Táticas das FOpEsp

Os Rangers americanos da guerra da independência do século XVIII já tinham manuais dizendo para agir de forma a ver inimigo primeiro, manter distância na formação, manter vigilância no acampamento, usar trilhas diferentes na infiltração e exfiltração, usar batedores 20 metros na vanguarda, flancos e retaguarda das patrulhas/formações, criar pontos de reunião caso a força se disperse, e fazer círculo para emboscar perseguidores. Estas dicas ainda são ensinadas aos Rangers atuais.

Com o tempo, as táticas e técnicas foram evoluindo com o aparecimento de novos equipamentos, armas e experiência em combate. A experiência dos Commandos britânicos na Segunda Guerra Mundial levou ao uso de novos equipamentos, táticas e métodos de treinamento usados depois por outras tropas. As táticas de incursões foram adotado nos pelotões de comandos das tropas regulares do Exército Britânico.

Patrulhas


Uma forma de entender as táticas de combate das
FOpEsp é pelas táticas de patrulhas. Existem vários tipos de patrulha como reconhecimento, combate, incursão, emboscada, etc.

As principais táticas de incursão foram desenvolvidas pelos Boers ainda no fim do século XIX e aperfeiçoadas pelos Commandos britânicos na Segunda Guerra Mundial. Enquanto as tropas convencionais usam concentração de força e poder de fogo, os Commandos atacavam a noite, usando surpresa, velocidade, capacidade individual, trabalho em equipe, auto-suficiência, choque, imprevisibilidade, fintas, audácia e furtividade para obter sucesso. A surpresa, agressão e velocidade formam um tripé. Se um não for obtido atrapalha os outros e se um for bem feito ajuda os outros.

As operações de ação direta dependem basicamente da preparação de inteligência, habilidade de combate e coordenação. As forças não têm apoio das forças convencionais e compensam a inferioridade numérica com velocidade e táticas.

Domínio rápido é a tática de diminuir a capacidade do inimigo de compreender e reagir a um ataque, criando choque e espanto para deixar o inimigo impotente. Em uma estratégia mais ampla inclui atacar os centros de comando, negar informações, desinformação, usar força muito superior e ação rápida. As armas guiadas de precisão são um viabilizador desta estratégia.

Tudo inicia com coleta de informações sobre o inimigo e planejamento meticuloso para explorar pontos fracos do inimigo. Usam muito despistamento e fintas para enganar e confundir o inimigo. Os Commandos britânicos não tinham apoio de armas pesadas para atacar um inimigo alerta e preparado como as forças convencionais. Estas táticas contrabalançavam a falta de poder de fogo. As táticas eram sempre ofensivas e não eram preparados para a defensiva. O que caracteriza os raids/incursões é agir rápido, atacar e fugir. As FopEsp raramente tomam e mantém o terreno, mas exploram fraquezas ou agem como multiplicador de força para as forças convencionais. Conquistar e manter o terreno são trabalhos para as forças convencionais.

Enquanto as tropa convencionais tomam um objetivo após um engajamento direto, as FOpEsp não pretendem aniquilar o inimigo. As FOpEsp atuam de modo oculto ou de baixa visibilidade por motivos políticos. Os combates diretos e sustentados, geralmente de larga escala, para atingir ou proteger interesses nacionais das tropas convencionais não podem ser encobertos.


Planejamento

As operações especiais são extensamente planejadas, com a equipe estudando dados do terreno, mapas, meteorologia, forças inimigas, tropas amigas na região, forças de apoio, dados do objetivo, fotos da área de operação, reconhecimento da zona de pouso e escolha dos equipamentos. O planejamento pode durar dias e até semanas e inclui o treinamento e ensaio. O planejamento detalhado com ensaio e treinamento costuma durar pelo menos cinco dias, mas pode ser feito em bem menos tempo em situações de emergência.
As missões têm quatro elementos em comum: comando e controle tático e estratégico, planejamento de missão, execução e debrifing.

Conhecer o terreno é importante com o uso de mapas e fotos pois geralmente operam em terreno desconhecidos. O operador deve conhecer o local perfeitamente para saber onde está e tirar vantagem tática. O conhecimento do terreno sempre ajudou forças inferiores, como os guerrilheiros, a superar forças superiores e mais bem treinadas.

As tropas têm que coordenar o comando e controle com outras forças de transporte, ressuprimento e apoio de fogo. Dados de inteligência da força inimiga estão relacionados com a disposição, defesa e terreno. O planejamento de missão procurando vulnerabilidades e tem que pensar como o inimigo para estar um passo adiante.

A infiltração e exfiltração são extensamente planejadas pensando-se no melhor método, métodos alternativos e de emergência e
planos de contingência para evasão e escape. As zonas de pouso ou infiltração devem ter fotos recentes para estudo de situação. São considerados ressuprimento de emergência, extração de emergência e perda de comunicações. Outras áreas a considerar são a qualidade tropas inimigas, poder aéreo inimigo e meios de vigilância inimigo. Em algumas missões é necessário saber a possibilidade de apoio da população no local.

Em operações de Ação Direta, as tropas podem ser protegidas por outras tropas que fazem a segurança de flancos e retaguarda. Sempre se considera apoio externo como a artilharia, apoio aéreo aproximado e força de reação rápida de reforço.

Um bom exemplo está no filme Black Hawk Down onde os Rangers cercam o mercado de Barkara onde os Deltas estavam capturando reféns e não precisavam se preocupar com inimigos vindo de fora. A missão mostrou erros como operar de dia e sem força de reação apropriada. O apoio aéreo noturno dado pelos AH-6 e MH-6 não foi mostrado no filme e foi fundamental. A unidade anti-terror israelense Sayeret Mat'kal, com função semelhante aos Deltas, também são apoiadas por outras unidades nas missões.


A primeira ação dos Commandos britânicos na ilha de Guernsay foi um fiasco por falta de planejamento, reconhecimento e treinamento adequado. As embarcações eram inadequadas e nem encontraram inimigos na ilha. A operação foi montada as pressas para mostrar ação. O ataque a Vaagso foi muito mais bem preparado com apoio de fogo naval, apoio aéreo, patrulha de combate aéreo e planejamento meticuloso e treinamento intensivo. Foi feito um ataque diversionário na ilha de Lofoten e bloqueio de estrada para impedir reforços. Havia forças de reserva para caso de necessidade. Cada comando sabia sua missão, local e alternativas. A operação mostrou a necessidade de treino em operações urbanas. Uma das lições da operação dos Rangers em Dieppe foi que os dados de inteligência e reconhecimento atualizado são muito importantes.

Durante a invasão de Granada, os Deltas tinha a missão de liberar prisioneiros na prisão de Richmond. Não sabiam quem liberar e nem de que lado estavam os guardas. O plano inicial era pousar dois helicópteros do lado da prisão com os Rangers para apoiar dois helicópteros com Deltas que fariam fast-rope dentro da prisão. Não consideraram que prisão ficava 50 metros abaixo verticalmente do quartel de Frederick onde havia um companhia de infantaria. Foram informados que só havia dois canhões antiaéreos de 40 mm na ilha e na verdade eram seis de 40mm e dois quádruplos de 12,7mm no aeroporto e mais dois de 40mm e dois de 12,7mm na prisão. Não havia local para pousar próximo para atacar a artilharia antiaérea. Também não teriam apoio de AC-130. Os MH-60 atiraram de volta com suas metralharas, mas foram ineficazes. A missão seria a noite e com o atraso o dia amanheceu, sem conseguir surpresa, e sofreram baixas pesadas quando os helicópteros foram atingidos. Tentaram novamente após se reagrupar e o fogo da artilharia antiaérea ficou ainda mais efetivo derrubando um helicóptero e a missão foi cancelada.

As Forças Especiais americanas na Europa imitavam forças especiais soviéticas Spetsnaz tentando penetrar nas bases americanas e quase sempre conseguiam. No planejamento de uma invasão de uma instalação militar as FE criavam sites de apoio, cachês de armas, postos de observação, selecionavam rotas de infiltração e movimentação. Os sniper ficaram no site de apoio observando e dando alerta. Um destacamento "A" podia ser ajudado por tropas dos Rangers. Simularam pessoal da Policia do Exército e seus veículos. Faziam reconhecimento aproximado na guarita para saber a senha e contra senha. Podiam simular sabotagem de instalações e assassinato de pessoal ou apenas tirar fotografias. Os danos deste tipo de missão podia durar até um dia até serem reparados. As FE conseguiram foi muita antipatia com este tipo de ação pois mostraram que podiam atacar qualquer alvo sem dificuldade e até instalações de armas nucleares. A subunidade Red Cell do Seal Team 6 dos Navy Seals realizou missões equivalentes para testar a capacidade anti-terror da US Navy através de infiltração das bases altamente seguras, submarinos nucleares, navios e até o Força Aérea Um. Uma conseqüência, junto com ações similares do SAS/SBS, é que os Spetsnaz ficaram com fama de serem muito capazes.

Na incursão contra a prisão de Son Tay em novembro 1971, para resgatar prisioneiros americanos no Vietnã, as tropas ensaiaram por seis meses além de preparar para a ação. A prisão ficava a 40km de Hanói e as tropas seriam infiltradas e exfiltradas de helicópteros HH-53 a partir da Tailândia. Seria feito um ataque aéreo diversionário durante a ação e para fornecer apoio aéreo se necessário. A equipe de assalto de 120 homens das Forças Especiais deveria ficar no solo por apenas 30 minutos. Na ação, uma equipe pousou por engano em uma instalação a 400 metros do local, mas matou cerca de 100 tropas que poderiam depois ser usada como força de reação. No acampamento certo mataram cerca de 50 tropas, mas não encontraram os prisioneiros americanos. Souberam depois que prisioneiros foram retirados três meses antes devido ao risco de inundação no local. A ação durou 27 minutos e foi realizada durante a noite. Durante a ação, os americanos não tiveram nenhum ferido. Um helicóptero fez um pouso forçado direto no campo propositalmente. Foi uma idéia das Forças Especiais para acelerar a ação e demonstra o espírito de inovação. A aeronave foi destruída depois. Mesmo com a operação não conseguindo atingir o objetivo, mostrou a capacidade das Forças Especiais.

Durante o resgate dos reféns americanos no Irã, na operação Eagle Claw, foram seis meses de treinamento e preparação, mas os ensaios foram realizados separadamente pelas equipes da US Navy, US Army e USAF e nunca com todos juntos. Como o alvo estava a mais de 1.000km distante da praia, os helicópteros voariam primeiro para um local a 350 milhas de Teerã para reabastecer. As tropas seriam deslocadas depois até uma base a 80km de Teerã. Passariam um dia lá e seriam inseridos por terra. Os helicópteros voariam depois até a embaixada e levariam as 120 tropas de assalto e reféns até o aeroporto de Manzariyeh de onde seriam exfiltrados por aeronaves C-141. Este aeroporto seria tomado pelos Rangers em um assalto aéreo a partir dos C-130. Três AC-130 dariam apoio aéreo sendo que um ficaria circulando uma base próxima a Teerã para manter os F-4 no chão. Durante a operação real, logo na primeira parada, três dois oito helicópteros tiveram problemas. Com cinco helicópteros a missão não poderia ser cumprida. Na preparação da volta um helicóptero RH-53 bateu em um MC-130 e pegou fogo. Os dados de inteligência mostraram estar errados com os reféns depois citando que não estavam onde os americanos achavam que deveriam estar.

Uma conseqüência do fracasso da missão foi a criação do esquadrão 160 SOAR para apoiar as FOpEsp. Outra conseqüência foi a criação do Comando de Operações Especiais (SOCOM) tendo controle de todas as FOpEsp americanas. Assim passaram a atuar em conjunto e antes isto ocorria raramente. Por exemplo, durante a invasão de Granada, o USMC planejou só usar seus Fuzileiros para tomar a ilha enquanto o US Army planejou só usar seus Rangers e as Forças Especiais. Depois a ilha foi dividida ao meio entre as duas forças. No caso do US Army, o correto seria usar suas FOpEsp para apoiar a invasão e não atuar sozinhos. Antes só havia competição entre as FOpEsp americanas pela mesma missão. Com a guerra contra o terror agora falta até tropas para cumprir todas as missões.


Despistamento

As táticas de despistamento sempre se fazem presente nas operações militares e as operações especiais não são exceção.
As operações e táticas de despistamento são usadas para negar ao inimigo dados para inserção ou despistar o local ou intenção. Podem ser feitas com infiltração falsas e operações de coberturas como ataques aéreos, ataques terrestres, assalto aéreo e rotas múltiplas ou meios múltiplos de inserção, guerra eletrônica e transmissões falsas. Todas estas técnicas ajudam no plano de despistamento. Na inserção podem ser usados meios inesperados de inserção, ou horário, lugar e rotas. Fogo diversionário pode ser usado para distrair a atenção. O lançamento das tropas pode ser múltiplos, anfíbio ou ambos com a dispersão das plataformas em tempo e local. O desembarque pode ser próximo de um alvo potencial ao invés do alvo real para deslocar as tropas inimigas para o alvo falso. Podem ser liberadas informações falsas ou aumentar os vôos de reconhecimento em áreas falsas.

As vezes uma operação especial é feita exatamente para despistar. Os Commandos britânicos usados para reconhecimento em Pass de Calais deixavam dicas que a invasão seria lá e não na Normandia.

Na incursão contra Diepp, os Commandos usaram um contratorpedeiro modificado para parecer alemão com códigos e bandeiras capturadas e realizaram um raid de bombardeiro em um local próximo para despistar. Além do contratorpedeiro falso, os Commandos invadiriam o local com 16 lanchas de madeira e duas torpedeiras. O ataque diversionário funcionou e passaram pelas baterias costeira sem serem atacados, mas ao se aproximarem as defesas estavam mais ativas que o esperado. Os códigos ainda atrasaram um pouco o contra-ataque até seis minutos antes de atingir o objetivo que era abalroar um dique que seria destruído depois por explosivos no navio. As lanchas de madeira sofreram baixas pesadas e o objetivos dos Commandos não foi cumprido. Os Commandos no contratorpedeiro eram poucos contra as fortes defesas alemães e duraram pouco tempo até se renderem.

Na operação Yonatan em 1976, ou o resgate de reféns israelenses no aeroporto de Entebe, quatro C-130 realizaram um pouso de assalto e desembarcaram dois Land Hover e um Mercedes para simular uma comitiva do presidente Id Amin Dada. As tropas israelenses usavam armas e roupas da OLP para despistar e conseguir surpresa.

Durante o desembarque britânico em San Carlos, durante a Guerra das Malvinas, as operações de despistamento incluía um bombardeio naval em Bluff Cove e Fritzoy, além de um raid do esquadrão D do SAS e algumas tropas do SBS em Darwin e Goose Green com cerca de 60 tropas. As tropas estavam muito bem armadas para dar a impressão de um batalhão, mas tinham que evitar contato direto. As armas levadas incluíam mísseis Milan e Stinger, lança-granadas, lança-rojões de 66mm e 84mm, morteiros e metralhadoras MAG. Foram infiltrados de helicópteros a 30km do alvo e tiveram que andar até o local por 20 horas. Faziam várias paradas para descansar devido ao peso insuportável do equipamento. Durante o ataque, obviamente noturno, as tropas mudavam de posição freqüentemente para dar a impressão de uma força maior. Retiraram-se pela manhã com o desembarque completo. Os próprios informes de um pelotão em San Carlos e aeronaves Pucara e Macchi de reconhecimento foram julgados como sendo um assalto de despistamento para levar tropas para longe. A única resposta foi de aeronaves de ataque.

Na noite de 14 de junho, 60 tropas do esquadrão D e G do SBS e seis do SAS realizaram um raid de despistamento na atacar a retaguarda Argentina enquanto o 2 Para atacava Wireless Ridge próximo a Port Stanley. Transportados por botes Zodiac eles assaltariam o porto e colocariam fogo em tanques de combustível enquanto fariam fogo supressivo. Os argentinos reagiram com  fogo intenso antes de chegarem e rechaçaram o ataque.

Na operação magistral no Afeganistão, os russos lançaram 20 pára-quedistas falsos e ficaram sabendo das posições inimigas que atiraram nos alvos para serem atacadas depois pela aviação.

Na Guerra do Golfo em 1991, equipes do Force Recon e Seals fizeram reconhecimento de praia para um possível desembarque no Kuwait. Na verdade o desembarque do USMC foi na Arábia Saudita, mas tinham que enganar os iraquianos para deslocar divisões para o Kuwait e deixar o flanco esquerdo mais fraco. Foram realizados 20 missões de reconhecimento de praia antes até achar um local adequado para um assalto diversionário no dia do início das operações terrestres. O reconhecimento mostrou que as praias estavam bem defendidas o que desencorajou um desembarque real. As missões deixavam pistas que as tropas estiveram ali para convencer que era a intenção de desembarque era séria. As infiltrações eram realizadas de helicóptero ou barcos patrulha. Foi feito um contato com disparos em uma ocasião sem perdas. O alvo escolhido foi a praia de Mina Su'ud.

A operação de despistamento foi realizada pela Força Tarefa Mike com 15 operadores dos Seals tentando imitar as ações de uma Divisão de Fuzileiros. A equipe foi transportada em uma lancha rápida até 10km da costa e depois passou para três botes de borracha (RIB) remando até 500 metros da praia na noite do dia 24 de janeiro. Cada RIB tinha cinco operadores dos Seals sendo um rádio operador, um armado com uma metralhadora M-60, um engenheiro para reparar o motor se necessário e dois mergulhadores de combate. Os mergulhadores levavam 20kg de cargas explosivas para detonar a 1 hora da madrugada (3 horas antes da invasão). As cargas foram instaladas na arrebentação da praia. Depois colocaram bóias sinalizadoras para serem vistas de dia como marcação da área de desembarque. Quando voltaram para as lanchas foi iniciada a segunda parte da missão quando passaram a atirar na praia com metralhadores 12,7mm e lança-granadas automáticos MK-19 por cinco minutos varrendo toda a praia, além de atirar cargas explosivas na água com mecanismo de tempo. Esta operação fez parecer que a praia foi preparada para um desembarque. A operação não só manteve os iraquianos no local como desviaram, mais duas divisões para o local. Nesta operação de inteligência incluiu o "vazamento" de informações para a imprensa do desembarque na costa do Kuwait incluindo imagens do treinamento de desembarque na Arábia Saudita.

As operações de despistamento fazem parte das operações de Guerra Psicológica (PSYOPS). No Golfo as equipes de psyops transmitiam a partir de estações de radio em terra e no rádio e lançavam panfletos paraas  tropas em campo tentando passar a idéia que o inimigo era Saddam e não o povo iraquiano. Os aliados lançaram 19 milhões de panfletagem. Dos mais de 86 mil prisioneiros, 98% viram os panfletos, 80% se diz influenciado e em 70% dos casos influenciou a desistir. As transmissões de rádio atingiu 58% dos prisioneiros sendo que 46% foi persuadido a se render. Os números podem ser considerados suspeitos pois queriam agradar os captores.

Os iraquianos também transmitiam para as tropas americanas que gostavam de ouvir pois achavam muito engraçado. O objetivo de Saddam com sua psyops era romper a coalizão árabe. O contra ataque foi mostrar a brutalidade do ditador e que invadiu um país islâmico.

A função da psyops também era de informar, além de persuadir. Outra forma era enganar com barulho gravado de blindados e emitidos na fronteira. Os iraquianos atiravam, a noite, e revelavam sua posição. Foram usados cerca de 100 veículos com alto-falantes para estas missões e também chamavam os iraquianos para se renderem. Quando a psyops é contra a população é chamada de ações cívico sociais (ACISO) através de serviços de saúde, infra-estrutura, água potável, alimentos etc. Contra o inimigo é chamada de guerra psicológica.


Uma das principais táticas das FOpEsp é atacar a noite. Os Rangers da Segunda Guerra Mundial já tinham percebido que era melhor não responder ao fogo a noite se atacados para não entregar a posição. O inimigo geralmente não vê onde está atirando e tende a atirar mais para o alto. Isto foi aprendido com a experiência e podiam chegar a até 100 metros do inimigo a noite. Os Commandos britânicos até usavam tênis com sola macia para não fazer barulho a noite o que acontecia muito com o coturno. A noite faz a efetividade das armas cair para o nível do século XIX. Surpresa implica só atacar se atacado e primeiro se aproximam ao máximo. Itens de metal que fazem barulho podem ser cobertos com panos ou prendidos firmemente. Antes da missão, os soldados pulam para ver se causam muito barulho.

A unidade de elite pára-quedista 202 de Israel, ao invés de usar táticas de fogo e movimento, testou táticas de atacar a noite, se aproximando sem disparar ao invés de usar fogo de apoio pesado. Disparam apenas ao chegar bem perto do inimigo. Com os óculos de visão noturna as tropas passaram a ter alguma vantagem, mas agora estes meios são fáceis de encontrar e já não é tanto uma vantagem. De dia continua a ser muito perigoso.

A camuflagem é sempre considerada. O uniforme pode ser igual ao do inimigo, mas se tem tropa amiga próximo tem que ser igual para evitar fogo "amigo". Uma técnica para evitar detecção é andar para trás pisando com o tornozelo no chão primeiro. Outra opção é tirar a parte dura da bota para ficar lisa e se passar por morador local.

A surpresa é outra tática sempre considerada nas operações especiais. Na invasão do Panamá em 1989, os Seals foram encarregados de evitar que o General Noriega fugisse de avião do país. O objetivo era danificar seu jato Learjet que ficava no aeroporto de Patilla. Noriega podia chegar ao local em 20 minutos e por isso a ação tinha que ser rápida.

A missão seria realizada por 67 Seals divididos em três pelotões de 16 tropas e uma seção de morteiro. O pelotão Golf manobraria para desabilitar a aeronave, o Bravo neutralizaria as forças locais e faria bloqueio da pista enquanto o Delta faria segurança do perímetro e dos outros pelotões. Entre as tropas estava um sniper para atingir os pneus das aeronaves no local. Os Seals tentariam bloquear a pista com as aeronaves já localizadas no aeroporto. Era esperado apenas resistência leve, mas não sabiam o número exato de tropas inimigas no local. Os Seals queriam ter uma vantagem de 3 para 1 para conseguir superioridade de fogo fácil. Era esperado cerca de 10-15 inimigos e mal treinados. As regras de engajamento exigiam que só atirassem se atacados primeiro. O objetivo era evitar danos a propriedade, tendo que desabilitar a aeronave sem destruí-la. As ordens vieram de cima e os Seals não puderam mudar. Isto impediu usar a tática de reconhecimento pelo fogo, sendo que o normal é atirar primeiro e perguntar depois.

O Seals avançaram em 15 botes Zodiac pela costa e desembarcariam na praia próxima ao aeroporto no fim da pista. Tinham uma seção de morteiro que ficou no local de desembarque. A missão foi sincronizado com outras operações da invasão. Os Seals foram detectados no desembarque e as tropas inimigas chamaram reforço na forma de tropas mais bem treinadas. O efeito surpresa começou a ser perdido dias antes quando os operadores de radar de trafego aéreo do Panamá notaram um aumento das atividade aéreas dias antes da invasão e deram o alerta. Sabiam que eram cargueiros que aumentaram em número e eram mais pesados.

Era esperado apoio aéreo na forma de um AC-130, mas o rádio de comunicação terra-ar deu pane. Houve atrasos e a missão passou a ser desabilitar as aeronaves. Os Seals logo receberam um aviso que Noriega entrou dentro de um helicóptero e podia estar a caminho do aeroporto. Os Seals tiveram que atacar mais rápido e sem apoio externo. Ao mesmo tempo chegaram tropa de reforço e o elemento surpresa mudou de lado. Os Seals avançavam na grama e na pista sem proteção. Tudo parecia calmo e o aeroporto estava muito bem iluminado. Os pelotões estavam separados e o inimigo bem posicionado. Os panamenhos pediram para o pelotão Delta se render e iniciaram o tiroteio. Os pelotões Golf e Bravo logo correram para ajudar. O AC-130 via tudo de cima sem poder ajudar.

Os Seals sem proteção começaram a sofrer baixas, mas atiravam mais e melhor apesar da proteção de concreto disponível para os panamenhos. Em três minutos já eram oito baixas. Com a chegada dos outros pelotões aumentaram ainda mais o poder de fogo. Atacaram com o LAW e granadas M-203 já sem preocupar com danos colaterais. A resistência acabou na hora com os panamenhos feridos ou mortos. Poucos sobreviveram e se renderam. A batalha durou menos de 15 minutos com quatro mortos e 9 feridos graves para os Seals. A evacuação médica demorou devido a grandes baixas durante a invasão. A missão foi criticada pois podiam ter deixado apenas uma equipe de vigilância a longa distância com sniper para danificar a aeronave se necessário, ou podiam ter usado uma força maior e mais bem armada. Os raids em área urbana precisam de surpresa, choque e velocidade, além de apoio externo se a força for comprometido.

Na invasão do Panamá houve outro exemplo de missão rápida quando seis tropas da Delta Force tinham a missão de invadir a prisão Modelo para resgatar o agente da CIA Kurt Muse. Muse era responsável por uma rádio que transmitia propaganda anti Noriega. As tropas foram infiltradas em um MH-6 com apoio de um AC-130 e de um AH-6 armado para dar apoio contra a metralhadora 12,7mm de um batalhão próximo. O MH-6 pousou no teto e em seis minutos fizeram o resgate e fugiram. O MH-6 teve que pousar próximo da prisão atingiu uma linha de alta tensão. Tentou decolar e caiu logo depois ao ser atingido. Os Rangers de uma força de reação rápida equipada com blindados LAV foram chamados para o resgate. O local estava sendo vigiado por snipers das FE americanas.


Apoio Externo

As FOpEsp não são preparadas para sustentar ação como as forças convencionais. Não atuam em grande número e nem ficam próximas da retaguarda para retroceder, se rearmar e reabastecer. A ação tem que ser rápidas. Invadem, agem e fogem. Como podem ser pegas por ameaças inesperadas elas sempre contam com algum tipo de apoio externo para superar forças inimigas mais fortes. Este apoio vem principalmente na forma de apoio aéreo aproximado, artilharia ou com força de reação rápida. As forças convencionais sempre souberam que a artilharia permite que uma força menor é capaz de superar uma força muito superior.

SAS
No dia 14 maio de 1982 os britânicos fizeram uma incursão contra o aeroporto da ilha Pebble nas Malvinas onde havia um radar e várias aeronaves que podiam ameaçar o desembarque em San Carlos. No dia 11 maio, 8 tropas do Esquadrão D do SAS foram desembarcados na Malvinas oriental. Depois atravessaram o canal de São Carlos de canoa até a Malvinas ocidental onde fizeram um posto de observação para coletar informação da guarnição de cerca de 10 argentinos. Na noite do dia 14 para 15 mais 45 tropas do Esquadrão D do SAS e alguns do SBS junto com um observador avançado desembarcaram de dois helicópteros Sea King a partir do HMS Hermes e caminharam por meia hora até o alvo. Foram divididos em tropas de assalto e cobertura. O ataque foi iniciado pelo apoio de fogo naval com os canhões de 114,5mm do HMS Glamorgan com disparos a cada dois segundos para manter os argentinos de cabeça baixa. Sem resistência os operadores do SAS plantaram cargas explosivas nas aeronaves e depósitos de munição. Também foram usados lança-granadas M-203, LAW, morteiro de 81mm e armas leves para supressão. Enquanto isso, a força de assalto colocou cargas nas cabines das aeronaves destruindo seis Pucara, um Skyvan, cinco aeronaves leves, além do radar e depósito de munição. Se retiravam enquanto as cargas explodiam e foi quando os argentinos abriram fogos. Foram cerca de 40 baixas argentinas e dois feridos no SAS.


Na invasão de Granada em 1983 uma equipe dos Seal Team 6 recebeu a missão de realizar uma incursão para tomar a Rádio RFG para que não transmitisse informações para as tropas inimigas e para que fosse usada depois pelas Forças Especiais para transmitir informações amigas. Os Seals não sabiam a composição da força inimiga no local, nem se haveria força de reação e nem se tinha artilharia antiaérea por perto. Fizeram a inserção de helicópteros MH-60 quase ao nascer do sol. Só encontraram cinco guardas e a rádio foi facilmente tomada. Depois fizeram bloqueio na estrada e dois veículos foram atacados com os fugitivos avisando as forças inimigas. Logo um BTR-60 com tropas e morteiro contra atacou. O morteiro foi posicionado próximo enquanto as tropas avançavam. Os Seals não tinham armas como o AT-4 ou apoio de AC-130 para contra-atacar. Agüentaram o ataque por uma hora com quatro baixas. Destruíram tudo na estação e fugiram nadando até um navio próximo a costa. A rádio RFG tinha uma estação móvel que não foi detectada nem destruída. A lição desta missão é levar arma de apoio como fuzil de sniper calibre 12,7mm, armas como o AT-4 ou Stinger, ou apoio externo na forma de artilharia ou aviação, além de não atuar de dia.

Também em Granada, outra equipe do Seal Team 6 recebeu a missão de entrar na mansão do ex-governador e resgatá-lo, permanecendo no local até a chegada de tropas amigas. Uma força de 22 Seals deveria ter sido inseridas a partir de dois Blackhawk a noite, mas com o atraso foi de dia. Estavam próximo de uma peça de artilharia antiaérea e um helicóptero foi atingido tendo que voltar para base com o piloto ferido e ainda com quatro Seals dentro. Logo chegaram tropas locais tentando invadir o local.
A posição era boa para defesa ficando em cima de pequena colina com ótimos campos de tiro. Como perderam o rádio de longo alcance logo na infiltração tiveram que usar o telefone para chamar apoio. Os Seals chamaram ajuda de helicópteros AH-1 que teve que fazer um pouso forçado em um campo de futebol próximo ao ser atingido. Um CH-46 chamado para resgatar o piloto também foi atingido assim como um segundo AH-1 também foi atingido. Depois chamaram um AC-130 que atacou um BTR pois os Seals estavam sem arma pesadas como o LAW. Caças A-7 fizeram cobertura depois da partida do AC-130. Os Seals tiveram que agüentar por cerca de 24 horas até a chegada de uma companhia de fuzileiros. Apenas o sniper matou 21 inimigos. Os Seals não estavam preparados para sustentar um engajamento e foram mal usados por lutar de dia. Uma lição foi levar sempre armas pesadas como LAW, AT-4, Barret M-82 ou mísseis Stinger. O AC-130 é outra arma de apoio valiosa. Só na invasão do Panamá eram nove disponíveis para apoiar as forças no local.

Na Somália em 1993 os Rangers operavam a partir de um hangar aberto no aeroporto da cidade de Mogadício facilmente visto da cidade. A visibilidade fazia perder surpresa fácil nas operações. A reação foi lançar vôos diários para acostumar/desensibilizar a rede de alerta ficando difícil distinguir quais eram as missões reais. Também passaram a alternar infiltração por terra e pelo ar. Na famosa missão do filme “Black Hawk Down” o resgate foi de dia e o planejamento durou menos de uma hora. Resultou em um combate não esperado de 18 horas com muitas baixas. A infiltração dos helicópteros dos Deltas para seqüestrar Aidid e seus seguidores foi junto com os Rangers para criar um cordão de isolamento para evitar a saída e entrada do local. A exfiltração seria por terra em nove Humvee e três caminhões. A missão foi observada por três helicópteros e um P-3 Orion para vigilância que enviavam vídeo em tempo real para o Posto de Comando na base. A missão foi próximo do mercado de Bakara onde era a concentração de força de Aidid. Era um local evitado pela ONU por ser um local perigoso. Logo quando os helicópteros decolaram os somalis começaram a queimar pneus para dar alerta do ataque. Os somalis estavam preparados e sabiam como atingir os helicópteros com RPG. Dois foram derrubados e dois atingidos. A missão passou a ser resgatar os pilotos. O comboio terrestre passou a ser uma missão de resgate com as tropas cercada no local durante a noite. Um helicóptero levou suprimentos e helicópteros de ataque AH-6 conseguiram manter os somalis longe. Os americanos consideram que foi o apoio aéreo que evitou que os somalis tomassem as posições americanas.

Durante a Operação Anaconda no Afeganistão em 2002, uma operação tipo "martelo e bigorna" para canalizar o Talibã contra uma armadilha, as
FOpEsp e convencionais só não sofreram grandes perdas devido ao apoio externo. Metade dos Apaches usados na operação foram danificados.

A nova força de apoio das
FOpEsp são as aeronaves não tripuladas. Em fevereiro 2002, um Predator detectou um dos líderes do Talibã entrando em um veiculo. Equipes dos Seals e comandos dinamarqueses foram enviados em um MH-53M com os AH-64 de escolta. Em uma hora capturaram o alvo. A USAF agora tem um esquadrão (6o Special Operation Squadron) na Flórida equipados com dois esquadrões de UAV Predator só para auxiliar as FOpEsp.

Raid Libano 2006
Em 2006, foram mostradas na TV uma incursão de FOpEsp israelense contra um hospital no norte do Líbano toda filmada por UAVs. O local era suspeito de ser uma base terrorista, mas estava abandonado. As tropas puderam avançar com o UAV funcionando como batedor dando uma visão da situação a frente do avanço. A incursão durou 20 minutos com as tropas infiltrando e exfiltrando de helicópteros CH-53. Na foto acima mostra as imagens onde os comandos israelenses são marcados pelos círculos vermelhos.

Em guerra urbana, como na invasão do Panamá, só é usada arma de fogo direto devido ao terreno urbano e proteção da população. Armas potentes como o AC-130, mísseis Hellfire e artilharia só é usada para destruir prédios se necessário. Não é usado arma de área como morteiros e artilharia.

JDAM
Tropas das FE americanas se escondem enquanto uma bomba guiada JDAM atinge um alvo próximo.

PJ
As tropas de resgate como estes Para Rescue Jumpers, ou PJ, são FOpEsp cuja missão é fazer evacuação médica (EVAM) rápido. Quanto mais rápido for a evacuação médica maiores as chances de salvar a vida de uma tropa ferida. Israel considera suas forças de resgate médicas como Tropas de Elite. Reagem rápido com helicópteros e são treinados em sobrevivência e armas.

TCU
O TCU é uma forma de lançar suprimentos para tropas em terra a partir de aeronaves de caça. Um pára-quedas é usado para diminuir a aceleração e levar a carga até o chão. O ressuprimento é uma forma de apoio que as aeronaves dão para as forças em terra.


Patrulha de Emboscada

As emboscada eram as principais táticas das Forças Especiais americanas no Vietnã. Os alvos eram trilhas suspeitas de serem usadoa pelos Vietcongs. A primeira regra é usar muito poder de fogo para ter sucesso. Na selva, além de pouca visibilidade, o som é abafado, e o próprio som da tropa pode abafar sons do inimigo se movendo. Os contatos são curtos e a menos de 30 metros e freqüentes a 10 metros. A reação rápida é importante, não só para sobrevivência, mas para dominar a luta com fogo e movimento. A vitória geralmente vai para quem tem metralhadoras e granadas em quantidade e bem posicionadas, além de flanquear o inimigo.

Se flanqueado em uma emboscada, a reação é retirar-se com elementos cobrindo um ao outro. A maioria das perdas ocorre nos primeiros minutos. As emboscadas duram cerca de 15 minutos e o apoio externo dura cerca de 5-20 minutos para chegar. Os Vietcongs tendem a se aproximar das tropas americanas para evitar que chamem apoio pois as bombas podem atingir as tropas amigas. Se o Vietcong não consegue sucesso rápido em uma emboscada eles fugiam, mas podiam ser cercados por tropas enviadas de helicópteros.

Uma técnica desenvolvido pelos americanos no fim do conflito do Vietnã se chama "quick kill". O soldado tinha que tirar o fuzil da bandoleira, virar, cair no chão, encontrar o alvo e disparar em dois segundos. Para fugir foram desenvolvidos os "Immediate Action Drills". O SAS na Malásia que iniciou as técnicas de reagir rápido a contato com inimigo a frente, lado e atrás. A experiência do SAS na Malásia levou a testar vários modelos de escopetas para combate aproximado na selva.

A arma preferida pelos americanos nas emboscadas eram as minas Claymore. Cada membro de uma patrulha levava uma mina. Eram acionadas por um fio de 30 metros. A arma cobre um arco de 60 graus com mais um raio de 16 metros ao redor. Sua explosão inicia a emboscada. Patrulhas em fuga podem deixar a mina com acionamento por tempo para assustar os perseguidores. O explosivo C4 da mina pode ser retirado para explodir casamatas ou explodir árvores para abrir clareiras para zonas de pouso de helicópteros. As minas Claymore também eram usadas para proteger os flanco e retaguarda de uma posição, para defesa noturna e para criar armadilhas. Várias minas juntas aumentam em muito o poder de uma patrulha e faz o inimigo pensar que é uma força muito grande.

No fim da guerra no Afeganistão, a guerrilha local focou seus ataques contra os comboios russos. As táticas de emboscada incluíam a surpresa, escolha do local, posições fortificadas e ocultas, rota de retirada, minar rotas e atacar vários locais do comboio ao mesmo tempo. Os guerrilheiros atacavam primeiro o caminhão de comando que podia ser facilmente identificado por ter duas antenas e assim ficavam sem comando. Os russos nem mudavam a posição do caminhão de comando que era sempre o primeiro do comboio e nem colocavam o comando em blindados.

Já a defesa do comboio implica em treinamento prévio contra todas as ameaças possíveis, dispor de cobertura aérea rápida, disponibilizar força de reação rápida, artilharia de apoio, usar comboio de iscas e reconhecimento de rota para checar pontos quentes prováveis como minas em pontes. As posições prováveis de emboscada devem ser checadas a pé. Helicópteros podem ser usados para reconhecer posições mais altas. O planejamento de missão dura dias, mais alguns dias para treinamento prévio.

O pelotão de reconhecimento atua a cerca de 10km a frente e o comboio viaja a cerca de 35-40 km/h. Blindados são colocados entre os caminhões. Em caso de emboscada os caminhões saem rápido da "kill zone" e os blindados atacam. Se o terreno permitir avançam contra o inimigo. As posições de emboscadas eram melhor tomados do lado ou por trás. Se pego em emboscada era melhor reagir atacando posição ao invés de permanecer na zona de tiro ou passivo. Os blindados ZSU-23-4 Shilka mostraram ser muito bons em reação contra emboscada e para atacar alvos em terra devido ao grande poder de fogo e precisão.

A maioria dos comboios não tinha escolta de helicópteros de ataque e nem tomavam pontos altos na rota. Quando era possível os blindados iam de um ponto alto para outro, um cobrindo o avanço do outro. Na defensiva tem que tentar usar as posições altas e para os blindados não era sempre possível. Então tinham que pelo menos guardar estes pontos altos.

As tropas russas também usavam a emboscada como o método preferido de reconhecimento. A emboscada pode ser usada em todos os tipos de combate e contra guerrilha é a principal tática por não ter linha de frente no caso de guerra não convencional.

As minas têm que ter controle de disparo para não serem detonadas por trafego não inimigo resultado na perda da surpresa se tiver inimigos próximos. Os russos dividiam suas tropas em grupo de segurança, apoio e assalto. Os russos usavam zonas de pouso falsos para esconder ponto de inserção. Faziam emboscadas longas e corriam o risco de serem detectados por nativos e sofrer contra-emboscada.

As emboscada eram formadas pelos pelotões de reconhecimento, engenheiros para colocar minas, forças de armas pesadas como equipes de lança-granadas AGS-17 e outras tropas de infantaria. As tropas eram treinadas antes para todos os cenários esperados. As minas são instaladas em possíveis rotas de escape. Usavam postos de observação para alerta. Uma tática era deixar passar os batedores para pegar o corpo principal. Cerca de 90% das emboscadas falham pois eram detectadas na infiltração, usavam muito o rádio o que denunciava e os rastros da equipe era muito grande pois o alto comando proibia que as tropas atuassem em um número menor que um pelotão de 25, como os grupos de combate (GC), pois os sargentos não eram profissionais e era obrigatório a presença de um oficial.

Os blindados eram usados em embocadas para apoio de fogo, cortar a retirada inimiga e exfiltração rápida. Os blindados podiam ser usados para retirada falsa com metade da tropa ficando na posição.

Quando os guerrilheiros começaram a usar grandes comboios os russos reagiram usando emboscadas grandes com companhias e apoio de artilharia e podiam cobrir mais rotas simultaneamente. Se percebessem que tinham superioridade os guerrilheiros flanqueavam a emboscada.

As tropas aerotransportadas mostraram ser mais eficientes para cercar ou emboscar, além de apoiar as forças mecanizadas. Eram usadas para isolar e destruir bases guerrilheiras, fechar rotas de retirada, mas logo aprenderam a não atuar fora do alcance da própria artilharia.

Em 2001, foram os americanos que passaram a fazer emboscadas no Afeganistão. Uma equipe do Force Recon (1o Force) foi usada para fazer reconhecimento de zona no Afeganistão. Plantaram dois sensores sísmicos no local, mas a areia atrapalhou seu funcionamento. Outra missão foi fazer emboscada na Rodovia 1 atrás de membros do Al Qaeda e Talibã que fugiam. A missão era mais de interdição do que emboscada pois as regras de engajamento forçavam a só atirar se atacados para evitar baixas civis. Foi usado um elemento de reconhecimento, um de assalto e outro blindado com equipe anti-carro. Surpreendentemente não sabiam que havia uma equipe de Sniper próximo e não fizeram coordenação. O terreno era muito aberto e inadequado para emboscada. Tiveram que chamar apoio aéreo contra veículos que fugiram. Já os Deltas que operaram no Afeganistão sofreram uma emboscada logo no inicio das operações com 12 baixa por RPG e metralhadoras.


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