Programa Land Warrior


 


O sistema de soldado Land Warrior (LW) é o programa de modernização de soldado do US Army, gerenciado pelo Natick US Army Soldier Systems Center, para integrar o infante desmontado no sistema de comunicação do campo de batalha digital do futuro.

O LW explora melhorias em comunicações, sensores, materiais, navegação e troca de informações, incluindo uso de hardware COTS (commercial off-the-shelf),  para formar um sistema de combate modular. O LW integra armas leves com equipamentos de alta tecnologia para permitir que as forças terrestres desloquem, lutem e vençam o campo de batalho do século XXI.

O LW inclui tudo que o combatente veste, leva e consome em um ambiente tático e transforma o soldado individual em um sistema de armas total. Foi a primeira vez que o equipamento do soldado será projetado como plataforma de arma completa.

Cada subsitema ou componente foi projeto para funcionar integrado com os outros. O programa LW é o mais avançado em termo de tamanho, escopo e cronograma que integra o infante desmontado no campo de batalha digital.


Histórico

O programa Land Warrior iniciou em 1991 quando o grupo de estudo Army Science Board recomendou que o serviço olhasse para o soldado como um sistema de arma completo.

Em dezembro de 1992 o US Army completou o programa Soldier Integrated Protective Ensemble (SIPE), iniciado em 1991, que foi um demonstrador avançado de tecnologia de soldado e desenvolveu sistemas integrados para o soldado lutar e se proteger. O SIPE definiu os requerimentos do LW.
O SIPE mostrou que melhores capacidades podem ser atingidas com uso de um sistema de combate integrado modular num infante desmontado.

O SIPE resultou em dois outros esforços, o Land Warrior, que dá prioridade para o uso de tecnologias já existentes, e o Generation II Soldier System (GEN II) ATD (demonstrador de tecnologia avançada) para demonstrar sistemas futuros avançados para o programa 21st Century Land Warrior (21 CLW) Science and Technology (S&T).  

O 21 CLW transformou-se no programa Force XXI Land Warrior (FXXI LW) para complementar o programa LW. O FXXI LW coordena o programa LW com outros programas como o Combat Identification (CID), Personnel Status Monitor (PSM), Lightweight Chemical Agent Detector (LWCAD), Integrated Sight (IS), o míssil Javelin, e o fuzil/lança-granadas Objective Individual Combat Weapon - OICW (agora SABR).


Proposta do GEN II ATD

A evolução do soldado como um conceito de sistema originou da necessidade de missão estabelecida pelo The Enhanced Integrated Soldier System – Dismounted (TEISS-D), aprovado em 8 setembro de 1993.

Em 1994 o Enhanced Land Warrior Program foi dividido em três programas: o Land Warrior, Air Warrior e Mounted Warrior, além de um programa de longo prazo chamado 21st Century Land Warrior. Nesta época era esperado que o LW estivesse pronto para testes em 1997.

O Training and Doctrine Command (TRADOC) aprovou os requerimentos operacionais do LW em abril de 1994. Uma equipe da Hughes Aircraft (agora Raytheon Systems Company) - que inclui a Motorola Government and Systems Technology Group, Gentex, Battelle, Omega e Honeywell, receberam o contrato em julho de 1995 no valor de US$ 96 milhões para construi protótipos para provar o projeto básico e obter respostas dos soldados. A equipe perdedora (Litton) protestou e os fundos só foram disponibilizados em janeiro de 1996.

A Raytheon trabalhou desde o inicio com o US Army Infantry Center em Fort Benning e outras organizações para garantir que o sistema LW fosse aceito pelos usuários. Por exemplo, a mochila tem mecanismo para que possa ser retirada rapidamente, para que o soldado apenas solte caso seja necessário. Isto foi pedido pelos soldados.

Era planejado que o programa custaria cerca de US$2 bilhões para 34 mil conjuntos para equipar cinco tipos de unidade: infantaria, Ranger, pára-quedista, assalto aéreo, leve e mecanizada.

Os testes em nível pelotão foi seguido de testes a nível de batalhão na 82a divisão pára-quedista. Os planos iniciais eram de entregar 10 protótipos em novembro 1996 para teste experimentais em Fort Benning. O sistema deveria ter 70% da capacidade previstas. Os experimentos a nível de grupo de combate iria determinar a efetividade do sistema antes da revisão geral em março de 1997.

A Hughes (agora Raytheon) produziu 18 conjuntos de produção para qualificação. Em junho de 1998 a companhia forneceu 45 sistemas para operação inicial para validar produção.

A produção planejada era de 620 para 1999, 1430 conjuntos para 2000 e 1890 conjuntos para 2001, custando US230,7 milhões no total. Ao total deveria chegar a 4800 conjuntos para o primeiro lote (Block I). O custo esperado para cada unidade era de US$70 mil (dólar de 1996)que poderia diminuir para US$50 mil com unidades adicionais (45 mil no total). O USMC e a USAF são possíveis usuários assim como países estrangeiros.

O LW foi projetado para equipar uma divisão de tropas desmontadas até o ano 2000-2001. A 4a Divisão Infantaria deveria ser a primeira digitalizada em 2000-2001, seguida 4o Corpo de Exército em 2004.


O programa LW também terá uma versão de tripulantes embarcados em terra e no ar. A foto é de um modelo Mounted Warrior. A empresa Simula foi escolhida em setembro de 2003 para integrar o Clothing and Individual Equipment (CIE) do Air Warrior Ensemble. O AWE será usado por tripulantes de helicópteros para melhorar o desempenho nas áreas de interface, conforto, segurança e sobrevivência. Consistem de blindagem, itens de sobrevivência, sistema sobre o mar e colar de flutuação.


Subsitemas de Armas

O LW irá melhorar a efetividade da unidade de infantaria através de tecnologias e integração de sistemas, para funcionar como um sistema coeso. Na parte de gerenciamento de carga, o sistema LW irá focar em integrar os componentes do subsistema de arma no sistema do soldado, com acesso acústico e visual as informações do sensor e computador, integrando o soldado e arma, adicionando capacidade de identificação, com localização de posição, capacidade de receber e transmitir dados e voz para troca de informações, determinar localização própria para navegação, aumentar proteção balística e QBR (química, biológica e radiológica) e ter capacidade de modernização integrada. O resultado será uma pequena unidade melhor adaptada as condições da combate antes do contato e atacar com manobra decisiva após o contato.

O LW Block I (versão 1.0) terá capacidade essencial mínima para combate aproximado e é focado em unidades leves e forças especiais até nível de batalhão. Os requerimentos permitirão que a unidade equipada com o sistema LW entre em contato onde e quando escolher, continue a pressionar o inimigo com manobra e fogo, e derrotar o inimigo com o assalto final.

O componente chave é usar troca de dados digitais para mudar ordens, localizar posições amigas e inimigas, se orientar e engajar o inimigo a maior distancia. Os sistemas necessários são rádios de curto alcance, meios de localização, gerenciamento de rede, estrutura de dados, telêmetro laser, sistema de mostruário de dados no capacete e interface com armas leves no pelotão e companhia.

O requerimento do Block II (versão 2.0) permitirá preparar a missão ainda montado no Interim Force Vehicle Stryker (blindado Piranha III). O LW poderá desenvolver a situação enquanto se move no blindado. Levando uma carga menor poderá marchar mais rápido e diminuir o gasto de energia. Também terá sistema melhor de fornecimento de energia a partir do Stryker, diminuindo o peso e o esforço de logística.

A versão Block III (versão 3.0) terá capacidade de interoperabilidade com o sistemas de comando e controle (FBCB2) em todos os níveis. Também terá melhorias do programa Objective Force Warrior (OFW) que será a capacidade máxima do sistema e que ainda não definido completamente (ver adiante).

Muitas lições aplicada ao sistema foram tiradas do exercício Task Force XXI no NTC em 1997. A 4a divisão simulando sistemas digitalizados cobria uma área de 500x250km, infringiu o dobro de baixas no inimigo, na metade do tempo, com o triplo do campo de batalha, com 25% menos plataformas de combate.


O US Army calcula que 23 homens equipados com o sistema LW podem controlar uma área de 10 km quadrados que eram controlados por 38.300 homens durante a Guerra Civil Americana. Em 2020, com as próximas gerações do LW, usando armas como a SABR, sete homens poderão dominar a mesma área, ou 28 LW poderão controlar 24 km quadrados que eram controlados por 165 mil homens em Gettsburg. O objetivo para 2010 é formar um grupo de combate de 7 homens (líder e duas equipes de fogo), com quatro GC formando um pelotão.


As armas do LW são otimizadas para combate aproximado e autoproteção. A equipe irá fazer reconhecimento e aquisição de alvos (detecção e identificação) no campo de batalha, passando a posição e imagens para centros de comando para controle de armas de apoio de fogo (aviação e artilharia).


A abordagem de sistema de combate do LW integra a letalidade, C4I (comando, controle, comunicações, computação e inteligência), mobilidade, sobrevivência e apoio, como o centro dos avanços do sistema de modernização. O desenvolvimento dos subsistemas do LW foram desenvolvidos para priorizar a letalidade, seguido da sobrevivência e Comando e Controle em terceiro lugar.



Atualizado em  15 de abril de 2004

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