AGM-62 WALLEYE

Em 1963, a Naval Ordnance Test Station (NOTS), agora Naval Weapons Center (NWC) iniciou o desenvolvimento de uma bomba planadora guiada por TV chamada Walleye. O objetivo era projetar uma bomba com sistema de guiamento autônomo até o alvo após ser disparada de uma aeronave. Embora não propulsada, foi designada AGM-62A com a nova designação de mísseis e foguetes, mas na prática é chamada de Walleye.

A Walleye daria aos pilotos de aeronaves de ataque uma arma de precisão do tipo "dispare-e-equeça", ou seja, a aeronave poderia sair da área do alvo logo após o disparo. A única arma tática guiada na época era o AGM-12 Bullpup que precisava que o piloto continuasse guiando a arma manualmente até o alvo sem poder realizar manobras defensivas.

A idéia de uma bomba guiada por TV nasceu de uma discussão entre os engenheiros do NOTS. Um engenheiro criou uma camera em casa com um blip que acompanhava coisas. Usaram tecnologia do Sidewinder e desenvolveram outros componentes. Tudo foi feito em quatro anos. Criaram incluisive a primeira TV com transistores e sem válvulas.

O NOTS tinha vários programas conhecidos com "Eye" por serem guiados pelo "olho" com kit instalado em uma bomba comum. A mais conhecido foi a Walleye, a primeira arma guiada lançada do ar em uso contínuo em uma guerra. O míssil com propulsão a foguete Condor AGM-53 era também guiado por TV e foi cancelado antes devido aos custos e ogiva pouco potente. O AGM-83 Bulldog era um míssil guiado a laser, testado pela US Navy em 1974, mas foi substituído por uma versão do Maverick da USAF com guiamento a laser.

O primeiro teste da Walleye foi a partir de um YA-4B em janeiro de 1963 com acerto direto. Após uma competição entre várias indústrias em 1964 a 1965, a Martin Marieta, agora Lockheed Martin, foi contratada em janeiro de 1966 para fabricar a bomba. Em 1967 a Walleye entrou em serviço na US Navy. No mesmo ano a USAF adquiriu a arma em pequena quantidade para uso pelos seus F-4 no Vientã.

A família Walleye pode ser dividida em três séries: Walleye I, Walleye II e Walleye III Extended Range Data Link (ERDL). As duas últimas foram usadas em larga escala em tem maior diâmetro e comprimento, pesando mais que a primeira versão. A ERDL também tem asas maiores.

A Walleye I Mk1 foi a primeira a entrar em operação. A bomba guiada consiste em uma seção de guiamento, a seção da ogiva (incluindo espoleta), seção de controle e cauda com quatro asas e quatro barbatanas. A arma pode ser adaptada em vários racks.

No método de ataque típico, a arma, piloto e aeronave atuam como um sistema de arma completo. A arma recebe energia elétrica a partir de um cordão umbilical conectado a aeronave. A partir de uma velocidade de 180 nós a bomba usa uma fonte energia própria a partir de uma turbina a ar na traseira (ram air turbine - RAT).

O sistema de guiamento da arma e os sistemas da aeronave formam um circuito interno de TV. A câmera de TV montada no nariz envia imagens para a aeronave que são mostradas em um monitor de TV na cabina. Circuitos adicionais mostram uma grade no monitor do piloto, com um par de linhas verticais e horizontais, onde o cruzamento é usado como área de acompanhamento do alvo. Observando o vídeo o piloto pode adquirir o alvo, iniciar o acompanhamento e confirmar se a arma esta trancada no alvo. Após apontar a arma, selecionar a opção de espoleta, o piloto dispara a arma e foge da área do alvo. A arma continua a acompanhar o alvo até o impacto. O alcance máximo é de 30km.
O alcance mínimo era de 1,8km. O controle é feito por quatro grandes asas com barbatanas de controle na borda de fuga. A potência da ogiva Mk 58 de 378kg forçava a um acerto direto contra alvos mais reforçados.

Após o disparo o sistema de guiamento continua comparando a imagem de TV com a imagem "trancada" e corrige o curso para compensar desvios. O sistema de guiamento por TV mostrou ser muito efetivo contra alvos com boa definição em relação ao fundo, mas mostrou ser ruim contra alvos com pouco contraste.

A Walleye I Mk 4 é uma arma de treino idêntica a Mk1 exceto pela ogiva e seção de controle. A ogiva é inerte, mas com lastro para manter o centro de gravidade da arma. A arma é usada para treino com vôos cativos e manuseio pelas tripulações de terra. A arma tem um gravador de imagem para revisão pós vôo e análise da seqüência de ataque.

Walleye
Walleye I MK 1 MOD 0 (AGM-62A).

Walleye
Uma Walleye em um F/A-18. A forma da fuselagem e as asas maiores podem ser comparadas com a foto anterior. A Walleye foi a primeira arma de uma família de munição guiada de precisão projetada para atingir alvos com mínimo de dano colateral. Era uma bomba inteligente e sem sistema de propulsão, podendo ser manobrada via TV durante o planeio até o alvo na versão com datalink ou como uma arma dispare-e-equeça verdadeira. A Walleye é entregue pronta e só precisa instalar asas e barbatanas.

Walleye
Panfleto para treinamento da distância de aquisição de alvos. As barras verticais e horizontais da imagem mostrada para o piloto na cabine podem ser vistas no panfleto.


Walleye
Fotos de treinamento para identificação da distância de acompanhamento de alvos da Walleye.


A pequena ogiva da Walleye I mostrou ser inútil contra alvos reforçados ou de alto valor como pontes e centrais elétricas. A partir de 1968, uma versão maior passou a ser desenvolvida, chamada de "Fat Albert", designada Guided Weapon MK 5 Walleye II, enquanto a versão menor passou a ser chamada de Walleye I. A Mk5 tem as mesmas seções da Walleye I, mas é mais larga com uma ogiva Mk87 de 900kg e barbatanas maiores para aumentar alcance e com melhores eletrônicos. A operação é a mesma da Walleye I. O sensor usa um "portão" menor para maior precisão, mas precisa de um contraste ainda maior para ter sucesso.

A Walleye II foi construída pela Hughes sob contrato da Martin Marieta. A avaliação operacional foi em 1973 e iniciou a operação na US Navy em janeiro de 1974 como variante Mk5 Mod 4. A Mk6 era a versão nuclear da Walleye II, com ogiva (625 T) W-72. A ogiva foi retirada de serviço em 1979.

A Walleye II ERDL (Extended Range Data Link) é a versão Mk23 Mod 0, 1 e 2 consistindo na Walleye II Mk 5, mas foi modificada para operar com o casulo de datalink AN/AWW-9 (depois AN/AWW-13). As asas são maiores para aumentar o alcance que agora chega a 60km.

Um problema do sistema de guiamento da Walleye era a necessidade de trancar o sensor no alvo antes do disparo com a aeronave tendo que chegar perto das defesas do alvo para disparar. Com o datalink o piloto pode lançar a Walleye fora do alcance visual, dar meia volta, e olhar a imagem da câmera de TV transmitida pelo datalink, e trancar no alvo no momento conveniente. A imagem do datalink permite trocar de alvo ou ponto pontaria durante o vôo da bomba.

O datalink é instalado em um casulo na aeronave e o piloto usa um joystick para apontar a arma remotamente. O casulo do datalink de duas vias pode ser alijado em caso de emergência. O casulo tem os eletrônicos necessários para receber as transmissões de imagem de TV da bomba e para transmitir sinais de comando para a bomba. O casulo também grava as imagens recebidas podendo ser usado para avaliação da missão e treinamento.

A ERDL pode ser usada por uma ou duas aeronaves. Com uma única aeronave carregando a arma e o casulo do datalink a arma é lançada e controlada pelo mesmo piloto. Com duas aeronaves, uma dispara a arma e outra controla a bomba. Geralmente se usa duas aeronaves devido a pouca disponibilidade de casulos e a aeronave com datalink irá controlar várias armas disparadas em seqüência (não simultaneamente). O casulo tem três canais podendo três aeronaves com casulo operarem na mesma área sem interferir no controle das outras bombas.

A produção das versões com datalink foi iniciado em 1975 e chamada de MK 21 Walleye I ERDL e MK 23 Walleye II ERDL. A seção de guiamento era Mk46 e seção de controle Mk 159. A Mk22 usa seção guiamento e controle Mk 53 e Mk165 respectivamente. A Walleye II ERDL Mk 27 Mods 3, 4 e 5 são as versões de treinamento, semelhante a Mk23, mas com ogiva inerte.

Na década de 80, o datalink foi modernizado levando com a versão ERDL/DPSK (Digital Phase-Shift Keying) com melhor capacidade anti-jamming para o datalink. O resultado foi a MK 29 Walleye I ERDL/DPSK e MK 30 Walleye II ERDL/DPSK que usam seção de guiamento Mk64 e controle Mk187 enquanto as variantes posteriores foram a Mk 34 e Mk37 com sistema guiamento Mk71. A Mk38 era versão de treino da ERDL/DPSK usada pelo F/A-18.

Walleye
Um A-6E Intruder lança uma Walleye II em mergulho. O casulo do datalink pode ser visto no cabide central da aeronave. A capacidade além do alcance visual (BVR) da Walleye foi muito usada, disparada a grande altitude com alcance de 60km. O datalink opera em três canais de frequência  (A, C e E) na banda 1427-1435 MHz. O datalink AWW-13 Advanced Data Link é usado atualmente para fazer pontaria para os mísseis SLAM-ER e para as JSOW.


Dados da Walleye I MK 1 MOD 0 (AGM-62A) e Walleye II MK 5 MOD 4:


  Walleye I MK 1 MOD 0 Walleye II MK 5 MOD 4
Comprimento 3,45 m 4,04 m 
Envergadura 1,15 m 1,30 m 
Diâmetro 0,318 m  0,457 m 
Peso 510 kg  1060 kg 
Velocidade alta subsônica
Alcance 30 km 45 km
Walleye II ERDL MK 23 MOD 0: 60 km 
Propulsão nenhuma
Cabeça de Guerra Mk59 carga moldada linear de 374 kg  Mk 87 carga moldada linear de de 900 kg
MK 6 MOD 0: W-72 de fissão nuclear (625 T)

 
Durante a produção, US Navy deixou de usar a designação AGM-62 e passou a chamar a Walleye de "Guided Weapon, MK 1 MOD 0". Variantes posteriores tinham novos números de Mark e Mod. A Mk2 era a versão inerte para treinamento. A Mk 3 era a Walleye ER (Extended Range) com asas maiores e Mk4 era versão de treinamento da ER.


Uso Operacional

A produção da Walleye acabou em 1976, mas no fim da década de 70 cerca de 1.400 Walleye I e 2.400 Walleye II foram convertidas para a versão ERDL. Cada uma custava US$ 430 mil. Foram fabricadas cerca de cinco mil Walleye. A Walleye foi usada também por Israel.

A Walleye é uma arma criada para atacar alvos fixos como tanques de combustível, túneis, pontes, estações de radar, instalações portuárias e depósitos de munição. Foi usada em combate no Vietnã e por Israel.

A AGM-62 Walleye teve o batismo de fogo em março 1967 no Vietnã. A Walleye foi usada contra pontes e entrada de túneis mais bem defendidos. A Walleye era lançada pelo A-4 Skyhawk a partir de 1967 e passou a armar o A-6 Intruder e A-7 Corsair II. Eram poucos pilotos que podiam usar pois precisavam de treinamento especializado. O primeiro alvo foi um quartel em Sam Son em 11 de março. No dia 12 foi usada contra a ponte de Thanh Hoa. Três bombas atingiram e não derrubaram devido a pouca potencia da bomba.

Walleye
Caças A-4 preparando para decolar para um ataque com Walleye em março de 1967. Cada aeronave está armada com uma Walleye e uma Snakeye para balancear. A aeronave da foto foi derrubada um mês depois e o piloto capturado.

No dia 19 de maio de 1967, dia do nascimento de Ho Chi Minh, a US Navy atingiu a a central elétrica de Hanói. Depois foi novamente atacada dois dias depois, destruindo a principal fonte de força de Hanói.

No dia 21 de agosto de 1967 os jatos da US Navy atacaram ferrovias, depósitos e bases aéreas com bombas Walleye, além de outros alvos como bases de lanchas torpedeiras. A termelétrica de Hanói foi atingida por cinco Walleye. Três geradores e duas caldeiras foram danificadas. Os A-4 Skyhawk dispararam seis bombas de varias direções para atingir os alvos simultaneamente. As aeronaves não usaram TARCAP e nem supressão de defesas (Iron Hand). Só levavam uma bomba cada e mais nada. Um total de 20 mísseis SAM e a artilharia antiaérea conseguiram danificar levemente algumas aeronaves. Um A-4 foi atingido próximo por um canhão de 85mm vindo de baixo e a Walleye foi danificada.

Walleye
Caças A-4E armados com bomba Walleye antes do ataque do dia 21 de agosto de 1967.

Os ataques as pontes era muito perigoso para os caças. Durante um ataque em 1965 contra a ponte Ban Ken no Laos, oito caças F-100 fariam supressão das defesas estimadas em 100 canhões antiaéreos para que dezesseis F-105 atacassem a ponte. O ataque dos F-100 foi feito em linha a baixa altitude e atingiram vários canhões antiaéreos. Os- F-105 atingiram a ponte e depois voltaram para atacar a artilharia antiaérea. Um F-100 e um F-105 foram derrubados sendo que o F-100 estava fazendo a quinta passada. A tática correta seria fugir depois de atingir a ponte.

O principal alvo no inicio das operações no Vietnã era o sistema ferroviário para atrapalhar o trafego de material e tropas para o sul. O sistema tinha duas pontes chaves: Paul Doumer e Thanh Hoa. Os americanos também sabiam que a destruição de qualquer ponte teria efeito temporário pois seriam logo reconstruídas ou restauradas. Pontes são alvos difíceis atingir, destruir, são bem defendidas e fáceis de contornar. As pontes eram alvos tentadores. Atrapalhava a logística e eram rapidamente reconstruídas.

A primeira ponte a ser atacada foi Thanh Hoa. O primeiro ataque foi no dia 3 de abril de 1965 por um pacote de 79 aeronaves durante a Rolling Thunder. Era a missão 9-Alpha após o meio dia. Dos 46 caça-bombardeiros F-105, 16 estavam armados com mísseis Bullpup e o resto com bombas Mk-117 de 750lb. Outros 15 seriam usados para atacar a ponte. Dos 21 F-100 que participariam do ataque, sete estavam armados com duas Mk117 e dois casulos d 19 foguetes que junto com 15 F-105 fariam supressão das defesas. Quatro F-100 armados com Sidewinder fariam MIGCAP, mais oito para RESCAP se necessário e outros dois para reconhecimento meteorológico. O ataque seria feito primeiro pelas aeronaves de supressão de defesas seguido do disparo de 32 mísseis Bullpup e 120 bombas contra a ponte. Foram vários acertos, mas com danos leves reparáveis. Próximo da ponte podiam ser vistos um F-100 e um RF-101 derrubados. O ataque teve três lições: as pontes ainda eram difíceis de atacar, a tecnologia da época era insuficiente como o míssil Bullpup mostrando ser fraco contra alvos duros e as defesas antiaéreas eram efetivas.

No dia seguinte foi feito um novo ataque e os F-100 não fariam supressão e apenas MIGCAP e RESCAP. Os 48 F-105 lançariam 384 bombas Mk-117 contra a ponte. O ataque foi feito por esquadrilhas sucessivas de quatro aeronaves com os F-100 de MIGCAP acima. Quatro MiG-17 mergulharam contra um seção de thud e mesmo sendo avisados pelos F-100 não reagiram e dois foram derrubados. Os F-100 atacaram disparando um Sidewinder e o canhão sem acertos. Foi o primeiro combate aéreo da guerra. A ponte continuou sendo atacada por mais 7 anos, em 873 ataques, sendo 700 entre maio de 1965 a novembro de 1968, com 11 aeronaves americanas derrubadas, sendo reparada em horas ou dias. Quando destruída já estava preparado o contorno por outro local. Três Walleye não conseguiram derrubar a ponte em 1972.

Os F-4D da USAF também usaram a Walleye em algumas ocasiões. No dia 18 de janeiro de 1968 a termelétrica de Bac Giang foi atacada por três pacotes da USAF. O pacote Alfa era composto por uma esquadrilha de F-105 Iron Hand, uma de F-4D para supressão de artilharia antiaérea, uma de F-4D de ataque e uma de F-4D para MIGCAP. Com várias aeronaves com problemas nos casulos de interferência eletrônica tiveram que abortar. Os F-4D de ataque estavam armados com as Walleye e continuaram. Logo foram atacados por Mig depois de disparar as bombas, saindo do mergulho, e um foi derrubado pelo MiG que voava de Ala. O líder reagiu e derrubou um Mig sendo derrubado logo depois. O pacote Bravo era composto por uma esquadrilha de F-105 de ataque, uma de supressão de defesas, uma de F-4D de MIGCAP e tinham como objetivo atacar a estação ferroviária de Ha Gia. Alijaram as armas antes devido a ação dos MiGs. O pacote Charlie com esquadrilhas de F-105 de supressão de defesas e ataque e escolta de F-4D não foram incomodados no ataque a ferrovia Dap Cau.

A alvos leves como centrais elétricas são muito vulneráveis as Walleye, mas era uma arma fraca contra pontes ferroviárias com a ogiva de 374 kg. Um acerto direto na ponte Thanh Hoa em 1967 falhou em derrubar um único vão.

Para melhorar esta deficiência foi iniciado o desenvolvimento da versão com ogiva de 900kg e usada depois na operação Linebaker. Em 27 de abril de 1972, oito caças da USAF, armadas com duas bombas guiadas a laser de 900kg, e dois com bombas Walleye II atacaram a ponte Thanh Hoa. As nuvens no local atrapalharam o disparo das bombas guiadas a laser, mas cinco Walleye trancaram e danificaram a ponte, mas sem derrubar um vão. No dia 13 de maio, a ponte foi derrubada com bombas guiadas a laser de 1.360kg e 900kg. Foi logo reparada e foi necessário mais 13 missões contra o alvo. No dia 8 de outubro foi atacada por dois A-7 com dois acertos no meio da ponte. No dia 23 de outubro, quatro A-7 derrubaram a ponte com Walleye II com ogiva de 900kg.

Devido ao custo, restrições de operação e o aparecimento das bombas guiadas a laser, as Walleye foram menos de 6% das armas guiadas de precisão disparadas no Vietnã, mas com ótimos resultados.
Foram 68 disparos e 65 acertos durante o conflito. Foram usada contra alvos mais importantes e difíceis de destruir. Os A-7 Corsair II usavam as Walleye para atacar defesas aéreas nas bases aéreas.

Enquanto US Navy tentava usar as Walleye, a USAF iniciou os ataques de precisão com os sistema de navegação LORAN ajudando as aeronaves a atacar a média altitude com bombas burras e mal tempo. Com a pouca precisão do sistema acabou tendo que usar bombas guiadas a laser. O mau tempo sempre atrapalhava os ataques aéreos americanos e os vietnamitas usaram fumaça criada pela queima para atrapalhar ainda mais. Era muito eficiente contra as Walleye. O mau tempo sempre foi a melhor defesa vietnamita, com grandes períodos de tempo sem atividade devido as péssimas condições meteorológicas na região.

Walleye
Um Corsair II com uma Walleye II. Um A-7E Corsair II do VFA-195 operando no USS USS Kitty Hawk usou uma Walleye II com datalink em 19 de julho de 1972 contra uma entrada de caverna usada como área de armazenamento. No fim do mesmo dia, usou outra Walleye para destruir a ponte de Ninh Binh com uma única bomba.

Walleye
Uma Walleye II sendo disparada por um F/A-18D.

Israel usou a Walleye II na guerra do Yom Kippur em 1973. Israel modernizou suas bombas passando a chamá-las de Tadmit com sensor melhorado e foguete acelerador. A Tadmit foi usada com sucesso em 1982 no Líbano.

A Walleye passou a ser retirada de serviço fim da década de 80, mas foi usada em 1991 na operação Desert Storm pelos A-7E, F/A-18 e F-111. Foram disparados 217 bombas Walleye II contra alvos fixos (outra fonte cita 124 bombas). Por ser guiada por TV, a Walleye não pode ser usada a noite e mal tempo o que foi um problema na guerra do Golfo. Os F/A-18 tiveram dificuldade pois no deserto o alvo era indistinguível da própria sombra e a bomba se guiada até a sombra do alvo. Com pouca luz do nascer ou por do sol era mais difícil de apontar.

Com a retirada dos A-7E Corsair, a principal plataforma de disparo das Walleye da US Navy, o míssil foi retirado de serviço em 1995. Na época a US Navy tinha cerca de 200 Walleye e 800 mísseis SLAM guiados por TV. Eram as armas principais contra alvos fixos bem defendidos. A Walleye foi substituída/complementada inicialmente pela AGM-65 Maverick, depois pelo SLAM/SLAM-ER e agora pela JSOW. A JSOW também substituiu a Skipper e será usada como exploradora para aeronaves não furtivas e para supressão de defesas.

Walleye
Imagem do sensor TV de uma Walleye disparada contra uma concentração de tanques iraquianos durante a Guerra do Golfo. Os sensores de TV são bons de dia e com bom tempo. O uso de datalink permite o disparo contra alvos a longa distância e transmissão das imagens por datalink. Isto permite o engajamento de alvos de oportunidade, reconhecimento durante a rota e avaliação de danos de batalha automático. A desvantagem é o custo e limitações meteorológicas. Uma bomba guiada como a Walleye ou GBU-15 custam cerca de 10 vezes mais que uma bomba guiada a laser.

Walleye
Imagens de um ataque de uma Walleye contra uma ponte no Vietnã.

 

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