UNIDADES DE
FORÇAS ESPECIAIS
As FOpEsp modernas
apareceram na Segunda Guerra Mundial. A primeira, e
que pode ser considerada a base para as outras forças, foi o SAS
(Special Air Service)
britânico.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o
conceito do SAS nasceu
de um conceito de uma força ofensiva pequena e móvel,
inspirada nos comandos Boers sul africanos que aterrorizavam as tropas britânicas no fim
do século
XIX. O SAS inicialmente seriam chamados de "Storm Troops” ou Leopardos.
Com o treinamento de pára-quedismo passaram a ser SAS.
O SAS foi usado inicialmente para
atacar bases aéreas alemãs no Norte da
África. Após uma incursão sem sucesso com
infiltração por pára-quedas contra uma base
aérea o SAS passou a atuar com o LRDG para infiltrar e
exfiltrar por
terra no deserto usando veículos. O SAS passou a plantar bombas nos aviões
alemães e em uma
ocasião atacou com metralhadoras e granadas passando a ser uma
opção. O SAS
destruiu mais de 400 aviões da Luftwaffe, ou mais do que a RAF
destruiu em terra e no
ar. Após a Segunda Guerra Mundial foi decidido que os Royal
Marines e o SBS
iriam fazer incursões de curto alcance e o SAS incursões
de longo alcance e
longa duração dentro de uma estratégia contra a
União Soviética. O SAS atuou na
Malásia em 1948 onde foram apoiados por helicópteros.
Faziam ações psicológicas
como as Forças Especiais americanas.
Uma inovação no
conflito da Malásia foi o treinamento de linguagem local e
um melhor treinamento em enfermagem, tanto para ajudar nas patrulhas quanto
para
as ações cívico-sociais, capacidades que se tornaram
padrão
para as Forças Especiais para
conquistar "corações e mentes".
O SAS tem um regimento regular, o 22
Regimento, e os Regimentos 21 e 23 da força
de reserva territorial. Os regimentos de reserva só não
recebem treinamento
anti-terror e o treinamento é mais arrastado. Geralmente atuam
como
"inimigos" nos treinamentos de tropas convencionais.
Em meados 1991, o SAS foi deslocado para o
Golfo Pérsico, durante a Guerra no Golfo, realizando
ataques diversionários a frente do ataque principal das
forças da Coalizão,
destruir linhas comunicações e caçar os
lançadores de mísseis Scuds.
O SAS australiano (SASR) era
inicialmente parte do SAS britânico, mas se
tornou independente. Atuou em Bornéu (Brunei) em 1965 em missões
de
"corações e
mentes", depois no Vietnã onde realizaram patrulha de longo
alcance,
incluindo junto como MACV-SOG. Durante a
atuação em Bornéu tiveram que aprender
enfermagem para ensinar cuidados de saúde para a
população devido as condições
sanitárias
inadequadas. Para respeitar a cultura local tiveram que aprender a linguagem
e
costumes locais. O SASR atuou
no Vietnã em patrulhas a
pé e veículos, fazem
proteção VIP e atuam como força de
reação rápida. O curso de patrulha atual é igual
ao curso de Recondo do Vietnã.
As tropas
do SASR são especialistas em várias habilidades ao
invés de se especializarem
em apenas uma como nas outras forças, tendo que ser capazes
de realizar
vigilância, reconhecimento, coleta de inteligência,
salvamento de combate, ação
direta, operações anfíbias,
operações aerotransportadas, contra-guerrilha e antiterror. Um dos motivos é limitar o impacto das perdas em
combate. A maioria
dos operadores do SASR também têm algumas
qualificações lingüísticas. A única
especialização visível são os meios de
infiltrações das equipes. Uma tropa
especial do SAS é o TAG, ou Tactical Assualt Group, uma
unidade antiterror
dividida em unidades terrestre (Gaunlet Teams) e aquática (Nulla
Teams) que atuam em terra e mar respectivamente.
As Forças Especiais (Special
Forces) do US Army (Boinas Verdes)
foram criadas em 1952 por veteranos da OSS da Segunda Guerra Mundial
para
realizar ações de guerrilha ou guerra irregular contra a
URSS. Esta capacidade
automaticamente a torna uma forçaideal para guerra anti-guerrilha. A USAF e a
CIA
proporam criar uma força para operar atrás das linhas
junto com o apoio da
população local e passou a atuar como força
anti-guerrilha.
A OSS americana lançou 87 equipes Jedbourg na Europa ocupada durante a Segunda Guerra Mundial. A equipe consistia de um oficial americano, um operador de rádio e um oficial do país do local de operação (francês, holandês etc). A equipe treinava e comandava a guerrilha local em operações de sabotagem, inteligência e ação direta. As equipes Jedburgh armaram e treinaram mais de 20 mil guerrilheiros. Foram usados para cortar linhas ferroviárias, emboscar tropas e comboios de estrada com o objetivo de desviar forças de outras frentes. Depois da invasão no dia D passaram a proteger as pontes e fontes elétricas das tropas alemães que se retiravam. O conhecimento do terreno, a mobilidade e o moral alto foram importantes para realizarem as missões. Os EUA consideram que as guerrilhas tiveram um efeito equivalente a 12 divisões.
Outras 19 equipes tipo OG formadas por 15
operadores podiam atuar sozinhas
ou com ajuda
da guerrilha local. Foram responsáveis por 928 mortes entre os
soldados alemães
com apenas 13 perdas. Já o destacamento 101 da OSS atuou em
Burma com 684
americanos controlando 11 mil guerrilheiros locais. Sofreram 22 baixas
mais 184
baixas na guerrilha contra 5 a 10 mil japoneses mortos. Foram
responsáveis por
90% da inteligência coletada e designaram 85 dos alvos atacados pela USAF na
região. Para
conseguir respeito da guerrilha local tiveram que aprender e adotar a
cultura e
a linguagem local. Depois da Segunda Guerra Mundial a OSS foi tirada de serviço
por
competir com outras agências de inteligência como o FBI e a
CIA. As operações da OSS são um dos poucos
exemplos de operações de guerra não convencional
com sucesso.
As FE americanas foram
formadas por veteranos de forças especiais da Segunda Guerra
Mundial para criar
e desenvolver doutrina, treinamento e equipamento. O problema é
que a maioria
eram ex-rangers e tinham todas as características que as FE
não devem ter pois
eram máquinas de matar e não eram bons em diplomacia e
compreensão. Os Boinas Verdes recebem instrução
sobre psicologia, antropologia,
economia, ciência política, relações
internacionais e história.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a OSS fazia sabotagem e
incursões contra instalações e comboios
alemães na França e treinava a
resistência local. Tinham treinamento na língua local. O
SAS britânico fazia a
mesma missão. Um bom exemplo seguido pelos Boinas Verdes eram as
operações do
SAS na Malásia. Um mau exemplo era a guerra colonial da
França na Indochina e
Argélia.
A experiência do SAS e OSS na Segunda Guerra Mundial mostrou as
qualidades dos
operadores necessárias:
- operam atrás das linhas, sem frente definida, sem saber quem
é amigo ou
inimigo;
- operam em ambiente de grande ameaça e com muito estresse, sem
muito apoio de
forças amigas;
-
deve ser
especialista em todas as habilidades básicas do
soldado, não só para
praticar mas também para ensinar;
-
deve ser
familiarizado com armas amigas e
inimigas;
- deve ter boa habilidade na linguagem da população onde
opera e conhecer a
cultura local;
-
como operar
atrás das linhas tem que ter uma história de cobertura;
-
deve ter
força psicológica para resistir ao estresse de ficar
sozinho, sem
muito apoio e com risco de ser delatado;
-
além das
habilidades militares, deve ser líder político para lidar
com
pessoas que não acreditam ou duvidam das suas
intenções. Deve ser persuasivo e
convincente;
-
os operadores fazem
política do país no exterior e tem responsabilidade para
não atrapalhar.
Algumas características
exigidas das Forças Especiais
são responsabilidade além
do posto, capacidade de assumir riscos maiores, iniciativa, capacidade
de
instruir outros membros, liderança e organização.
No Vietnã, um sargento das Forças Especiais era capaz de comandar até uma companhia de tropas locais que eles mesmos treinavam chamados de CIDGs. Faziam ação direta, apoiavam postos policiais locais e interditavam rotas de infiltração do Vietcong. Quando o CIDG passou a ser usado como tropa regular em ofensivas ao invés de defesa dos locais que viviam, perderam a eficiência. Já os Strikers eram forças locais que tinham objetivo limitado em tempo de atuação (até uma semana) e contra inimigos locais. As FE davam a capacidade de chamar apoio extra de artilharia, apoio aéreo aproximado e helicópteros de ataque nas missões.
Já as
forças MIKE eram do tamanho de uma companhia e respondia ao
chamado dos CIDIGs. Era
uma força de ataque móvel e faziam
penetração atacando alvos no Laos, Camboja e
Vietnã na trilha Ho Chi Min. Passou de força de
reação para ação com missão de
infantaria
leve durante a guerra.
O treinamento das Forças Especiais inclui treino de linguagem para
operar
em território
inimigo, além de treinamento em operações e armas
de vários países,
inteligência, demolição,
comunicações, medicina de combate, patrulha de longo
alcance e precursor pára-quedistas (as Forças Especiais
são todos
pára-quedistas). São preparados para realizar tarefas de
segurança, sabotagem,
evasão e escape, atuando em operações
anfíbias, montanhas e regiões desérticas,
selva e árticas. Em tempo de paz podem atuar como força
opositora para treinar
forças convencionais contra a guerrilha. O treinamento de
enfermagem é longo,
cerca de 40 semanas, incluindo estágio em hospital.
As Forças Especiais tem como formação
básica a equipe A de 10-12 tropas cada um
com uma especialização e treinam um ao outro. O
treinamento cruzado não é para
criar especialistas (armas leves, armas pesadas,
comunicações, engenharia e
enfermagem), mas para ter capacidade de cumprir a missão.
Inicialmente
foi pensado em uma equipe de 13 a 15 homens para ter capacidade de
realizar
ação direta. Depois passaram a ter papel apenas de
treinamento de forças
guerrilheiras.
O 10o Grupo de Forças Especiais é baseado na Europa e
tinha a tarefa de organizar guerrilhas e sabotagem em caso de
invasão do Pacto
de Varsóvia. Para operar por longos períodos atrás
das linhas, as FE recebem
treinamento para deprivação sensorial sendo capazes de
viver sem apoio material
e social atrás das linhas. Entre as capacidades para operar
neste cenário as FE
eram treinados em armas individuas e coletivas dos países
inimigos, demolição,
comunicações, operações clandestinas,
reconhecimento, criação de redes de
inteligência e evasão e escape, ressuprimento a noite e
criação de campo de
pouso e zonas de desembarque. Tinham muito treinamento na linguagem e
cultura
dos países onde deveriam operar. A linguagem não precisava ser
fluente, mas
apenas para manter uma conversa.
Na Guerra do Golfo em 1991, as Forças Especiais tiveram a
oportunidade de
operar em um conflito de grande intensidade. Neste
conflito as FE americanos participaram em grande número, cerca
de 7 mil, de
todos os tipos além dos Boinas Verdes.
Seis destacamentos
de Forças Especiais foram
usados para treinar fugitivos do Kuwait como soldados para liberar seu
próprio
país e treinaram a resistência local. O motivo foi mais
político pois era uma
força que não faria diferença. Quatro grupos de
guerrilhas foram formado com
kuwaitianos com 3.500 homens mas não tiveram apoio
político para entrar em
ação. Os membros da resistência foram usados para
fazer coleta de informações,
mas tiveram sua ação diminuída progressivamente
quando os iraquianos começaram
a matar suspeitos de traição. No total foram mais de 6
mil treinados que
formaram um batalhão de Forças Especiais, um brigada de
comandos e três de
infantaria. Todas participaram da invasão. Os Seals ajudaram a
montar a marinha
do Kuwait fazendo seu papel de Forças Especiais. Os boinas
verdes planejaram
criar uma guerrilha curda no norte do Iraque e uma xiita no sul. Outra
missão planejada
foi matar Saddam Husseim, mas a lei não permitia a
não ser quando o ataque
por terra começar.
Os boinas verdes foram as forças de ligação para
viabilizar as operações
conjuntas com 109 times espalhados entre as forças aliadas
até o nível
de batalhão nas formações árabes, francesas
e britânicas. Estes
destacamentos eram chamados de Coalision Support Team (CST) e
facilitaram o
treinamento, planejamento, comando e controle e
comunicações e ligação com o
apoio de fogo. Treinaram as forças árabes desde a entrar
nas casas sem matar
civis e até os oficiais a usar o garfo certo em um almoço em
embaixada.
Um problema com as CST
era a falta de pessoal
treinado em linguagem o que lembra que não dá tempo de
desenvolver estas
habilidades depois de iniciado o conflito. Também não
tinham experiência com operações
de grandes unidades.
Inicialmente eram visto com desconfiança, mas após
passarem a disseminar dados
de inteligência, por terem acesso a GPS e poder chamar apoio
aéreo, foram muito
valorizadas. O treinamento em linguagem ajudou a atuar com qualquer
nação sendo os responsáveis pela
coordenação e manobra de uma força com
vários exércitos
com linguagem diferentes. A arma principal era o uso da diplomacia e
da confiança.
Suas operações em profundidade iniciaram junto com os
ataques aéreos
operando junto com o SAS e Delta Force. Participaram de um raid junto
com o SAS
para roubar um radar no Kuwait. As equipes que operaram atrás
das linhas faziam
vigilância e reconhecimento em profundidade, captura de
prisioneiros, raids
para atrapalhar as operações de comando e controle e
obter inteligência, salvamento
de combate e designação de alvos com desiganador laser
portátil.
Para iniciar as
operações
aéreas era necessário
destruir dois radares de alerta antecipado para deixar as aeronaves
passar sem
serem detectados. Inicialmente foi pensado como alvos para as
forças especiais,
mas não aceitaram a realização de
operações terrestres naquele momento. Depois
foi pensado em usar helicópteros MH-53 para destruir as antenas com
as metralhadoras calibre 12,7mm. Finalmente foi decidido que os MH-53
só usariam seus
sistemas de navegação
sofisticado para guiar helicópteros Apaches para atacar alvos.
Outro plano para
o uso das FE americanas foi resgatar o pessoal da embaixada americana no Kuwait,
mas foram liberados antes da missão.
A
contribuição dos CST e missões de
despistamento dos Seals no conflito do Golfo em 1991 é
difícil de comparar com as estatísticas
das tropas convencionais como 1.500 carros de combate
destruídos, 80 mil tropas
capturadas etc. As Forças
Especiais diminuíram as baixas da coalizão
através da ligação, mantiveram a coalizão
unida, as missões de despistamento
conseguiram manter as tropas de Saddam afastadas, a caça aos Scuds conseguiram manter
Israel fora do conflito, as
missões CSAR salvaram
pilotos e as operações psicológicas fizeram os
inimigos desistir de lutar,
mostrando que a função das Forças Especais
não é só destruir o inimigo, atuando
como um multiplicador de força.
Uma equipe de Spetsnaz
se prepara para uma
missão durante o conflito do Afeganistão em 1988.
Spetsnaz é o termo russo para
forças especiais, ou unidades de propósitos especiais. O
termo pode ser usado
para várias forças especiais russas como os
contra-terroristas
do FSB (Polícia Federal russa), os GRU do
serviço de inteligência do Exército, o OSNAZ da KGB
(desbandados e virou FSB) e o
OMOM do ministério do
interior (MVD). A Marinha Russa tem
uma unidade Spetsnaz similar aos Seals. O FSB tem as equipes Alfa e Vympel. A
Vympel é
usada
para operações
anti-sabotagem como a proteção de
instalações nucleares. O OMOM é mais uma unidade
anti-crime tipo SWAT, mas atuou na Chechênia
com um "kill ratio" de 1 para 200. O OMOM também apóia as equipes do
FSB nas operações de
resgate assim como os Rangers apóiam os Deltas. O GRU do
Exército são os Spetsnaz
originais realizando ação direta e reconhecimento
especial, mas não são similares as FE americanas. Durante
a
Guerra Fria, fariam
reconhecimento especial e sabotagem contra as instalações da
OTAN em caso de guerra.
Atuaram no Afeganistão e Chechênia. Os Spetsnaz usam
uniforme das tropas
aerotransportadas VDV para evitar identificação e podem
usar outros uniformes. Em 1991, a KBG mandou
o grupo Alfa prender o presidente Boris Yeltsin durante uma tentativa de
golpe. O
comandante da unidade deixou os membros votarem e se recusaram a
realizar a missão.
A ordem era inconstitucional e ilegal. Este tipo de atitude é
rara na FopEsp. Os
Spetsnaz são uma das poucas FopEsp que aceita conscritos, mas
mesmo assim são os
que têm ótimo desempenho nas forças convencionais. Os Spetsnaz são as
FOpEsp que mais treinam com facas. A baioneta NRS-2 pode até
disparar um projétil
7,62mm apesar de ser bem impreciso.
MERGULHADORES
DE COMBATE
Os Mergulhadores de Combate (MEC) são as FOpEsp que atuam
nos mares, rios e próximo da praia. São usados para
realizar
tarefas como
salvamento, proteção de porto, operações
ribeirinhas, reconhecimento anfíbio,
guerra não convencional no mar, demolição e
limpeza de obstáculos de praia. Uma
função é realizar ataques furtivos contra
embarcações, principalmente nos portos, usando minas e explosivos.
O ataque de mergulhadores de combate mais espetacular da Segunda Guerra Mundial foi realizado por seis mergulhadores de combate italianos. Tripulando veículos submersíveis, foram lançados por um submarino nas proximidades do porto de Alexandria onde estavam fundeados os dois únicos navios de linha restantes na esquadra inglesa do Mediterrâneo, os encouraçados Valiant e Queen Elizabeth. Os navios foram afundados e esta ação, de apenas seis homens, deixou a marinha inglesa em situação crítica no Mediterrâneo. Com o navio de guerra britânico, Barham e o porta-aviões Ark-Royal já torpedeados pelos U-Bootes de Dönitz, os comboios do Eixo puderam atravessar o Mar Mediterrâneo quase que livremente, o que possibilitou a grande ofensiva de Rommel até a El-Alamein. Ou seja, seis mergulhadores de combate, montados sobre estranhos torpedos, ajudaram a balança da guerra a pender por um certo tempo a favor do Eixo.
Os Navy SEALS (Sea, Air, Land) são as FOpEsp da US Navy treinadas para
operam no mar, praia e rios,
realizando
guerra não convencional, reconhecimento especial e
contra-terrorismo, além de assistência
de segurança, operações anti-drogas, resgate,
defesa de porto, incursões, aquisição
de alvos, abordagem a navios, busca e apreensão, busca e
salvamento de combate
e apoio as operações anfíbias. São
equivalentes aos Special Forces do US Army e apóiam a Frota nas
operações especiais no mar, rios e litoral em qualquer
região do mundo.
A
historia dos Seals iniciou com os "Scouts
and Raiders" da Segunda Guerra Mundial. Eles participaram de todas as
campanhas do conflito, geralmente guiando forças anfíbias
e as vezes faziam
incursões. Atuavam mais com botes e as vezes nadando. Na
invasão de Tarawa
em 1943 não houve reconhecimento de praia antes e os
obstáculos inesperados
levaram a terríveis conseqüências. Isto levou
criação dos mergulhadores de
combate e demolição (UDT). Logo aprenderam que era
necessário tropas treinadas
e que realizar reconhecimento de praia de dia era possível. Os
UDTs
participaram da Guerra da Coréia participando em cerca de 60
desembarques,
fazendo reconhecimento de praia, limpeza de minas e obstáculos. Também
realizaram
137 missões de
reconhecimento e sabotagem em terra. Realizaram experimentos de
infiltração e
exfiltração de helicóptero. Na época o
método era muito bom para infiltração na
água, mas difícil era encontrar as tropas para
exfiltração no mar.
Os primeiros Seals apareceram em
1962 como
resposta ao pedido do Presidente Kennedy para realizar as
missões de
mergulhadores de combate, operações de comandos e tipo
Forças Especais.
Apoiariam a US Navy e não só o USMC. Passaram a ter
ênfase em guerra terrestre
ao contrário dos UDTs que atuam mais no mar. Inicialmente foram
formadas duas
equipes, uma em cada costa leste e oeste. O
pessoal veio dos mergulhadores UDTs e realizaram
operações clandestinas na
região marítima do Vietnã como
interdição marítima, ribeirinha, emboscadas e
salvamento de combate, além de treinar tropas do Vietnã
do Sul em funções
semelhantes. As missões de ação direta não
eram coordenadas com o esforço geral
e tinham que realizar as próprias missões de
inteligência. O presidente
Kennedy iniciou o plano para aumentar a capacidade das FOpEsp mudando a
política
de "resposta massiva" de Eisenhower.
Em 1964, iniciou a criação de unidades de
embarcações (SBU) para apoiar as operações
dos Seals. No inicio só atuavam com o Seal Team 6, depois
tiveram reforço do Seal Team 2. Uma das missões era liberar prisioneiros de guerra,
mas não
encontraram nenhum americanos apesar de libertar 152 prisioneiros do vietnamitas do
sul. Os Seals foram a última unidade americana a se retirar do Delta do Mekong.
Durante a Guerra Fria, a US Navy treinava para um conflito aberto em alto
mar
contra os Soviéticos enquanto os Seals treinavam para atuar em
terra, praia e
rios. Ficavam isolados da frota e os oficiais tinham a carreira
limitada na
marinha por terem sido parte dos Seals. Tiveram que treinar em
cenários de
alvos no Terceiro Mundo ou aliados Soviéticos.
O treinamento inclui
enfermagem de combate, comunicações,
navegação, tiro, combate urbano, táticas,
demolição,
mergulho de combate, pára-quedismo tático e linguagem. Os
Seals são treinados
para operar na selva, ártico, deserto e montanha. São
pouco armados,
relativamente, e precisam de muito apoio externo para
sustentação e superar o
inimigo.
Os Seals são uma misturam de
comandos, Forças Especiais e de reconhecimento com ênfase
no meio em que operam.
São a referência para outras unidades navais do tipo. No
Afeganistão passaram
operar bem dentro terra e receberam mobilidade tática na forma
de veículos
leves. A
boa condição
física e conhecimento de montanhismo dos
Seals permitiu operar local no local sem problemas.
Os Seals são formados por 2.800 tropas incluindo 600 tripulantes
das forças de embarcações
especiais (400 tropas), reserva e apoio. Para comparação, os Rangers
são apenas
2.000 homens. Os
mergulhadores de combate UDTs passaram a ser chamados de Seals desde
1983 com a
designação de equipe Seals Delivery Vehicles (SDV).
O Seal Team 6 era a unidade de guerra não convencional e contra-terrorismo dos Seals similar aos Deltas do US Army. Eram chamados de cavaleiros Jedi devido a roupa preta usada nas operações de contra-terrorista. A unidade foi desbandada em 1995 e substituída pelo Development Group (grupo de desenvolvimento) ou DEVGROUP ficando responsável pelo desenvolvimento e teste de novas armas, equipamentos e táticas. O DevGroup é formado por 200-300 operadores e pessoal de apoio distribuídas em três equipes combate e três equipes de apoio. A equipe Gold é a equipe de assalto principal apoiada pelas equipes Red e Blue. A equipe Gray é uma unidade de transporte de barcos SWCC. A equipe Black faz reconhecimento e a equipe Green recebe os novatos em treinamento. Todas as tropas tem uma especialidade e todos são MECs e habilitados em pára-quedismo especial (HALO/HAHO).
As unidades de embarcações Special Warfare Combatant Craft Crewmen (SWCC), ex SBU, são usados para infiltração e exfiltração clandestina, além de patrulha e vigilância, interdição marítima, despistamento, busca e salvamento, escolta armada e defesa externa.
A Marinha formou em 1983 o
Grupo de Mergulhadores de Combate (GRUMEC) como parte integrante do
Comando da
Força de Submarinos sendo o equivalente brasileiro dos Navy
Seals. O GERR/ME é uma unidade
contra-terrorista dos
GRUMEC mesma função do GER mas atuando em plataformas de
petróleo.
2006
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