PATRULHAS DE LONGO ALCANCE
Nenhuma guerra pode
ser vencida com uma
força que luta as cegas. As patrulhas de longo alcance
são os olhos e ouvidos
do Exército, usando suas habilidades para fazer o trabalho da
força bruta.
Até a Primeira
Guerra Mundial, quando iniciou a guerra de
trincheira, os
comandantes não tinham visão em profundidade do campo de
batalha. Usavam
cavalos ou balões para ver em profundidade e mesmo assim era uma
visão
limitada. Com o uso de aeronaves a visão foi aumentada, mas
continuaram usando
patrulhas lentas e de curto alcance.
Na Segunda Guerra Mundial, a aviação foi refinada com o
uso do rádio e eram mais
rápidos. As patrulhas terrestre passaram a ser
mecanizadas. Nesta época,
os britânicos iniciaram a formação de tropas de
reconhecimento especiais como
as LRPG (Long Range Patrol Group) em Burma, LRDG na África do
Norte e o SAS.
O SAS continua atuando até hoje.
Os EUA formaram uma unidade de patrulha de longo alcance (LRP - Long
Range
Patrol) chamado de Alamo Scouts no teatro do Pacífico. Era formado por 10
equipes de sete operadores. Realizaram 80 missões de reconhecimento e alguns raids e
resgates de
prisioneiros sem perdas. A unidade foi desbandada após o
conflito.
No fim da década de 1950, vários países da OTAN
(britânicos, alemães, belgas e
holandeses) iniciaram o desenvolvimento do conceito das LRRP (Long
Range
Reconnaissance Patrol) ou patrulha de reconhecimento de longo alcance.
As LRRP
foram influenciados pelo SAS britânico de pequenas patrulhas
independentes atuando
atrás das linhas inimiga a até 250km.
A estratégia da OTAN na Europa era baseada em uma defesa em
profundidade e
contra ataques contra a retaguarda inimiga. O objetivo era atacar os
principais
pontos de ataque inimigo e as rotas de suprimentos, além de
localizar os centros
de comando, logísticos, defesa aéreas, sítios de
artilharia e mísseis e área de
descanso. As LRRP fariam aquisição de alvos para
aeronaves e artilharia de
longo alcance.
As LRRP seriam infiltrados por ar, terra, ou água atrás
das linhas inimigas. Após
a infiltração, as LRRP operariam em posições
ocultas, vigiando as rotas inimigas, fazendo reconhecimento de ponto e área das rotas de suprimentos.
Nos treinamentos,
a maioria das inserções era de pára-quedas
lançados a noite. As LRRP treinavam
muito cruzamento de rios, identificação de
veículos, leitura de mapa e
terminava o treino sempre com uma missão de escape e
resistência. As LRRP não
fariam ação direta. Usavam rádios AM enviando
dados em pequenos rajadas rápidas
difíceis de detectar.
As LRRP são
usadas como olhos e ouvidos das
forças
convencionais bem atrás das linhas inimigas, chegando a 250km.
As LRRP não
fazem ação direta, mas podem realizar ataques de longo
alcance para determinar o
tempo de reação do inimigo. Fazem vigilância e
reconhecimento para detectar alvos
e direcionar outras forças de manobra ou apoio. São
usadas quando o
reconhecimento aéreo é insuficiente e é capaz de
fazer reconhecimento das intenções
e rotas disponíveis. Foram usadas desde ações
anti-guerrilha até guerra
convencional como nas Malvinas e Golfo Pérsico. As
missões de inteligência
inclui detectar unidades e armas, personalidades, métodos e
táticas inimigas,
interrogar prisioneiros e estudar o terreno para atualizar mapas.
Além da coleta
de dados os LRRP também fazem disseminação e
avaliação de dados.
Cada Corpo de Exército na Europa teria uma LRRP para coleta de
informações para
o Posto de Comando. Os EUA reagiu depois em 1958 com uma companhia de
dois pelotões
de oito patrulhas de quatro operadores além do pelotão de
comunicações.
Uma
patrulha do SAS
em um posto de observação nas Malvinas. Já no
inicio de maio eram oito equipes de quatro tropas inseridas na ilha a
até 35km de distância da praia. O SAS fez 10
postos de observações (PO)
no lado oeste da ilha e quatro em pequenas ilhas, além de 12 POs
no lado leste. A noite podiam se aproximar das posições
inimigas para reconhecimento aproximado. Quatro destes POs tiveram
contato com o inimigo. O monte Kent foi usado
para
reconhecimento de onde puderam ver Port Stanley e direcionar a
artilharia. Em
um PO em Beaver Ridge uma patrulha relatou uma posição de
dispersão noturna de
helicópteros. Dois caças Harrier atacaram a
posição com a destruição de três
helicópteros. Outro PO em Darwin foi feita em uma carcaça
de barco. O PO em
Port Howard foi descoberto em 10 de julho e depois cercado. Os dois
operadores
não se renderam e um foi morto e outro capturado na fuga. Os PO
do SAS tem um
ponto de descanso (LUP) próximo que fica em um lugar mais alto
para dar apoio
de fogo para o PO se comprometido. As tropas ficam divididas com dois
no LUP e
dois no PO. No PO um observa e outro anota e a noite mudam de
posição. A noite
fazem buraco para defecar próximo a LUP. Não cozinham
pois o cheiro pode
alertar patrulhas inimigas próximas. Nas Malvinas era
difícil ficar quente e
seco. A comida nunca era levada em quantidade suficiente e fumavam para
diminuir a fome e os cigarros eram mais leves que a
ração. As armas usadas
dependia da função. Podia ser um M-16, LSR, Colt Commando
ou MAG, além de
pistolas 9mm, LAW e minas Claymore. O peso era de cerca de 90kg no
total e deveria ser suficiente para 25 dias de patrulha. A
munição era de 9mm, do fuzil e 1000 tiros para a MAG.
Foram tantas patrulhas do
SAS e SBS que se encontraram mesmo tendo áreas especificas para
cobrir. Em um
encontro violento uma patrulha do SBS foi desviada inadvertidamente
para um PO
do SAS onde ocorreu a morte de um membro do SBS. Há rumores que
patrulhas do
SAS operaram no continente vigiando as bases argentinas e dando alerta
de
decolagem de aeronaves argentinas. Um Sea King que caiu no Chile junto
a
fronteira é a única prova a respeito. Os
Royal Marines também fizeram reconhecimento como a tropa do
ártico e montanha
que são treinados para operar a até 50km a frente do
desembarque e cobrem
flancos que não serão cobertos por tropas ou locais pouco
prováveis de serem
usado pelo inimigo. As patrulhas do SAS e SBS gerou uma
grande quantidade
de informações do dispositivo, posição e
franquezas dos argentinos sendo vital
para o planejamento e reconquista ilhas.
Os Seals realizaram
uma missão de reconhecimento
de praia para posterior desembarque do USMC próximo ao aeroporto
de Pearls no
norte da ilha de Granada em 1983. Como o local estava bem defendido, o
desembarque foi direcionado para 700 metro mais ao sul da
posição inicial. O 13 Seals foram transportados em embarcações SeaFox
até 3,5 km da costa. Seguiram
depois em dois botes Zodiac. Um mergulhador foi na frente e chamou o
resto após conferir que o local de desembarque estava seguro.
Chegaram bem próximos das forças inimigas e usaram
óculos de visão noturna para
fazer o reconhecimento. Como a praia estava bem protegida emitiram o
código
para não realizar o desembarque. A informação
não foi usada e lançaram o
desembarque assim mesmo o que resultou em risco desnecessário
para os Seals. A
extração foi da mesma forma.
No resgate do cargueiro
Myaguez no Camboja em
1975, os Seals pediram para fazer reconhecimento e foram impedidos.
Cerca de 600
fuzileiros desembarcaram na ilha Kho Tang em 11 helicóptero
CH-53 e resgataram
o navio. Do outro lado da ilha foi realizado um desembarque com 100
fuzileiros
em 8 helicópteros. Iriam fazer uma varredura no local em busca
dos tripulantes
do navio. Não esperavam oposição, mas havia entre 150 a 200
guerrilheiros do Khmer
Vermelho altamente armados. No desembarque cinco helicópteros
foram logo derrubados
ou danificado e as tropas ficaram com
risco de serem derrotadas na praia. Os tripulantes do navio foram
liberados em
um pesqueiro, mas na praia o Khmer passou a ofensiva. Na retirada foram
deixados 15 fuzileiros mortos para trás e aviônicos
secretos dos helicópteros.
Os Seals foram chamados para buscar os corpos e destruir caixas pretas
de bote,
mas decidiram fazer reconhecimento a nado primeiro.
Long Range Surveillance Units (LRSU)
As primeiras unidades LRRP americanas foram criadas em 1958 na Europa.
Tinham o
tamanho de uma companhia com pelotões de oito patrulha de
quatro homens.
Depois foi descoberto que foram treinadas no uso de bombas de
demolição atômicas
(Special Atomic Demolition Munitions - SADM). Passou a se chamar LRP
(Long
Range Patrol) em 1964 e em 1965 mudaram de nome para Long Range
Surveillance
Units (LRSU) e foram deslocadas para os EUA. As LRSU, ou LRS, é
composta de uma
Companhia de forças especiais a nível de Brigada como parte do
batalhão de inteligência.
LRRPs no
Vietnã
Os LRRP (Long Range Reconaissance
Patrol) usados no Vietnã são um das maiores
experiências
práticas até hoje. Em 1967, cada Divisão no
Vietnã tinha uma Companhia de LRRP
com um quartel general e dois pelotões de 8 patrulhas de 6
homens. Eram usados
para detectar inimigos na selva e atuavam em áreas onde
não havia forças
amigas.
Sua missão era localizar e reportar forças inimigas para
os batalhões de
manobras engajarem, além de vigilância e
designação de alvos para artilharia e
apoio aéreo aproximado. As LRRP fazem reconhecimento para uma
determinada
unidade, geralmente para a Divisão, depois para níveis
mais baixos. No fim de
1967 já eram 10 Companhias operando no país. Apesar do
nome insinuar operações
de longo alcance, só faziam patrulha de curto alcance.
As patrulhas de 4-6 tropas duravam cerca de seis dias cobrindo uma
área de 2 por 2
km com mais
uma zona de segurança de 1 km do tipo "no fire zone". Seis
patrulhas
eram capazes de cobrir em seis dias uma área maior que um
batalhão de
infantaria fora a necessidade de apoio de artilharia e
helicópteros de
transporte. A área de operação não precisa
de preparação de artilharia e se tem
inimigo a LRRP continua a missão. Se não tem contato
então não usou muitos
recursos.
Os
EUA fizeram bases ao redor do Vietnã de onde faziam
reconhecimento em força com
tropas convencionais. Os EUA usavam helicópteros para
transportar tropas
enquanto os franceses usavam as estradas. Os americanos eram bem lentos
na
selva e o Vietcong geralmente conseguia fugir.
Os LRRP eram usados as vezes para ações como incursões, emboscadas, segurança de pontos e resgate de prisioneiros. Os alvos eram áreas de suprimento, unidades e direcionavam ataque aéreo. Também agiam como força de reação rápida para defesa de base. As operações de ação direta geralmente eram desastrosas e ofuscava a função real das LRRP, um problema que existe até hoje.
Na infantaria comum as emboscadas eram próximas de forças. Nos LRRP eram bem longe e por isto usavam uma patrulha maior de 6-12 membros com a emboscada feita nos últimos dias da missão. Os LRRP testaram armas com vários tipos de silenciadores para poder realizar emboscadas no inicio da patrulha.
O papel das LRRPs passou a ser feito pelos Rangers quando foram reativados em 1969, mas atuavam em time de 8 ao invés de 5-6. Para as LRRPs era sinal de desastre ao aumentar a probabilidade de fazer barulho. As LRRPs pararam de operar em 1971 e a vietnamização passou a tarefa para o Vietnã do Sul. As LRRPs realizaram 23 mil patrulhas e em 2/3 resultou em detecção de inimigos. As LRRPs foram responsáveis por cerca de 10 mil baixas inimigas, de forma direta ou indireta, com emboscada, sniper, apoio aéreo e artilharia.
No fim de 1972, as duas Companhias de LRRP foram deslocadas para os EUA e passaram a fazer parte do recém formado regimento Ranger. Os LRRP renasceram depois como LRSU. O nome foi mudado pois LRRP ficou associado com o Vietnã.Force Recon
O USMC tem uma força de reconhecimento estratégico
chamada de Force Recon que
atuam a nível Corpo e Divisão. Os Force Recon são
fuzileiros com habilidades
especiais para realizar operações de cobertura e
incursões de pequenas
unidades, designar alvos para apoio aéreo aproximado e apoio de
fogo naval,
além de serem capazes de realizar resgate de reféns e
prisioneiros. Tem
capacidade de reconhecimento em profundidade (LRRP) com ênfase em
reconhecimento anfíbio. Os Force Recon são treinados em
coleta de informações,
vigilância, comunicações de longo alcance,
inserção com pequenos barcos
e mergulho, montanhismo, sobrevivência, evasão e
escape.
Os Force Recon tem função de reconhecimento e
ação estratégica sob comando
direto do alto comando enquanto os USMC também tem os Marine
Division Recon com
a mesma função só que mais convencional,
respondendo diretamente ao comandante
do batalhão, e não usam métodos de
infiltração especial como pára-quedismo.
Os Force Reacon iniciaram sua atuação em 1941 como uma
força de reconhecimento
mecanizado do tamanho de uma companhia. Na época usavam blindados
M-3. Cada
Divisão de fuzileiros tinha uma companhia de reconhecimento que
atuavam a pé,
Jeeps e blindados M-3. Estas companhias passaram a fazer parte dos
batalhões de
carros de combate e o M-3 foi substituído pelo Jeep. As
companhias de
reconhecimento podiam ser usadas como infantaria comum ou para defesa
do Posto
de Comando. As unidades foram unidas e cresceu para mais um
batalhão e recebeu
um pelotão de armas pesadas como metralhadoras .30 e morteiros
de 60mm. Na
Segunda Guerra Mundial foram desenvolvidas varias subunidades para
defesa de
base, pára-quedismo, incursões e reconhecimento. Com o
fim da guerra só ficaram
as unidades de reconhecimento na forma de uma companhia.
Os manuais do USMC falam das atividades de reconhecimento desde que
iniciaram
sua operação e citam que o melhor meio de reconhecimento
de praia são por
pequenas patrulhas que devem variar de 2 a 30 homens. Os Force Recon da
Segunda
Guerra mundial usavam botes ou mergulho para infiltração,
agindo a noite.
Podiam ser lançados de aeronaves anfíbias ou submarinos.
Com a força de reconhecimento em pequeno número o USMC
teve que atuar na Guerra
da Coréia com a ajuda dos Royal Marines britânicos para
realizar incursões
(Commando 41). Em 1951 os Force Recon fizeram o primeiro assalto de
helicóptero
atacando a colina 884. Em 1955 já tinham mais duas Companhias de
comandos além
das duas companhias de reconhecidas das duas Divisões de
fuzileiros.
Em 1957 os Force Recon passaram a ser pára-quedistas e
mergulhadores e foi
adicionado a capacidade de atuar como precursores de assaltos de
helicópteros.
Em 1958 os Force Recon eram uma força do tamanho de
batalhão recebendo armas
mais pesadas e ter função de ação direta.
Em 1963 a força foi reorganizada
perdendo as armas mais pesadas e passando a ter papel de guerra
irregular
(antiguerrilha).
Os Force Recon atuaram no Vietnã onde eram chamados de
demônios verdes pelo
Vietcong. Faziam patrulha de longo alcance com equipes de sete homens:
pointman
(esclarecedor), líder, médico, dois radioperadores,
granadeiro e
"tailguner". Antes das missões eram realizados treinamentos
sobre
situações possíveis de acontecer nas
missões. Os Force Recon foram pouco usados
mas muito valorosos pois cobriam 60% das áreas dominadas pelo
USMC, fazendo
vigilância e reconhecimento para detectar
infiltração, enquanto o resto era
coberto por tropas convencionais. Em 1965 havia duas companhias no
país.
Os meios de infiltração mais frequentes até a
área de operação eram a pé e
helicópteros e as vezes usavam botes, SCUBA e
pára-quedas. Em caso de
exfiltração de emergência era usado o magire. A
patrulha durava uma semana e se
entrassem em contato chamavam forças de manobra e artilharia. A
arma mais
importante era o rádio, dois por patrulha, e muitas armas leves
para o caso de
ser necessário. Em uma missão chamaram 12 missões
de artilharia e 15 de apoio aéreo
aproximado matando 204 inimigos.
O
tamanho da patrulha podia ser maior e as emboscada eram realizadas com
equipes
"stingray' de 8-12 tropas. Os Force Recon também capturavam
prisioneiros,
plantavam sensores e localizavam pilotos derrubados. Em cinco anos os
Force
Recon realizaram 2.200 missões. Fizeram reconhecimento
anfíbio, reconhecimento
em profundidade, reconhecimento do terreno e vigilância.
Os Force Recon viram muito uso inadequado com oficiais falhando em
reconhecer
sua utilidade e valor da inteligência de profundidade e
necessidade de preparação
extensiva para estas missões. Foram direcionados para engajar
inimigos, sendo
mal treinados ou armados para isso, comprometendo a missão e
negando seu valor
como elemento de inteligência e atuando ocultos. As vezes eram
simplesmente
ordenados para ir fora da base e fazer patrulhas. As vezes o alto
comando nem
acreditava nas informações, mas mesmo assim cumpriam as
missões.
Em 1974 a força foi reduzida para uma companhia e com patrulhas
de quatro
membros: líder, rádio-operador, assistente e
scout/motorista. Passaram a
treinar para atuar na selva, deserto, montanha e ártico. Em 1976
foi iniciado
treinamento para ação direta incluindo contra-terrorismo,
resgate e patrulha
motorizada no deserto. Os sniper do pelotão scout-sniper
passaram a atuar junto
com os Force Recon. Em 1987 os Force Recon receberam mais uma companhia
e passou
a ter capacidade de FOpEsp operando junto com as Unidades
Expedicionárias
(MEU). Em 1988 eram 10 pelotões para reconhecimento e
ação direta e passaram a
fazer parte do grupo de inteligência, reconhecimento e
vigilância (SRIG) junto
com outras unidades. Passaram a atuar com blindados LAV.
Os Force Recon atuais contam com
três seções
ou companhias. A companhia A é usada para treinamento com os
membros indo depois
para a companhia B apoiando as operações das
Divisões com a capacidade de
reconhecimento das unidade do batalhão antes orgânica dos
Marine Division Recon
(não existem mais). Após ganhar experiência
vão
para a companhia C fazendo LRRP
e adicionando outras capacidades.
As missões de
ação direta dos Force Recon
incluem missões em profundidade podendo ser planejadas ou como
equipe de
resposta rápida. Nas missões de ação direta
o pelotão atua com unidade única,
recebe reforço de unidades de sniper, reconhecimento,
especialistas em
explosivo e elementos de segurança. Outras missões
são tomada de plataformas marítimas
(Gas/ Oil Platforms (GOPLATS)), abordagem de navios (Vessel
/Board/Search
/Seizure (VBSS)), captura/resgate de pessoal e equipamento e de
aeronaves
(Tactical Recovery of Aircraft/ Personal (TRAP)). Podem realizar
incursões anfíbias,
fazendo NEO (Non Combat Evacuation Operation), reforço,
segurança, apoio humanitário.
São capazes de tomar aeroportos, ou contra-inteligência.
Os Force Recon são
capazes de realizar missão de segurança de autoridades
(Personal Security
Detail (PSD)) em área hostil.
Uma equipe dos Force Recon
realizam
uma
missão de GOPLATS durantes a avaliação operacional
do MV-22.
Long
Range Desert Group
O Long Range Desert Group (LRDG)
ou Grupo do
Deserto de Longo Alcance era uma patrulha de longo alcance
britânica que fazia
reconhecimento e inteligência atrás das linhas no norte da
África durante a
Segunda Guerra Mundial.
Realizaram cerca de 200
missões com poucas
falhando por problemas mecânicos, agentes recalcitrantes ou
motivos fora
controle do LRDG. Os membros eram escolhidos devido a habilidades como
mecânica, uso armas variadas, navegador e operar rádio. Os
membros treinavam um
ao outro, um conceito que passou a fazer parte das FOpEsp
posteriormente.
As
missões dos LRDG era
dividida em quatro categorias:
- Reconhecimento, de longo
ou curto
alcance, preparando ações de outras tropas. Uma
missão de reconhecimento em uma
ocasião levou camelos e tropas vestidas de árabe para
reconhecimento aproximado
e a patrulha voltou uma semana depois para
exfiltração.
- Coleta de
informações é feita acompanhando
o movimento, reforço e logística do inimigo e mapeamento.
As operações de
inteligência serviram para despistar o projeto ULTRA que decifrou
o código
enigma alemão. Os britânicos já sabiam as
posições inimigas ao interceptar e
decifrar as transmissões de rádio. A tecnologia da
época não usava fotos e após
um cameraman filmar a operação do LRDG uma vez, tiveram a
idéia de usar uma
câmera simples nas patrulhas. Os LRDG também davam
informações falsas aos
alemães, deixando mapas falsos junto com outros itens em locais
onde eram
detectados e que seriam revistados pelo inimigo. Outra
função era mapear oásis
e locais de suprimento para atualizar mapas. Quando observavam o
tráfego na
estrada a patrulha era separada com uma dupla ficando bem
próximo do local por
24 horas. A comida e água eram enterrada próxima, com a
dupla sem armas, para
se passarem por fugitivos se capturados. Se isto ocorresse a
patrulha
mudava de posição.
- Precursores, apoiando outras
organizações,
e indicando caminho. Outra função era
infiltração e exfiltração de outras
pequenas unidades e pegar prisioneiros.
- Ação Direta,
atacando as linhas de
comunicações, instalações e transporte
inimigos. Faziam ataques de incomodação,
emboscadas e minagem atuando sozinhos ou junto com outras
incursões e até
apoiando outras ações convencionais. As missões de
ação direta eram de dois
tipos. Uma era ação rápida contra alvos
prioritários, junto com ações
convencionais, ou ataques junto com outras forças contra alvos
estratégicos. A
prioridade era comboios de combustível. O SAS atacava as bases
aéreas enquanto
e LRDG só apoiava estas ações. As
ações do LRDG levava estresse ao inimigo,
direcionando tropas e aeronaves para proteger seus comboios e
diminuindo a
oposição nas tropas convencionais na linha de frente.
Na verdade cada patrulha pode ter
um pouco
de cada elemento e pode mudar durante a missão. A maior parte
das patrulhas era
sem ação e chata com picos de ação. As
missões de coleta de informações e
operações ofensivas devem ser bem separadas pois a
reação inimiga chama um
enxame que atrapalha as operações de inteligência
na mesma área. O LRDG só
ataca na retirada.
O LRDG iniciou com um
pelotão de comando e
três pelotões de 34-36 tropas. O pelotão era
dividido em quatro tropas com 5-6
veículos. O LRDG chegou a 350 membros e 110 veículos em
1942. As patrulhas do
LRDG tinham cerca de 10 caminhões com cada um levando 2
toneladas de suprimento
e alcance de 2.700km para duas a três semanas de
operações. O armamento varia
de metralhadores Lewis, canhão de 37mm, canhões
automáticos de 20mm e morteiros
de 50mm.
As patrulhas usam bandeiras e
sinais de mão
para controlar a formação e se comunicar. Avançam
em uma frente ampla e se um
atola na areia os que passam ajudam. A dispersão diminui a
assinatura visual
contra inimigos no ar e dá poucos alvos para atacar. Fazem
manobras constantes
para atrapalhar o reconhecimento aéreo incluindo mudar de
direção em 90 graus
por muito tempo. Se vistos do ar, mostram símbolos com a
suástica, acenam e
tentam se passar por amigos. Se atacados tentam fugir na hora certa,
atrapalhando a pontaria das aeronaves que geralmente só usam
metralhadores.
Podem concentram fogo de retorno. Os alemães usavam muitos
veículos capturados
e a própria RAF era uma ameaça. Os veículos
são geralmente recuperados com a
areia sendo usada para apagar incêndios e pelo menos os
suprimentos são
recuperados. Os LRGD até voltam depois só para recuperar
veículos perdidos.
Os LRDG criaram vários
princípios e métodos
usados até hoje pelas FOpEsp. O "belt order"
foi criado
para os membros terem varias opções de kits para caso de
fuga até o mínimo para
sobreviver no deserto. O principio foi melhorado depois pelo SAS. O
LRDG
sugeriu que atuassem como controlador aéreo para a RAF que
não se interessou
inicialmente mas que usou no final do conflito.
Uma patrulha
do SAS
australiano equipado com veículos
Long Range Desert Patrol Vehicle (LRDPV) em operação no
Iraque ao estilo do
LRDG da Segunda Guerra Mundial.
Outra imagem
do
LRDPV onde é possível notar o
armamento levado como lançadores de foguete LAW, estojos de
munição para o Carl Gustav
(ao redor do pára-lamas dianteiro), metralhadoras MAG e
lança-granadas Mk-19.
2006
©Sistemas de Armas