PROGRAMAS DE MODERNIZAÇÃO DE SOLDADOS

PARTE 1 – INTRODUÇÃO

por Alexandre Beraldi**

Os Programas de Modernização de Soldados podem ser definidos como um conjunto de estudos aplicados nas mais diversas áreas – indo desde uma cor mais adequada para um uniforme de camuflagem, até um robô autônomo para transporte, reconhecimento e combate – que têm por objetivo incrementar de maneira exponencial os seguintes aspectos do soldado: sua letalidade; sua capacidade de comando, controle e comunicação; sua possibilidade de integrar-se numa rede, fornecendo e recebendo dados (Network Centric Warfare); sua capacidade de identificação de amigo ou inimigo; sua autonomia e resistência; e, como conseqüência da sinergia dos itens anteriores, sua sobrevivência.


São exemplos de programas desenvolvidos ou em fase de testes operacionais, entre outros de menor relevância, os seguintes: Land Warrior (Estados Unidos da América), FELIN (França), FIST (Inglaterra), IDZ (Alemanha), WUNDURRA (Austrália), Soldato Futuro (Itália), ANOG (Israel), MARKUS (Suécia), WOLF (Rússia) e o African Warrior (África do Sul).

A evolução provocada por estes estudos é tida como essencial, idéia esta corroborada pelo fato de que, como citado acima, os principais exércitos do mundo já estão em estágio avançado de desenvolvimento e produção inicial, tendo alguns, inclusive, já sido provados em combate, quer no todo ou por parte de alguns dos componentes do sistema, como é o caso do Programa Land Warrior norte-americano, em operação com algumas unidades de Forças Especiais no Afeganistão desde 2003, ou dos sistemas de comunicação individual e visualização do FIST britânico, em uso no Iraque.

O tema é muito amplo e, dessa forma, um estudo aprofundado tornar-se-ia sobremaneira extenso, beirando o impublicável. Existem diversas fontes na Internet que permitem um conhecimento mais profundo de cada aspecto do assunto tratado, além de inúmeros Simpósios, Convenções, Encontros e Palestras, estes, em sua maioria financiados por Organismos Militares, ou ligados às Instituições Militares, ou ainda por empresas de alta tecnologia do campo militar, deixando claro tratar-se de pauta obrigatória para aqueles que, profissionalmente ou não, estão ligados a este campo do conhecimento humano.

Como forma de facilitar a exposição, dividirei o tema em diversos títulos, sob os quais buscarei dar uma visão panorâmica daquilo que já foi – ou está sendo – desenvolvido em cada área afeta aos Programas de Modernização de Soldados, sendo eles:

Neste título trataremos das evoluções nos uniformes, indo desde a substituição dos fechos de botão por aqueles de velcro e zíperes, até a redução de assinaturas visual, térmica e radar; e das evoluções dos sistemas de transporte de munição e equipamentos.

Neste título trataremos da evolução nos conceitos e no emprego das armas de fogo dos exércitos; seus diversos tipos; sua distribuição pelo efetivo, de acordo com a função desempenhada por cada um; a evolução dos materiais, munições e sistemas de tiro; e os equipamentos agregados às armas de fogo que passaram a serem indispensáveis no combate moderno, bem como aqueles que serão imprescindíveis nos combates do futuro.

Neste tópico abordaremos, de maneira expositiva e despretensiosa, a evolução em tecnologia e conceito dos equipamentos de comunicação, visualização e de coleta/distribuição de informações, focando na tendência de distribuir os meios a todos os componentes de uma Unidade de Combate de linha de frente, de forma a facilitar a interação entre os combatentes, e entre estes e seu comando, formando uma enorme, fluída e constantemente atualizada rede de dados, que é o coração da Network Centric Warfare.

Isto posto, vamos aos temas.

UNIFORMES, VESTIMENTAS E ACESSÓRIOS

As recentes operações militares têm mostrado uma nova realidade em termos de combate, o que veio a refletir nos equipamentos empregados pelas Forças Militares tecnologicamente e doutrinariamente mais avançadas. O rápido e fulminante combate convencional em campo aberto, travado com grande emprego de armas de precisão apoiadas por extensas redes de informação tornou a Guerra Convencional - com Grandes Unidades Militares manobrando e engajando-se - uma aventura extremamente arriscada e não-recomendável nos dias de hoje e naqueles vindouros, principalmente ante a supremacia militar norte-americana e àquela das Forças de Coalizão: só é admissível engajar-se em um combate desta natureza sendo parte da Força de Coalizão ou lutando ao lado dos norte-americanos. A alternativa restante é, no caso de defesa contra uma agressão externa, a opção pelo prolongado e desgastante combate de selva e/ou urbano, nos quais os sensores têm seu desempenho degradado pelo ambiente (cobertura vegetal, chuvas tropicais, telhados e paredes de concreto), a identificação amigo/inimigo ou civil é dificultada, o número de baixas é maior dada a proximidade de um combate praticamente corpo-a-corpo, a tecnologia das armas e equipamentos não desempenha um papel tão relevante e o risco de danos colaterais com repercussão negativa na mídia mundial é grande.

Para desempenhar nestes cenários é essencial que o soldado esteja corretamente equipado, de forma que não tenha que se preocupar com a adequação, durabilidade ou resistência de suas vestes e calçados, com como vai carregar determinado equipamento ou munição, ou como vai proteger-se durante o desenvolvimento da missão. O aspecto econômico também é extremamente importante, buscando sempre o máximo de padronização e o máximo de funcionalidade de cada peça.

O Uniforme

As roupas do combatente têm passado por uma grande evolução que, ao contrário do que pode-se imaginar, levou à sua simplificação. Busca-se agora um uniforme que possa ser utilizado em qualquer ambiente, com uma camuflagem padrão adaptável a vários cenários e que possua grande funcionalidade e praticidade, facilitando a mobilidade e o uso em conjunto com as demais peças/armas que compõe a carga do soldado moderno. Assim, aspectos puramente estéticos ou tradicionalismos são deixados de lado, e a opinião do usuário final assume grande relevância.

É o caso do pioneiro CADPAT do Exército Canadense, do MARPAT dos Marines e do ACU (Advanced Combat Uniform) do US Army, este sendo o último a entrar em dotação, beneficiando-se da experiência adquirida com os dois anteriores.

O CADPAT (Canadian Disruptive Pattern) teve sua pesquisa e desenvolvimento iniciada em 1995, com distribuição às tropas para testes em 1997, quando foi adotado. A conversão em massa para o novo uniforme começou em 2001, após estudos científicos da OTAN terem considerado-o o melhor padrão de camuflagem para clima temperado e tropical disponível à época, tendo sido demonstrado que tal padrão de camuflagem reduz em 40% a possibilidade de detecção visual a uma distância de 200m.


O uniforme tem um padrão de “pixels” em dois tons de verde, um de marrom e mais o preto, formando desenhos descontínuos que dão noção de profundidade variável ou tridimensionalidade, dificultando a identificação positiva dos contornos de uma pessoa. Por ter este padrão em “pixels”, ficou conhecida como camuflagem digital. É produzido em duas versões: para regiões de mata e para regiões desérticas. O processo de produção exige alta capacidade tecnológica da indústria têxtil, pois para ser eficiente, é necessário que os “pixels” sejam perfeitamente quadrados, o que não ocorria com as versões iniciais, quando a tinta aplicada ao tecido espalhava ou manchava, formando padrões arredondados, o que diminuía a eficiência do padrão.

O MARPAT (Marine Pattern) surgiu como um desenvolvimento do CADPAT. O US Marine Corps buscava um uniforme mais adequado para climas temperados e tropicais, e que ao mesmo tempo distinguisse-os dos demais ramos das Forças Armadas. Tendo acompanhado os testes finais do uniforme Canadense junto à OTAN, quando verificaram que o mesmo encaixava-se como uma luva em seus anseios, promoveram uma ligeira mudança nos tons das três cores utilizadas, bem como uma pequena alteração no padrão dos “pixels”, além da inserção de uma minúscula réplica do brasão dos Marines aproximadamente a cada meio metro de tecido, o que garantiu que não fosse necessário pagar “royalties” pelo uso do novo desenho. Também é disponível nas versões mata ou deserto, tendo sido adotado no ano de 2003.

Outras mudanças significativas, que foram além daquelas introduzidas no uniforme Canadense, são no aspecto funcional: como agora sobre o uniforme é necessariamente usado o colete balístico, os bolsos superiores da blusa tiveram os botões substituídos por velcro, a fim de evitar a abrasão e desconforto com o uso prolongado, assim como prevenir o agravamento de ferimentos no caso de projéteis ou fragmentos atingirem a região dos botões ou próxima a eles; os bolsos ainda tiveram seu ângulo mudado de totalmente vertical para uma inclinação da abertura em direção ao centro do peito, de forma a facilitar o acesso com uma pequena abertura do colete balístico, sendo desnecessária sua abertura/retirada completa; os bolsos da parte inferior do uniforme foram removidos, pois, quando cheios, interferiam e limitavam a movimentação dada a interação com o colete balístico e o cinto; foram adicionados grandes bolsos na parte superior das mangas, com abertura inclinada para frente, de forma a facilitar o uso/acesso com colete balístico, bem como na posição de tiro deitado; os cotovelos e joelhos receberam bolsos internos para proteções acolchoadas substituíveis/removíveis, essenciais para preservar estas sensíveis partes do corpo no combate urbano, reduzindo a necessidade de aquisição de cotoveleiras e joelheiras de “skatista”, hábito que já estava se difundindo pelas tropas empregadas neste tipo de cenário. Por fim o uniforme, feito de 50% algodão e 50% náilon, recebeu um tratamento para reduzir sua reflexão infra-vermelha. Aliás, cabe salientar que foram feitos exaustivos testes em ambientes com luz natural, artificial, de dia, à noite, ao amanhecer e entardecer, sob neblina, sob a iluminação de “flares” normais ou infra-vermelhos e com visualização por intensificadores de luz, para garantir a adequação da camuflagem e do material usados, sendo que o padrão digital na composição acima descrita superou todos os competidores.

O ACU (Advanced Combat Uniform) do US Army é uma evolução do MARPAT dos Marines, sendo uma as principais diferenças a camuflagem, que usa apenas três cores (areia, verde e cinza) de modo a produzir um uniforme “universal” para uso em ambientes de mata, deserto ou urbano, sendo esta a única versão a ser produzida. Evitou-se o preto devido ao contraste que este apresenta para os intensificadores de imagem, e por não ser uma cor comum na natureza.


ACU (Advanced Combat Uniform).

Outra diferença, quanto ao aspecto prático, foi a substituição dos botões de fecho da blusa por uma combinação de zíper e velcro, pelos mesmos motivos expostos no caso do MARPAT dos Marines, que não atentaram para este detalhe. Os bolsos do peito são ainda mais inclinados e os dos ombros ainda maiores, devido ao “feedback” da tropa. Os bolsos internos para cotoveleiras e joelheiras também estão presentes. A gola foi reduzida, tendo sido adotado um modelo mandarim, para não interferir ou ser desconfortável na interação com o colete balístico, ao mesmo tempo em que protege melhor a região do pescoço em matas fechadas. A distribuição à tropa começa em 2005, tendo sido oficialmente adotado em 2004.


Uniforme ACU e suas características. Observe a insígnia de posto ou graduação junto ao peito.



Uniformes ainda mais avançados, como o Sueco SOTCAS (Special Operations Tactical Suit) da Saab Barracuda, estão em estágio avançado de desenvolvimento, e vão além, com redução das assinaturas térmica e radar, mantendo a leveza e agilidade. Este traje, que pesa em torno de 2,9 kg completo, com uma densidade de 200g/m2, é capaz de reduzir em até 80% a assinatura térmica de um soldado, mesclando-o de forma efetiva com o fundo do meio ambiente que o circunda. A capacidade de ocultação no espectro visual é obviada pela foto, tratando-se de traje similar ao usado pelos caçadores ou “snipers” das diversas forças armadas.

As Vestes

As vestes modulares estão em voga, pois permitem a configuração de bolsos para rádios, equipamentos, granadas, carregadores, etc., de acordo com a missão a ser desempenhada. São exemplos o sistema MOLLE (Modular Lightweight Load-carrying Equipment) e RACK (Ranger Assault Carrying Kit) do US Army e Marines, com similares em dotação pelo exército Alemão. A maior vantagem do sistema é utilizar um sistema de interface entre o acessório e o colete bem diferente daquele anteriormente utilizado, conhecido por “ALICE Clips”, os quais eram clipes metálicos que acabavam por amassar, enferrujar, rasgar o fardamento ou machucar o cambatente. O MOLLE (e seus similares) utiliza um sistema de tiras de náilon tipo “cordura” na veste ou colete balístico, disposto na horizontal e com costuras verticais, com intervalo de uma polegada entre cada costura e entre cada tira horizontal, como pode ser observado nas fotos. O acessório a ser preso na veste tem em sua parte posterior uma, duas ou várias tiras verticais de náilon balístico, costuradas na parte superior e com um fecho de pressão na parte inferior. Espaçadas uma polegada entre si existem algumas tiras horizontais de náilon, sendo que, para prender o acessório à veste, o combatente deve fazer algo como “pontos de costura” entre a veste e o acessório: pega-se a tira vertical de náilon do acessório, passa-se por uma das tiras horizontais da veste, daí por uma das tiras horizontais do próprio acessório e assim por diante, até terminar de “costurar” o acessório à veste, encerrando com o botão de pressão. Isto permite um sistema de fixação resistente, versátil, leve, à prova d’água e inofensivo ao combatente e ao seu fardamento; e, o melhor, já provado em combate. 


A esquerda: Colete (FLC) e diversos acessórios da vestimenta MOLLE. Fotos do www.militarymorons.com
A direita: o sistema de presilha dos porta-carregadores, que é o mesmo de todos os outros acessórios.


Colete Balístico Interceptor.

Várias derivações existem no mercado utilizando a mesma interface, e as opções de porta objetos específicos são praticamente infinitas, sendo que cada combatente, de acordo com sua função, seja ela comandante, fuzileiro, granadeiro, metralhador, operador de rádio ou enfermeiro, entre outras, pode montar uma configuração mais adequada ao armamento/equipamento que transporta. Os coletes balísticos, como o novo Interceptor do US Army e US Marines, já incorporam a interface para acessórios, dispensando o uso da veste sobre o colete, mas alguns exércitos, tais como o Inglês, o Alemão, o Canadense e o Israelense ainda preferem o uso de colete e veste separados, para o uso tão somente da veste em regiões de climas extremamente quentes e úmidas, para uso sobre coletes salva-vidas ou em atividades físicas extremas, tais como escaladas de montanhas.


Da esquerda para a direita: Veste RACK, veste RACK com acessórios e veste DOAV , uma das mais populares e versáteis.


Combatente usando o uniforme ACU, colete balístico Interceptor e acessórios afixados a este último.

Quanto à modularidade, algumas forças armadas, e mesmo alguns segmentos das forças armadas norte-americanas, preferem o uso de vestes não-modulares, dada sua maior resistência, existindo uma para cada função do combatente, e mesmo algumas que, com pequenas alterações, servem quase a todas. É o caso da DENALI da High Speed Gear Inc., uma das melhores e mais versáteis vestes multifuncionais do tipo “chest harness”, ou seja, aquela que se coloca sobre o peito, da mesma forma que as utilizadas pelos Vietcongs desde os idos de 1960, tem como principais vantagens, além da enorme versatilidade do design e da grande capacidade de carga (12 carregadores padrão M-16, dois cantis flexíveis de 2/4, quatro granadas ofensivas, duas granadas defensivas, quatro carregadores de pistola, entre outros vários compartimentos), a facilidade de vestir/despir em emergências, a não interferência com o uso da mochila, de colete balístico, de cintos tipo NA e de material de rappel, pára-quedismo ou mergulho. Há também aquelas mistas, com bolsos fixos e espaços com interface MOLLE combinados.


A equerda: Combatente Canadense com uniforme CADPAT e veste multifuncional sobre um colete.
A direita:
Oficial Inglês e um militar do US Marines Recon, unidade equivalente aos Comandos Anfíbios da MB. Este último está usando uma veste DENALI da High Speed Gear Inc., a favorita das principais unidades de Operações Especiais norte-americanas e britânicas. Observe a tendência de utilizar a insígnia de posto ou graduação junto ao peito, também no Exército Britânico.







Os Acessórios

As botas de combate, parte integrante do uniforme, também passaram por mudanças que buscaram melhorar seu desempenho, conforto e adequabilidade ao combate moderno.


Botas de combate canadenses.

Os americanos, assim como os ingleses e canadenses, observaram que a tradicional bota de combate de couro e náilon era a parte do uniforme que mais dava contraste sob iluminação infravermelha ou através da observação por intensificadores de imagem. Após estudos chegaram a soluções diversas para o problema: os canadenses passaram a utilizar a camuflagem CADPAT em toda a bota, ao passo que os americanos resolveram adotar uma bota de cor neutra que servisse tanto para o deserto, como também para a selva, sendo que para esta nova bota foi escolhido uma espécie de marrom-esverdeado, por ser uma cor muito mais natural que o preto, de fácil mistura com o meio ambiente e, o mais importante, sem o problema de reflexo infra-vermelho. Para aumentar ainda mais a discrição da bota, ela é construída com a parte áspera do couro para fora, de forma inversa ao tradicional, pois descobriu-se que assim ela fica praticamente invisível à observação dos intensificadores de luz. O uso de graxa nos calçados, fonte de reflexo IV e de contraste para os OVN (óculos de visão noturna), foi obviamente proibido.


Botas de combate norte-americanas: note o uso de apenas uma escova com água para limpeza.

Além destas alterações estéticas, as botas ganharam revestimento térmico que diminui o calor e expulsa o suor dos pés, solado com uma fina chapa de aço entre as camadas da sola para evitar a perfuração dos pés por estacas de bambu na guerra de selva, e botões-respiro ou drenos da lateral interna das botas melhorados com uma rede metálica mais fina, a fim de impedir a entrada de areia quando no deserto, ao mesmo tempo em que permite a saída da água na selva. A palmilha e a forração interna é do tipo atlética, com amortecimento de impacto e proteção bactericida.

O capacete PASGT também mudou: a parte traseira foi encurtada, pois se percebeu que, em combate, a posição de tiro deitado era prejudicada, principalmente com o uso do capacete em conjunto com o colete balístico ou com a mochila de combate. As laterais também foram encurtadas para melhorar a compatibilidade com equipamentos de rádio-comunicação e com protetores auriculares com regulagem eletrônica, como os Peltor Tac Ear, em uso pelas unidades de elite: há um pequeno circuito eletrônico neste protetor auricular com uma regulagem de decibéis que permite um ganho de audição dos sons “normais” e que automaticamente corta o ganho de som quando um disparo ou uma explosão ocorre muito perto do usuário; possui também entradas para conexão de rádio/HT e microfone convencional ou de garganta. O suporte para OVN agora também é parte integrante do capacete que, ainda assim, ficou bem mais leve.


Novo modelo de capacete PASGT.


Protetores auriculares da Peltor, modelo Tac Ear. Note o botão de regulagem de volume do som e as entradas para rádio e microfone.

Os cintos de combate normalmente deixaram de ser usados pela maioria da tropa, em favor das vestes de combate multifuncionais, que levam todo o equipamento e são muito mais confortáveis de utilizar, cansando menos o usuário durante longas marchas. Porém alguns ainda utilizam cintos de combate e, para tanto, foi desenvolvido um suspensório de perfil baixo e em X, para ser utilizado sob o colete balístico, que não possui todo o acolchoado e os ajustes de fivelas metálicas dos tradicionais modelos em Y ou H, utilizados desde a época do Vietnam, e em uso por nossas FFAA, dado o fato de o “grosso” da carga ser transportado na veste de combate ou no próprio colete balístico. 

Além desta melhoria, foi introduzido um sistema de suspensão, com uma espécie de anéis de anéis de borracha e um anel de “paracord” de maior diâmetro, a fim de dar uma flexibilidade que reduz o desconforto quando usado com os citados colete balístico e vestes de combate.


Versão atual, onde notamos a parte posterior com uma corrediça plástica, ao invés da tradicional costura, o que aumentou a flexibilidade e o conforto. Fotos do www.militarymorons.com

Uma outra criação, também da High Speed Gear Inc., é um sistema MOLLE para uso por parte de tripulantes de blindados e pilotos de helicópteros ou aeronaves, que permite o porte de pistola, carregadores e de diversos outros itens, de acordo com a necessidade operacional.


Versão para deserto, com acessório tipo coldre e bolsa multifuncional em um dos lados, e porta carregador triplo para pistola do outro.


Versão para mata, com coldre para pistola e porta carregador triplo em um dos lados, e porta carregador quádruplo para fuzil M-16 do outro. É apenas mais uma das inúmeras configurações possíveis. Note a corda elástica de segurança sobre a empunhadura da pistola, destinada a mantê-la no lugar mesmo em atividades muito dinâmicas.

Agradecimentos e Referências:

Àqueles interessados no assunto recomendo o excelente website de meu amigo Cass, do Military Morons: http://www.miltarymorons.com, que gentilmente cedeu algumas de suas fotos, sendo uma fonte excelente e indispensável, sempre atualizada com o que há de melhor no mercado.

Outros websites interessantes:

http://www.assaultvest.com (site com diversas vestes israelenses)

http://www.blackhawkindustries.com (o melhor catálogo de equipamentos)

http://www.highspeedgearinc.com (não deixe de ver os links deste site)

http://www.ustacticalsupply.com (mais um catálogo de equipamentos)

Contato:

Para entrar em contato com o autor, mande um e-mail para:

alexberaldi@ibest.com.br

alexberaldi@gmail.com

**Alexandre Beraldi cursou o 1º ano do Colégio Naval em 1991, passou para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército em 1993, foi para a AMAN em 1994, para a Academia do Barro Branco em 1995, onde formou-se Oficial em 1998. Depois de ser integrante da Equipe de tiro da PMESP e campeão paulista de tiro de combate em 1997, campeão de tiro policial em equipe em 1997 e vice-campeão brasileiro de tiro policial com arma longa em 1998, foi integrante de equipes de Forças Táticas Policiais até 2001, quando entrou na Polícia Federal. Alexandre Beraldi é especialista em armas leves, devido ao conhecimento aprofundado e as diversas experiências de tiro com as mais diversas armas. Também estuda armamentos mais complexos, tais como blindados, aeronaves, embarcações e seus respectivos sistemas.

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