AIF - PAPOP

Em termos de arma individual a França está concorrendo com um sistemas semelhante ao SABR. A capacidade de incapacitar alvos múltiplos e individuais escondidos em trincheira, atrás de paredes ou cômodos, protegidos com colete a prova de bala contra projeteis de alta velocidade ou fragmentos (nível do colete americano PASGT), é visto como a chave para obter superioridade militar em operações urbanas.

Também existe o consenso que munição fragmentada programada representa o mecanismo mais letal para esta missão. A arma secundária cinética clássica de 5,56mm deve ser incorporada para situações onde o sistema está danificado ou para tiro instintivo/emergência.

O projeto AIF - Arme Individuelle Future ou Arme Infanterie Futur - é a resposta francesa para estes problemas e deve equipar o FELIN V2 no Exército Francês substituindo o FAMAS V1 do FELIN V1.

Para ajudar na definição do AIF, a DGA contratou a GIAT em junho de 1995 para conduzir o demonstrador de conceito PAPOP (PolyArmes, POlyProjectiles) em duas fases .

O PAPOP está sendo desenvolvido para o requerimento da OTAN do "Individual Combat Weapon" de uma arma única, e para saber se uma única arma pode disparar munição cinética e explosiva.

A GIAT é o contratante principal, junto com a FN Herstal (responsável pela arquitetura da arma, integração dos sistemas e munição cinética) , Sfim ODS (sistema de controle de tiro), Euroimpact (munição explosiva) e Lacoix.

O PAPOP 1 equivale a fase 1 do demonstrador que pesa 8kg, incluindo carregador de 25 tiros calibre 5,56mm e três munições explosivas de 35mm, para engajar alvos duros até 600metros. A pontaria era por uma câmera de vídeo com tela LCD separada que permitia ver em esquinas e cantos sem se expor.


Conceito inicial do PAPOP com lança-granadas de 35mm (três tiros) e fuzil cinético calibre 5,56mm com carregador de 25 tiros. O PAPOP 1 pesa mais de 8kg carregado. Foi considerado muito pesado, volumoso e desconfortável. A proposta não foi aceita.


Demonstração tática do PAPOP 1. O PAPOP é um estudo ergonômico preliminar para uma arma multi-munição similar ao SABR, desenvolvida para o programa FELIN.


A câmera de TV no PAPOP permite realizar vigilância e pontaria sem se expor.

A fase 2 de estudo foi termina em 1999. O conceitos preliminares incluíam calibre 25mm, 40mm sem recuo, e 35mm não programável.

A fase 2 testou modelos específicos, com o PAPOP 2 sendo um demonstrador otimizado para guerra urbana, com peso reduzido para 6kg. O limite é esperado para 2 tiros de 35mm e 25 de 5,56mm com sistema de controle de tiro integrado. A GIAT também estudou um modelo 2 de 10kg para arma de apoio com carregador de 10 tiros de 5,56mm e 5 de 30mm.

 

Mock-up do AIF versão compacta resultante da experiência com o PAPOP 1. A arma revisada será usada no
FELIN V2 em 2012. Usará a mesma munição 5,56mm e duas granadas de 35mm.


Corte interno do PAPOP 2.

A solução ideal parece ser o calibre 35mm com sistema de baixo impulso Lacroix Samourai que pode disparar três tiros programáveis com espoleta Oerlikon com padrão de fragmentação lateral e frontal. A fase de desenvolvimento do projeto AIF selecionado deve iniciar em 2005.

PAPOP x SABR

O primeiro ponto de divergência com o projeto SABR é o calibre da arma primária e raio letal requerido. A GIAT calculou com modelagem balística e outros cálculos que os fragmentos de metal tem que ter energia cinética suficiente para penetrar qualquer proteção balística com energia suficiente para ter efeito sobre o alvo.

Para isto vários fragmentos devem atingir o alvo. O alvo deve estar a até 5 metros do ponto de detonação e a munição (ou fragmentos) devem ser capazes de projetar grande quantidade de fragmentos de metal, se possível na direção do alvo. Os fragmentos também devem ser grandes o suficiente e ter energia inicial alta.

A maioria dos fragmentos não atinge nada principalmente se os padrão de fragmentação não for moldado. Para melhorar a efetividade da geração de fragmentos, é possível imaginar que com um alvo visível a trajetória dos fragmentos podem ser orientado nesta direção durante o vôo, com a munição sendo detonada a alguns metros antes do alvo. Se o alvo está coberto por parede ou trincheira, o padrão de fragmentos precisa ser mais lateral, com a munição detonando quando passa próximo ao alvo.

Para gerar fragmentos regulares com massa definida, o gerador de fragmentos deve ter elementos de metal pré-fragmentados. Um explosivo apropriado é usado para dar a velocidade inicial necessária, e o sistema de controle de tiro também irá permitir que o padrão do disparo seja preparado criando um cone frontal ou lateral.

A GIAT realizou estudos com apoio da DGA e concluiu que o calibre de 20mm não funciona para destruir alvos com colete a prova de balas e com o raio letal de 5 metros de fragmentos. Estudos mostraram que o calibre de 30mm gera fragmentos com melhor resultado e ainda melhor com 35mm. Calibres maiores são incompatíveis com arma portátil, enquanto menor que 25mm não gera fragmentos suficientes.

A concepção da arma completa (sistema) é baseada no peso de munição necessária para incapacitar, em conjunto com outros parâmetros como calibre, velocidade inicial, alcance e características do sistema de controle de tiro.

Para precisão adequada e pequeno tempo de vôo a trajetória precisa ser tensa com velocidade inicial maior que 150m/s. Um impulso específico precisa de um mecanismo de recuo longo. Uma velocidade baixa leva a uma configuração convencional. Um compromisso ideal foi da ordem de 20-25N, com recuo curto e limites de massa do recuo para o mecanismo.

A solução mais simples é uma arma de tiro único, mas com recarga manual que atrapalha a pontaria. Dois tiros prontos mostraram ter um bom compromisso, e permite dois disparos rápidos para cada sequência de disparo. Se um alvo não é atingido após duas detonações a curta distância, deve ser considerado que é hora de mudar de posição.

O peso total é restrito pelo número de tiros carregados na arma e transferência do máximo de funcionalidade para o atirador. A interface da arma com o sistema do soldado também permite diminuir o peso com transferência do sistema de controle de tiro e optrônicos transferidos para o soldado.

Estudos em computador mostraram que o calibre de 35mm foi considerado mínimo para o número e padrão de distribuição de fragmentos, com granadas frontal e lateral separados, em contrates com os resultados da munição de 20mm do SABR.

Mais de um tipo de granada pode ser problema no campo de combate. A granada deve ser otimizada para padrão frontal ou lateral escolhido antes do disparo. Este requisito é cumprido com dois acionadores programáveis, um ou outra ogiva é acionada quando a granada passa pelo cano. Se o traseiro for programado, terá fragmentação frontal com velocidade de 1.650m/s para os fragmentos e os laterais  de 1450m/s. Se o acionador central for acionado, a ênfases será em fragmentação lateral, com frontal a 1500m/s e oposto aos espalhamento de fragmentos principal lateral de 1600m/s. O corpo interno é pré-fragmentado em elementos de tamanhos significativos.


Munição auto-explosiva calibre 35mm. Cada granada sai do cano a 300m/s e não tem cartucho (vai com a granada). Pesa 200g com carga de 43g de auto-explosivo ativo.

O disparo da granada de 35mm produz muito recuo e está sendo diminuído. Também pode ser disparado sem usar o ombro. O PAPOP pode ser disparado sem encostar no corpo.

A parte frontal tem mira diurna/noturna com telêmetro laser e programador da granada, ligados a um display acima da arma. A tela pode ser movida para disparo de posições escondidos, como cantos, ou para observação. A bateria e o computador ficam na coronha.

A tela também pode transmitir imagem  para reconhecimento ou controle de tiro, pois o PAPOP é parte de outro sistemas digitalizados do campo de batalha.

Os requisitos finais incluem longo alcance, capacidade de destruir alvo abrigado e integração com o FELIN. A munição explosiva terá impulso médio e leve. Poderá ter opção de arma individual com dois lançadores e arma de apoio aproximado com um ou dois lançadores. Todos com sistema de controle de tiro integrado.


Demonstração tática do PAPOP 2 incluindo visão indireta.


A empresa Lacroix Defense francesa desenvolveu o armamento para guerra urbana Samourai durante o desenvolvimento do PAPOP. O sistema consiste um lançador de ombro com capacidade de ser usado em locais fechados. A família de munição pesa 600g cada com alcance de 600m e inclui projéteis de demolição, abertura de brechas, fumaça/luminosa, fumaça e treinamento. A munição pode vir em calibres de 40mm, 60mm e 3 polegadas.
 

Próxima parte: lança-granadas OCSW / ACSW


Voltar ao Sistemas de Armas


2003 ©Sistemas de Armas
Site criado e mantido por Fábio Castro


     Opinião

  FórumDê a sua opinião sobre os assuntos mostrados no Sistemas de Armas
  Assine a lista para receber informações sobre atualizações e participar das discussões enviando um email
  em branco para sistemasarmas-subscribe@yahoogrupos.com.br