Objetctive Force Warrior



O Objective Force Warrior - OFW - é um programa de ciência e tecnologia para desenvolver e demonstrar capacidades revolucionárias para o sistema de soldado. Faz parte de um esforço maior chamado Objective Force para transformar o US Army numa força mais letal e móvel em 2010.

Um conceito de "sistema de sistemas" integrado será usado para apoiar uma força centrada no soldado. O OFW será o pilar principal da estratégia Objective Force. Será integrado e complementará as capacidades do Future Combat System - FCS - que será uma família de veículos de combate da Objective Force. O programa OFW terá o cronograma alinhado com o Future Combat Systems para manterem o mesmo passo.

O conceito OFW é demonstrar um equipe de soldados e armas revolucionarias através da abordagem de sistemas de sistemas. O requerimento é de peso entre 50 a 40lb, 24 hora de operações autônomas e conectado ao FCS. O programa OFW também auxiliará o TRADOC na definição dos requerimentos do Land Warrior Block III até a fase de transição de demonstrador de tecnologias.



O FCS terá versão sobre rodas e esteira. Irá substituir o Striker (Piranha III) que está atuando como FCS provisório. O FCS deve pesar no máximo 20 toneladas para ser transportado pelo C-130. Terá propulsão híbrida diesel-elétrica. Poderá levar robôs para reconhecimento, operações QBR, evacuação de feridos e transporte de suprimentos. O FCS será a cavalaria da Brigade Combat Team. O BCT será uma brigada que pode ser levada para qualquer lugar do mundo em 96h, uma divisão em 120 horas e 5 divisões em 30 dias. 

O soldado será o centro da força por estar mais próximo do combate e com mais frequência. O soldado será estudado em todos os aspectos para conseguir a maior integração possível. O OFW poderá ser usado desde missões de paz até conflitos de alta intensidade.

O OFW é um esforço de pesquisa com objetivo é modernizar o Land Warrior, aumentando a letalidade e capacidade de sobrevivência a partir de 2010-2012. Não irá substituir o LW, mas será uma modernização a partir do Land Warrior Block III, chamado Land Warrior Stryker Integration
, que terá capacidade de operar com FCS a partir de 2006.

O OFW irá se juntar neste processo com a designação de Land Warrior Advanced Capability a partir de 2008, coincidindo com a entrada em serviço do FCS.
O Land Warrior, como primeiro sistema de soldados, será uma fonte de aprendizado para aplicar no OFW.

O esforço do OFW envolve a capacidade soldado individual e sua unidade em conseguir superioridade sobre seus oponentes em todo espectro de conflito. É esperado que o OFW aumente em 20 vezes a capacidade de combate em relação ao Land Warrior Versão 1.0 que está planejado para entrar em operação com os Ranger em 2004.

Até uma melhoria de 10 vezes permite que a necessidade de manter superioridade de 3x1 no planejamento de ataque, seja possível com uma inferioridade de 1x3 contra um inimigo convencional. A efetividade irá tornar um infante e sua unidade equivalente a uma equipe de helicópteros AH-64 Apache.

Outro objetivo do OFW é diminuir as próprias baixas e diminuir os custos de manter uma força de infantaria desmontada.

O programa OFW S&T (ciência e tecnologia) busca demonstrar tecnologias
de sistema de combate individual integrado, leve e letal que inclui arma, roupas protetoras de baixo peso com sensores integrados, comunicações em rede, consciência situacional cooperativa, navegação melhorada, controle de tiro em rede, treinamento integrado, monitoramento médico, e subsistemas não tripulados terrestres e aéreos.

Entre os nove requerimentos chave estudados estão a letalidade, C4I, fontes de energia, capacidade de sobrevivência, mobilidade (incluindo redução de peso), sustentação/logística, treinamento integrado e análise e avaliação de desempenho humano.

Na parte de C4ISR (comando, controle, comunicação, computação, inteligência, vigilância e reconhecimento) estão sendo estudados melhorias na comunicação em rede da unidade/grupo de combate, sensores distribuídos, meios de inteligência orgânico, consciência da situação melhorada, treinamento embutido, planejamento durante movimento e ligação com outras foças.

Foram identificados seis áreas cruciais para serem atingidos pelo projeto. Uma é um sistema de comando e controle chamado NC/CSA, baseado em um Common Relevant Operational Picture (CROP). Outro é o "rechback" que será a capacidade de chamar fogo indireto remotamente.

Objetivos de logo prazo são o emprego de software robóticos que vasculha uma rede de informações para buscar as informações necessárias pelo soldado naquele momento.

A consciência da situação pelo grupo através de uma rede de comunicações foi identificado como a prioridade máxima do OFW. Este objetivo, que foi descrito como "uma mudança do paradigma do soldado", inclui uma conduta muito mais radical e revolucionário que a adotada no LW.

A consciência da situação será melhorada com um capacete com sensores integrados, ligado em rede com veículos aéreos e terrestres não pilotados, e ligado ao GC por comunicação.


O primeiro protótipo funcional do capacete do OFW foi criado pela Crye Associated.


O capacete do OFW terá NVG integral, imagem térmica, camera de vídeo, sensores QBR, além de um HUD para mostrar os dados e imagens.


Na parte de letalidade inclui uma família de armas mais leves com sistema controle de tiro avançado e otimizado para combate urbano e terreno complexo para aumentar a letalidade do grupo de combate. A capacidade será distribuída no grupo de combate e otimizada para combate urbano. O FCS irá ajudar na sincronização de fogo direto e indireto.

Inicialmente o US Army considerava o emprego de apenas quatro fuzis/lança-granadas M-29 SABR (cancelado) em um grupo de combate OFW de 9 homens. Os outros deveriam ser equipados com carabinas leves e ou lança-granadas mais novos e simples que disparam o projétil do SABR. Armas não letais também serão usadas.

O esforço inclui estudos sobre armas de fogo direto, morteiros autônomos, munição sem cartucho, munição com sensor infravermelho em miniatura e ogiva termobárica ou carga dupla.

A melhoria na capacidade de sobrevivência será integrada numa roupa combate com proteção em todo espectro, leve e confortável. O OFW irá vestir uma roupa de combate que funcionará como chassi de carga. A nova roupa terá sistema de climatização que permite operar em qualquer estação ou clima sem trocar de roupa. A roupa será pressurizada para dar proteção QBR.


A roupa de combate irá usar tecido de fios de teia de aranha para substituir o Kevlar e cerâmicas de proteção. Internamente terá camadas para proteção QBR. Novas tecnologias estudadas incluem materiais avançados de cerâmicas, materiais compostos e eletro-têxteis.

Assim como os civis, os soldados estão dando mais atenção a própria saúde e bem estar. Dietas suplementares serão área chave de acordo com a Natick, assim como o sono e exercícios.

Sensores médicos e psicológicos irão aumentar o desempenho e sustentação. A roupa será equipada com sensores para monitorar os sinais vitais como ECG, temperatura interna e externa e consumo de calorias. O comandante e o médico poderão acessar as informações. Também está sendo estudada a injeção direta de alimentos ou medicamentos e auto-tratamento de ferimentos.

Um conceito futurístico é uma roupa que pode ser usada no frio e calor. Um sistema de condicionamento de climático evitará que leve roupa adicional. A DARPA estuda um sistema de circulação de fluidos na roupa para resfriar ou aquecer o corpo. O calor e o frio são uma causa importante de baixa em combate e treinamento.

A roupa de combate também poderá interagir com o ambiente. A camuflagem poderá interagir com ambiente com as cores podem escurecer ou clarear de acordo com o ambiente, ou ser mais ou menos impermeável dependendo do clima.

Seguindo a experiência da russa na Chechênia, onde os sniper e armadilhas eram a maior ameaça, será dada ênfase adicional nestas áreas. Outro esforço inclui sistemas de detecção de minas.

O requerimento de energia do OFW é muito desafiador. A grande autonomia planejada  - o OFW deve ser capaz de manter operação continua por 72 horas - dá grande valor a logística.
 
Este requisito deve ser atingido com uso de mulas robóticas e células de energia em desenvolvimento pela DARPA. Também estão sendo investigadas áreas alternativas como microturbinas, painéis solares no capacete e resuprimento aéreo autoguiado.

Outro aspecto radical do OFW é resolver o problema do peso evitando a aparência de "árvore de natal" do soldado levando cada vez mais "trecos", ao invés de sistemas essenciais em pouco meios básicos.

Geralmente o peso extra de novos itens era adicionado ao soldado sem se incomodar como ele iria integrar ao todo. O US Army sempre trabalhou na redução do peso, mas raramente em integração. O peso é um grande problema e a integração evitará que o soldado jogue fora o que não precisa para lutar. Se tiver sucesso o sistema OFW pesará 23kg no máximo.

O OFW irá operar sensores remotos - não instalados no sistema - e de apoio como "mulas" robóticas (veículos semi-autônomos todo terreno) que podem levar sistemas de purificação de água, recarregador de bateria, reservatório de munição, comida e outros itens. As mulas também poderão lançar "cães" e "águias" (veículos pilotados aéreos e terrestres, respectivamente, equipados com sensores) para reconhecimento e inteligência.

Estas plataformas robôs serão desenvolvidas como parte integral do sistema OFW e serão usadas a nível de grupo de combate. Estes meios adicionais poderão até agir como plataforma de armas como morteiros. A mula irá levar parte do equipamento que um soldado normalmente não leva e outras funções. Os sensores podem ser FLIR, camera térmica e sensores QBR. Isto já foi usado no Afeganistão com mulas de verdade.  É um passo importante para reduzir o peso de 45kg atuais para 18-23kg no futuro.


O equipamento essencial e não instalado no sistema de soldado será levado pela mula robótica. A mula é parte do sistema e cada grupo de combate terá uma. A Mula irá gerar água pura, recarregar baterias e será usada como plataforma de armas e sensores mais avançados. Os sensores e a consciência da situação será equivalente a disponível atualmente a nível de batalhão ou superior.

  


Um manequim mostrando um protótipo do conceito Scorpio de redução de risco do OFW durante a apresentação do conceito para o Pentágono em maio de 2002.
A General Dynamics foi escolhida para desenvolver o OFW nas fases II e III.

Entre 2000-2001, cinco conjuntos de empresas examinaram os planos para o OFW. Foi concluído que 60% do requerimento de desempenho de desejável pode ser atingido em 2010, e 100% em 2018.

O pedido de propostas (RFP) foi lançado em março de 2002. Em 29 de agosto de 2002, o Natick Soldier Center premiou as equipes industriais lideradas pela Exponente Inc e General Dynamics para desenvolverem a Fase I (conceito e desenvolvimento de tecnologia) no valor de US$7,5 milhões que durou oito meses. A proposta de usar dois integradores de sistema foi usada para promover criatividade e criar tensão competitiva.

A General Dynamics foi escolhida em fevereiro 2003 para a fase 2 e 3 e recebeu um contrato de US$59,9 milhões que pode chegar a US$791 milhões. Agora deverá detalhar o OFW até 2005 com produção de dois protótipos durante a fase II (de projeto). Os componentes desenvolvidos já poderão se inseridos no Land Warrior.

Na Fase III de construção, treinamento e desenvolvimento ocorrera entre julho de 2005 e setembro de 2006. Será construído cerca de 50 protótipos de
sistemas desmontados OFW para demonstração em campo a nível de grupo de combate e pelotão e interoperabilidade com FSC. A segunda fase de desenvolvimento deve seguir até 2011.

Os planos atuais são terminar a primeira versão do OFW em 2006. A primeira unidade deve estar equipada entre 2008-2012, assim como o FCS, com uso em larga escala em 2018. O OFW Block II (Land Warrior Block IV) será realizado em paralelo com o FCS Block 2. Os contratantes irão trabalhar com o governo e contratantes selecionados para o programa FCS, e outros sistemas de comando e controle, para colher benefício para os dois programas.

Inicialmente será criado um pacote imediato, ou “ensemble”, que inclui armas pessoais e de grupo de combate, comunicações, sensores, capacete, computadores para manter uma compressão do espaço de batalha, e uma unidade de energia. Depois será estudado conectores eletrônicos para levar sistemas controlados no campo de batalha. O OFW-ATD servirá como um pequena unidade de combate com tudo que pode estar disponível para deslocamento avançado via comunicações seguras e imediatas. Isto implica em um soldado que tem tudo para as estações do tempo, capaz de fazer fogo indireto, C4I horizontal e vertical, apoio aéreo aproximado, reconhecimento e vigilância, avaliação de danos de batalha, guerra QBR, mobilidade terrestre e apoio de busca e salvamento.

O Objective Force Warrior passará para o PEO Soldier em 2006 quando será chamado de Land Warrior Advanced Capability. O Program Executive Officer for Soldier Systems ou PEO Soldier é responsável pelo Land Warrior, Air Warrior e Mounted Warrior. O investimento total deve chegar a US$15 bilhões.


A visão do conceito do Sistema Land Warrior do US Army Operational Forces Interface Group.



O OFW poderá ter versão para a cavalaria, assim como o Land Warrior teria a versão Air Warrior e Mounted Warrior.


O Soldier Systems Center (Natick) planeja testar um demonstrador de tecnologia do OFW entre 2002-2008. Ele poderá passar para a fase de desenvolvimento e testes em 2008 podendo entrar em serviço em 2010-2012. Deverá pesar no máximo 23kg, comparado com 40kg atuais com tecnologia atual.


O Robotic Infantry Support System (RISS) ou Mula robótica da General Dynamics de mulas robóticas inclui o Mini-Unmanned Ground Vehicles (MUGVs) seria uma plataforma de sensor semi-autônoma para expandir consciência situacional  e limitar riscos para o pessoal. O Robotic Armored Assault System (RAAS) levaria três sistemas de armas, incluindo lança-granadas, morteiro e munição anti-carro. O RISS seria usado para reduzir a carga do soldado e teria funções logísticas, além de poder levar UGV. A empresa Eagle Enterprise da equipe Exponente examinou três sistemas robóticos com funções de veículo de apoio individual, veículo de apoio de grupo de combate e veículo de apoio de foto pesado. Também estudou dois UAVs leves.

Em agosto de 2003 a Lockheed Martin foi selecionada para desenvolver o Future Combat System (FCS) Multifunction Utility Logistics and Equipment (MULE). O contrato foi fornecido pela equipe FCS Lead System Integrator (LSI) formada pela Boeing e a Science Applications International Corporation (SAIC). O custo deve ser de US$200 milhões. O MULE será uma plataforma móvel para o OFW em funções desmontadas. Será um veículo 6x6 com suspensão articulada independente e motor elétrico em cada roda. O veículo deve ser capaz de subir obstáculos de 1,5m, cobrir vala de 1,5m, inclinação lateral de 40% lateral, vadear a 1,25m, ultrapassar obstáculos de 0,5m. O veículo da classe 2,5 toneladas tem três variantes: transporte, assalto aéreo e anti-minas. A configuração de transporte irá apoiar o OFW com transporte de cargas e apoiar dois grupo de combate desmontados. A versão de assalto aéreo será armada com armas de supressão e anti-carro.


O programa OFW inclui o desenvolvimento de novas armas como uma nova metralhadora para o grupo de combate.

   
O OFW irá usar células de energia para produzir eletricidade.
Em 2003, as tropas americanas no sul do Iraque usaram metado das necessidades previstas de bateria em apenas alguns dias. Todo estoque foi usado em dois meses. As tropas do norte nem tinham reposição.


Planos de redução de peso dos soldados do US Army.


Atualizado em  15 de abril de 2004

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