um país não especificado, mas em 1996 foi mostrada sob as asas do MiG-21 Lancer romeno.


A família Whizzard de kits de guiamento  inclui a Opher guiada por IR e a Lizard guiada a laser. Quando instalada em uma bomba Mk82 a Opher tem 3,43m de comprimento, 27,3 cm de diâmetro e pesa 325kg.

Opher
Opher
Detalhes dos Kits dianteiro e traseiro da Opher.

O kit consiste de uma parte dianteira e outra traseira. O sensor estabilizado usa detectores MCT de ondas longas (8-12µm), permitindo o uso de dia ou a noite. O modelo inicial tinha canard dianteiro fixo e os atuais são dobráveis.

A bomba é disparada balisticamente com pontaria pelo HUD e o sensor é acionado a 1 km do alvo, que é o alcance mínimo, quando passa a fazer busca autônoma até adquirir o alvo. A Opher pode ser disparada em mergulho, toss e média altitude. É possível atacar até quatro alvos em um a única passagem com cada bomba cobrindo uma área de 350x220 m para evitar atacar o mesmo alvo.

A baixa altitude o teto mínimo de disparo é de 600 metros ou mais. No caso de ataque a alvos grandes como navios o trancamento no alvo pode ser realizado a distâncias maiores e a aeronave lançadora pode disparar a arma acima da cobertura das defesas aéreas do navio. 

O algoritmo explora parâmetros como geometria do objeto e intensidade da assinatura térmica para discriminar o alvo de retorno do solo. Os kits são adicionados a uma bomba burra Mk82 de 227kg que passa a ter um CEP de 120 cm contra alvos móveis a até 150m/h o que resulta em pelo menos um "mobility kill" deixando o alvo paralisado.

O processador da Opher tem um algoritmo para diferenciar os tipos de alvo. Um carro de combate com o motor ligado pode ser diferenciado de outro com motor desligado. O carro de combate com motor ligado tem a prioridade de aquisição pois o outro já pode ter sido destruído. Um carro de combate em chamas é a última prioridade.

O kit é duas vezes e meia mais caro que um kit de bomba guiada a laser, cerca de US$100-150 mil, mas bem mais barato que um míssil Maverick ou e não precisa de um casulo designador laser que custa cerca de US$ 1-2 milhões.

É uma arma que pode ser disparada além do alcance de defesas de curto alcance (SOPD - Stand-Off Point Defense) do tipo "dispare-e-esqueça" que deixa a aeronave lançadora pouco exposta as defesas do alvo. Por ser uma arma do tipo dispare-e-esqueça ela não precisa de designador de alvo nem controle contínuo pelo piloto após o disparo. O piloto esta livre para continuar a missão, disparar contra outro alvo ou realizar manobras evasivas.

A versão melhorada da Opher chamada Lizard foi anunciada no inicio da década de 90. Em 1998 foi lançada a família Whizzard com os kits recebendo algoritmo de reconhecimento automático de alvos com imagem IR e opção de guiamento por laser semi-ativo (SAL). A Opher II deverá usar os kit Whizzard com kit de estabilização traseiro da bomba Paveway II.

Os kits de guiamento a laser são a Lizard na versão 2 e 3. Uma versão Lizard 3, de terceira geração, equivalente a Paveway III americana, sendo capaz de atingir alvos móveis com o mesmo algoritmo desenvolvido para a Opher. As bombas guiadas a laser são melhores contra alvos fixos e "frios", sem assinatura IR significativa como pontes, construções e centros de comando. O CEP da Lizard é de 120-210cm.

Em 1999, foi apresentada a GAL, uma nova versão da Lizard 3 que usa guiamento por GPS/INS além da do guiamento a laser. Pode ser usado com mau tempo e trajetória de planeio para engajamentos a longa distância (40km quando disparada a grande altitude). As coordenadas do alvo podem ser carregadas antes do vôo, ou durante o vôo por um casulo de navegação e ataque como o LITENING.

Um sensor anti-radar também está em desenvolvimento. Em 2004 foi anunciado o uso de um kit de datalink. O alcance normal das bombas é de 10km se disparada a baixa no modo balístico e até 70km com asas extras.

O terceiro cliente foi a Força Aérea Italiana que equipou seus caças AMX com a Opher em 1998 em um contrato de US$ 25 milhões, sendo usados na campanha de Kosovo em 1999, onde foram disparadas 40 bombas. Suspeita-se que já tenha sido usada por Israel para atacar alvos no Líbano. A Itália também adquiriu as bombas guiadas a laser Lizard em 2001 em um contrato de US$ 18 milhões para instalar nas bomba Mk82. A Opher foi integrada no F-4E, A-4, F-15, F-16, Kfir, Mirage, AMX e MiG-21 Lancer.


Em junho de 1997 a Itália assinou um contrato de US$25 milhões para a aquisição e integração da Opher nos seus AMX.

Opher
Uma Opher italiana ao lado de uma Paveway II.


Família Whizzard.


Kits da família Whizzard. Um sensor de radar passivo também esta sendo desenvolvido.


Bomba Opher atacando um blindado durante os testes.


Uma bomba guiada a Laser Lizard em um Mirage 2000 Peruano.


Uma bomba Lizard na asa de um Su-25 e uma Opher na asa de um MiG-21 Lancer.


A Lizard 3 é um kit de terceira geração projetado para atacar alvos móveis.

Atualizado em 21 de Dezembro de 2005

 

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