System Infanterist der Zukunft

O programa de modernização de soldado alemão System Soldat - Infanterist der Zukunft - IdZ (Sistema de Infantaria do Futuro) foi lançado em 1997, baseado na iniciativa da OTAN de modernização de sistemas de soldado desmontado.

O programa IdZ tem o objetivo de melhorar a efetividade da missão do soldado desmontado e prepará-lo para o campo de batalha digital com o uso de novas tecnologias, com uma abordagem sistêmica, e com um conceito modular com requerimentos de missão específicos e com potencial de crescimento considerando as necessidades do usuário e incorporação rápida de avanços tecnológicos.

O IdZ irá melhorar a capacidade do infante individual nas áreas de efetividade, sobrevivência, controle de operações e mobilidade, adaptando-o as tarefas do Bundeswehr. O programa também prioriza áreas como logística, treinamento, troca de informações e doutrina. O impacto nas melhorias ou novas capacidades do infante nestes áreas deve ser mantida em um limiar mínimo.

Uma abordagem evolucionária de baixo risco foi adotada na fase de definição e seleção dos componentes para permitir a introdução rápida da primeira geração o IdZ já em 2005, usando vários componentes já existentes como o fuzil G36.


O fuzil G-36 será equipado com um lança granadas M-203.

O IdZ usa um conceito modular, incorporando tudo desde o uniforme de combate aos itens individuais de proteção, armamento e comunicação, combinando equipamentos já disponíveis com outros desenvolvidos e integrados a estes elementos em um sistema coerente.

O conceito modular oferecerá amplo potencial de integração de novas capacidades e tecnologias de alto risco no futuro. A modularidade inclui outros serviços como a Força Aérea e capacidade de trocar módulo para reagir rápido as mudanças. O infante irá receber equipamentos que podem ser adaptados as diferentes condições operacionais com proteção adequada a ameaça.

As melhorias essenciais serão um rádio de comunicação para o grupo de combate, melhoria na capacidade e combate noturno e integração com o sistema de comando e controle do exército com um mapa digital, GPS, bússola digital e conjunto na cabeça.

Objetivos Chaves do Programa

Desde o início foi dada grande prioridade a capacidade de sobrevivência do infante desmontado com o objetivo geral de melhorar o sucesso da missão. Considerando que o nível de proteção balística que pode ser atingida pelo infante desmontado é limitada pelo peso e volume, assim como a mobilidade e sustentação, a ênfase na vulnerabilidade implica em diminuir a possibilidade de ser atingido.

Idealmente, o infante do futuro alemão deverá ter, sempre e em qualquer lugar:

- Informações completas do inimigo e ameaças

- Sensores e armas com alcance e precisão superior

- Capacidade de reação rápida e surpresa

Para garantir estes resultados, é necessário diminuir a probabilidade do soldado ser detectado, rastreado, engajado e atingido. Também é necessário diminuir a probabilidade de ser morto ou incapacitado quanto atingido.

Desse modo, o sistema IdZ tem os seguintes parâmetros:

- Redução/evitar detecção com camuflagem visual, infravermelha e possivelmente radar, diminuir emissões acústicas e eletromagnéticas.

- Reduzir/evitar ser rastreado/atingido (e por pouco tempo ou nunca durante a fase de vigilância, engajamento e comunicações, com meios remotos)

- Proteção balística

- Proteção QBR

- Proteção dos olhos contra energia laser

Além da ênfase na sobrevivência, o sistema IdZ pretende melhorar a consciência da situação e capacidade de reação com melhora das informações sobre os inimigos e ameaças dando a todos os soldado no grupo de combate o mesmo nível de informações.

Como a reação rápida depende da mobilidade e agilidade do soldado, a redução do peso é de grande importância. O IdZ também irá dar informações de posicionamento, e no futuro, situação da saúde para medidas de resgate e primeiros socorros rápidos.


Estrutura

O "System Infanterist" considera o grupo de combate (GNppe na Alemanha) como a menor fração da tropa (10 soldados). Isto é devido ao fato de todas as capacidades necessárias não poderem ser realizadas por um único infante, contudo, no GC é possível configurar diferentes equipamentos  individuais como armas, óticos, e C4I.


Enquanto o programa americano Land Warrior considera o indivíduo, o IdZ considera grupo pois nem todos precisam de um sensor de imagem térmica que custa muito caro.

Os subsistemas e módulos principais para a realização da primeira geração do IdZ são:

- Roupa protetora: roupa de combate com proteção contra fogo e QBR integrada; colete balístico modular; cintos de carga com suprimento de água. O colete balístico pesa 5kg sendo 12kg a menos que o colete anterior, com o mesmo nível proteção com tela de titânio

- Conjunto da cabeça: capacete modular; proteção ocular contra fragmentos e laser; proteção contra som; conjunto de microfone e fone; mascara QBR

- Arma fuzil de assalto G-36 modificado para levar optrônicos extras; lança granada M-203 de 40mm; nova arma de defesa aproximada substituindo a pistola e submetralhadoras

- Optrônicos da arma: intensificador de imagem; mira com imagem térmica (um por GC devido aos custos); laser multifuncional para iluminação de alvos e designação

- Comunicação e posicionamento: radio individual UHF; rádio VHF para líder para comunicação com escalões superiores; GPS para posicionamento individual e resgate; mapa digital para o líder poder mostrar e transmitir dados táticos; computador (PDA) e suprimento de energia

- Vigilância e telemetria: telêmetro laser portátil com bússola magnética e interface para sub-sitema C4I; mira de imagem térmica na arma com modo portátil; câmera digital.


O sistema IdZ deve pesar cerca de 23kg.


O programa IdZ inclui um PDA - Personal Digital Assistant para cada soldado. O PDA já foi usado pela aviação alemã no Afeganistão.


A Alemanha e Holanda iniciaram testes iniciais com a mira térmica Zeiss, telêmetro laser e bússola digital com fuzil G-36.


Colete blindado do IdZ.

A interface com viaturas é considerado importante como o MRAV (MultiRole Armoured Vvehicle) que será introduzido em 2005. O sistema irá ter interface com IFF, assim que for selecionado.

Os subsistemas acima e módulos usam tecnologias de baixo risco e componentes já existentes, desde que sejam compatíveis com os requerimentos funcionais e de desempenho do sistema e não comprometam a abordagem modular. Tecnologias e funções de alto risco ou mais impacto nos procedimentos e infra-estrutura serão incorporadas nas futuras gerações do sistema IdZ.

A primeira geração do IdZ terá capacidade para preencher os seguintes requerimentos:

- Comunicação dentro do grupo de combate além do alcance visual e acústico com rádio individual
- Consciência da situação com acesso a dados do escalão superior até nível de GC via mapa digital
- Capacidade IFF
- Designação alvos com laser
- Telemetria do alvo com laser e bússola digital
- Transmissão de dados do alvo
- Visão noturna e com visibilidade reduzida para marcha, vigilância e engajamento
- Redução de assinatura e exposição em ação
- Proteção balística e QBR
- Melhoria de navegação com GPS
- Diminuição da carga e volume do equipamento e melhora do sistema de carga.

Organização e Cronograma

O BWB (Escritório Federal de Compra e Tecnologia Militar), sub-departamento BA II é responsável pelo programa, enquanto o usuário é representado pelo Diretoria de Infantaria na Escola de Infantaria em Hammelburg.

Em 1997, propostas industriais competiram para a fase experimental. Após avaliação detalhada um contrato foi assinado com a DASA-Dornier (agora EADS Dornier), que lidera uma equipe de várias companhias alemães chamada ""Projekthaus System Soldat".

A fase experimental terminou no ano 2000, e o resultado foi combinado com outras análises conceituais e avaliação de risco/estudos de redução de risco foram seguidos pela fase de definição do conceito básico do sistemas (como descrito acima) e na materialização de um sistema demonstrador de funções consistindo de um uma equipe com líder de GC, fuzileiros e especialistas. O demonstrado foi completado em abril de 2002, e está sendo avaliado extensivamente. A entrada em serviço do IdZ é esperada para 2005.

Os planos atuais são de 1.100 sistemas (mais de 11 mil soldados) para o exército alemão e forças de segurança da Luftwaffe. O primeiro lote de 360 sistemas será usado pelas tropas Jager, com 800 adicionais até 2010. A prioridade são para as tropas aerotransportadas, montanha e forças especiais, seguida das forças blindadas. A força aérea deve receber 90 sistemas. Os custo preliminares indicam US$ 600 mil por sistema completo ou 60 mil por soldado.

Sistema IdZ em teste em junho de 2000. O IdZ é focado em necessidades atuais e futuras da força de infantaria desmontada alemã, incluindo montanha, pára-quedista e blindada.


Primeira geração do IdZ em 2004.


Comparação entre o IdZ (a esquerda) e o equipamento atual do Exército Alemão.


O IdZ irá usar equipamentos já disponíveis como o fuzil G-36


Alguns componentes e subsistemas já estão em produção, e serão distribuídos nas forças de reação rápidas no Kosovo (KFOR - 2 sistemas) e Macedonia (1 sistema) para testes em campo. A compra compreende centenas de roupas protetoras e sistemas de carga, assim como rádios individuais e computadores. Os resultados dos testes serão uma contribuição importante para reduzir risco e assegurar aceitação. Além dos americanos (Land Warrior no Afeganistão), só alemães testaram o programa de modernização de soldados em ação.

Exercito alemão já recebeu 150 protótipos ESB (Einsatzbedingter Sofort Bedarf) do IdZ após testes em Kosovo em 2002.  O Consorcio Projekthaus System Soldat liderado pela EADS Dornier deve entregar o ESB lote 3 em 1 junho de 2004 para equipar tropas no Afeganistão.  Está previsto a compra de 1500 IdZ V1 padrão que deve iniciar a entrega no fim de 2004 e continuar até 2006 para as forças especiais (Division Spezielle Operationen).

Próxima Parte: Programa Land 125 - Wundurra da Austrália


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