Táticas das FOpEsp
Os Rangers americanos da guerra da independência do
século XVIII já
tinham manuais dizendo para agir de forma a ver inimigo primeiro,
manter distância
na formação, manter vigilância no acampamento, usar
trilhas diferentes na infiltração
e exfiltração, usar batedores 20 metros na vanguarda, flancos e
retaguarda das
patrulhas/formações, criar pontos de reunião caso
a força se disperse, e fazer círculo
para emboscar perseguidores. Estas dicas ainda são ensinadas aos Rangers atuais.
Com o tempo, as
táticas e
técnicas foram evoluindo com o aparecimento de novos
equipamentos, armas
e experiência em combate. A experiência dos Commandos
britânicos na Segunda
Guerra Mundial levou ao uso de novos equipamentos, táticas e
métodos de
treinamento usados depois por outras tropas. As táticas de
incursões foram
adotado nos pelotões de comandos das tropas regulares do
Exército
Britânico.
Patrulhas
Uma forma de entender as táticas de combate das FOpEsp é pelas
táticas de patrulhas. Existem vários tipos de patrulha
como reconhecimento,
combate, incursão, emboscada, etc.
As principais
táticas de incursão foram desenvolvidas
pelos Boers ainda no fim do século XIX e aperfeiçoadas
pelos Commandos britânicos
na Segunda Guerra Mundial. Enquanto as tropas
convencionais usam concentração
de força e poder de fogo, os Commandos atacavam a noite, usando surpresa, velocidade, capacidade
individual,
trabalho em equipe, auto-suficiência, choque, imprevisibilidade,
fintas, audácia e furtividade para obter
sucesso. A
surpresa, agressão e velocidade formam um tripé. Se um
não for obtido
atrapalha os outros e se um for bem feito ajuda os outros.
As
operações de ação direta dependem basicamente
da
preparação de inteligência, habilidade de combate e
coordenação. As forças não
têm apoio das forças convencionais e compensam a
inferioridade numérica com
velocidade e táticas.
Domínio
rápido é a tática de diminuir a
capacidade do inimigo de compreender e reagir a um ataque, criando
choque e
espanto para deixar o inimigo impotente. Em uma estratégia mais
ampla inclui
atacar os centros de comando, negar informações,
desinformação, usar força
muito superior e ação rápida. As armas guiadas de
precisão são um viabilizador
desta estratégia.
Tudo inicia com
coleta de informações sobre o inimigo
e planejamento
meticuloso para explorar pontos fracos do inimigo. Usam muito
despistamento e
fintas para enganar e confundir o inimigo. Os Commandos
britânicos não tinham
apoio de armas pesadas para atacar um inimigo alerta e preparado como
as
forças
convencionais. Estas táticas contrabalançavam a falta de
poder de fogo. As táticas eram
sempre ofensivas e não eram preparados para a defensiva. O que caracteriza os
raids/incursões é agir
rápido, atacar e fugir. As FopEsp raramente tomam
e mantém o terreno,
mas exploram fraquezas ou agem como multiplicador de força para
as forças convencionais. Conquistar e manter o
terreno são
trabalhos para as
forças convencionais.
Enquanto as tropa
convencionais tomam um
objetivo após um engajamento direto, as FOpEsp não
pretendem aniquilar o
inimigo. As FOpEsp atuam de modo oculto ou de baixa visibilidade por
motivos políticos.
Os combates diretos e sustentados, geralmente de larga escala, para
atingir ou
proteger interesses nacionais das tropas convencionais não podem
ser
encobertos.
Planejamento
As operações especiais são extensamente
planejadas, com a equipe estudando
dados do terreno, mapas, meteorologia, forças inimigas, tropas
amigas na
região, forças de apoio, dados do objetivo, fotos da
área de operação,
reconhecimento da zona de pouso e escolha dos equipamentos. O
planejamento pode
durar dias e até semanas e inclui o treinamento e ensaio. O planejamento
detalhado com ensaio e treinamento costuma durar pelo menos cinco dias,
mas pode ser feito em bem menos tempo em situações de emergência. As missões
têm quatro elementos em comum:
comando e controle tático e estratégico, planejamento
de missão, execução e debrifing.
Conhecer
o terreno é importante com o uso de mapas e fotos pois geralmente
operam em
terreno desconhecidos. O operador deve conhecer o local perfeitamente
para
saber onde está e tirar vantagem tática. O conhecimento
do terreno sempre
ajudou forças inferiores, como os guerrilheiros, a superar
forças superiores e
mais bem treinadas.
Uma
conseqüência do fracasso da
missão foi a criação do esquadrão 160
SOAR para apoiar as FOpEsp. Outra
conseqüência
foi a criação do Comando de Operações
Especiais (SOCOM) tendo controle de todas
as FOpEsp americanas. Assim passaram a atuar em conjunto e antes isto
ocorria
raramente. Por exemplo, durante a invasão de Granada, o USMC
planejou só usar
seus Fuzileiros para tomar a ilha enquanto o US Army planejou só
usar seus
Rangers e as Forças Especiais. Depois a ilha foi dividida ao
meio entre as duas
forças. No caso do US Army, o correto seria usar suas FOpEsp para
apoiar a invasão
e não atuar sozinhos. Antes só havia
competição entre as FOpEsp americanas pela
mesma missão. Com a guerra contra o terror agora falta
até tropas para cumprir
todas as missões.
Despistamento
As táticas de despistamento sempre se fazem presente nas
operações militares e
as operações especiais não são
exceção. As
operações e táticas de despistamento são
usadas para negar ao inimigo dados para inserção ou
despistar o local ou intenção.
Podem ser feitas com infiltração falsas e
operações de coberturas como ataques aéreos,
ataques terrestres, assalto aéreo e rotas múltiplas ou
meios múltiplos de inserção,
guerra eletrônica e transmissões falsas. Todas estas
técnicas ajudam no
plano de despistamento. Na inserção podem ser usados
meios inesperados de inserção,
ou horário, lugar e rotas. Fogo diversionário pode ser
usado para distrair a atenção.
O lançamento das tropas pode ser múltiplos,
anfíbio ou ambos com a dispersão
das plataformas em tempo e local. O desembarque pode ser próximo
de um alvo
potencial ao invés do alvo real para deslocar as tropas inimigas para o alvo
falso. Podem
ser liberadas informações falsas ou aumentar os
vôos de reconhecimento em áreas
falsas.
As vezes uma operação especial
é feita
exatamente para despistar. Os Commandos britânicos usados para
reconhecimento
em Pass de Calais deixavam dicas que a invasão seria lá e
não na Normandia.
Na incursão contra Diepp, os Commandos usaram um contratorpedeiro
modificado
para parecer alemão com códigos e bandeiras capturadas e
realizaram um raid de
bombardeiro em um local próximo para despistar. Além do
contratorpedeiro falso, os Commandos invadiriam o local com 16 lanchas de madeira e duas
torpedeiras. O
ataque diversionário funcionou e passaram pelas baterias
costeira sem serem
atacados, mas ao se aproximarem as defesas estavam mais ativas que o
esperado.
Os códigos ainda atrasaram um pouco o contra-ataque até
seis minutos antes de
atingir o objetivo que era abalroar um dique que seria destruído
depois por
explosivos no navio. As lanchas de madeira sofreram baixas pesadas e o
objetivos
dos Commandos não foi cumprido. Os Commandos no contratorpedeiro
eram poucos
contra as fortes defesas alemães e duraram pouco tempo
até se renderem.
Na operação Yonatan em 1976, ou o resgate de
reféns israelenses no aeroporto de
Entebe, quatro C-130 realizaram um pouso de assalto e desembarcaram
dois Land
Hover e um Mercedes para simular uma comitiva do presidente Id Amin
Dada. As
tropas israelenses usavam armas e roupas da OLP para despistar e
conseguir
surpresa.
Durante o desembarque britânico em San Carlos, durante a Guerra
das Malvinas,
as operações de despistamento incluía um
bombardeio naval em Bluff Cove e
Fritzoy, além de um raid do esquadrão D do SAS e algumas
tropas do SBS em
Darwin e Goose Green com cerca de 60 tropas. As tropas estavam muito
bem
armadas para dar a impressão de um batalhão, mas tinham
que evitar contato
direto. As armas levadas incluíam mísseis Milan e
Stinger, lança-granadas,
lança-rojões de 66mm e 84mm, morteiros e metralhadoras
MAG. Foram infiltrados
de helicópteros a 30km do alvo e tiveram que andar até o local por
20 horas. Faziam
várias paradas para descansar devido ao peso
insuportável do equipamento. Durante o ataque,
obviamente noturno, as tropas mudavam de posição
freqüentemente para dar a
impressão de uma força maior. Retiraram-se pela
manhã com o desembarque
completo. Os próprios informes de um pelotão em San
Carlos e aeronaves Pucara e
Macchi de reconhecimento foram julgados como sendo um assalto de
despistamento
para levar tropas para longe. A única resposta foi de aeronaves
de ataque.
Na noite de 14 de junho, 60 tropas do esquadrão D e G do SBS e
seis do SAS
realizaram um raid de despistamento na atacar a retaguarda Argentina
enquanto o
2 Para atacava Wireless Ridge próximo a Port Stanley.
Transportados por botes
Zodiac eles assaltariam o porto e colocariam fogo em tanques de
combustível
enquanto fariam fogo supressivo. Os argentinos reagiram com fogo
intenso
antes de chegarem e rechaçaram o ataque.
Na operação magistral no Afeganistão, os russos
lançaram 20 pára-quedistas
falsos e ficaram sabendo das posições inimigas que
atiraram nos alvos para
serem atacadas depois pela aviação.
Na Guerra do Golfo em 1991, equipes do Force Recon e Seals fizeram reconhecimento de praia para um possível desembarque no Kuwait. Na verdade o desembarque do USMC foi na Arábia Saudita, mas tinham que enganar os iraquianos para deslocar divisões para o Kuwait e deixar o flanco esquerdo mais fraco. Foram realizados 20 missões de reconhecimento de praia antes até achar um local adequado para um assalto diversionário no dia do início das operações terrestres. O reconhecimento mostrou que as praias estavam bem defendidas o que desencorajou um desembarque real. As missões deixavam pistas que as tropas estiveram ali para convencer que era a intenção de desembarque era séria. As infiltrações eram realizadas de helicóptero ou barcos patrulha. Foi feito um contato com disparos em uma ocasião sem perdas. O alvo escolhido foi a praia de Mina Su'ud.
A
operação de despistamento foi realizada pela Força
Tarefa Mike com 15
operadores dos Seals tentando imitar as ações de uma
Divisão de Fuzileiros. A
equipe foi transportada em uma lancha rápida até
10km da costa e depois passou
para três botes de borracha (RIB) remando até 500 metros
da praia na noite do dia
24 de janeiro. Cada RIB tinha cinco operadores dos Seals sendo um rádio
operador, um armado com
uma metralhadora M-60, um engenheiro para reparar o motor se
necessário e dois
mergulhadores de combate. Os mergulhadores levavam 20kg de cargas explosivas
para
detonar a 1 hora da madrugada (3 horas antes da invasão). As cargas foram
instaladas na
arrebentação da praia. Depois colocaram bóias
sinalizadoras para serem vistas de
dia como marcação da área de desembarque. Quando
voltaram para as lanchas foi
iniciada a segunda parte da missão quando passaram a atirar na
praia com
metralhadores 12,7mm e lança-granadas automáticos MK-19
por cinco minutos
varrendo toda a praia, além de atirar cargas explosivas na
água com mecanismo
de tempo. Esta operação fez parecer que a praia foi
preparada para um desembarque.
A operação não só manteve os iraquianos no
local como desviaram, mais duas divisões
para o local. Nesta operação de inteligência
incluiu o "vazamento" de informações
para a imprensa do desembarque na costa do Kuwait incluindo imagens do
treinamento
de desembarque na Arábia Saudita.
Na invasão de
Granada em 1983 uma equipe dos
Seal Team 6 recebeu a missão de realizar uma incursão para tomar a
Rádio RFG para que não
transmitisse informações para as tropas inimigas e para
que fosse usada depois
pelas Forças Especiais para transmitir informações
amigas. Os Seals não sabiam
a composição da força inimiga no local, nem se haveria
força de reação e nem se tinha
artilharia antiaérea por perto. Fizeram a inserção
de helicópteros MH-60 quase
ao nascer do sol. Só encontraram cinco guardas e a rádio
foi facilmente tomada.
Depois fizeram bloqueio na estrada e dois veículos foram
atacados com os
fugitivos avisando as forças inimigas. Logo um BTR-60 com tropas
e morteiro
contra atacou. O morteiro foi posicionado próximo enquanto as
tropas avançavam.
Os Seals não tinham armas como o AT-4 ou apoio de AC-130 para
contra-atacar. Agüentaram
o ataque por uma hora com quatro baixas. Destruíram tudo na
estação e fugiram
nadando até um navio próximo a costa. A rádio RFG tinha
uma estação móvel que não foi
detectada nem destruída. A
lição desta missão é levar arma de
apoio como fuzil de sniper calibre 12,7mm, armas como o AT-4 ou
Stinger, ou
apoio externo na forma de artilharia ou aviação,
além de não atuar de dia.
Também em Granada, outra equipe
do Seal Team 6 recebeu a missão de entrar
na mansão do ex-governador
e resgatá-lo, permanecendo no local até a chegada de tropas
amigas. Uma força
de 22 Seals deveria ter sido inseridas a partir de dois Blackhawk a
noite, mas com
o atraso
foi de dia. Estavam próximo de uma peça de artilharia
antiaérea e um helicóptero
foi atingido tendo que voltar para base com o piloto ferido e ainda com
quatro Seals dentro. Logo
chegaram
tropas locais tentando invadir o local. A posição
era boa para defesa ficando em cima de
pequena colina com ótimos campos de tiro. Como perderam o
rádio de longo
alcance logo na infiltração tiveram que usar o telefone
para chamar
apoio. Os Seals chamaram ajuda de
helicópteros
AH-1 que teve que fazer um pouso forçado em um campo de futebol
próximo ao ser
atingido. Um CH-46 chamado para resgatar o piloto também foi
atingido assim como um
segundo AH-1 também foi atingido. Depois chamaram um AC-130 que
atacou um BTR pois os Seals estavam sem arma pesadas como o LAW. Caças A-7
fizeram
cobertura depois da partida do AC-130. Os Seals tiveram que
agüentar por cerca de 24
horas até a chegada de uma companhia de fuzileiros. Apenas o sniper matou 21 inimigos. Os Seals não
estavam preparados para
sustentar um engajamento e foram mal usados por lutar de dia. Uma
lição foi levar sempre
armas pesadas como LAW, AT-4, Barret M-82 ou mísseis Stinger. O AC-130 é outra
arma de apoio valiosa. Só na invasão
do Panamá eram nove disponíveis para apoiar as
forças no local.
Na
Somália em 1993 os Rangers operavam a partir
de um hangar aberto no aeroporto da cidade de Mogadício
facilmente visto da
cidade. A visibilidade fazia perder surpresa fácil nas
operações. A reação foi lançar
vôos diários para acostumar/desensibilizar a rede de alerta ficando
difícil distinguir quais
eram as missões reais. Também passaram a alternar
infiltração por terra e pelo
ar. Na famosa missão do filme “Black Hawk Down” o resgate foi de
dia e o
planejamento durou menos de uma hora. Resultou em um combate não
esperado de 18
horas com muitas baixas. A infiltração dos
helicópteros dos Deltas para
seqüestrar Aidid e seus seguidores foi junto com os Rangers para
criar um
cordão de isolamento para evitar a saída e entrada do
local. A exfiltração
seria por terra em nove Humvee e três caminhões. A
missão foi observada por
três helicópteros e um P-3 Orion para vigilância que enviavam vídeo em tempo real
para o Posto de Comando na base. A missão foi próximo do
mercado de Bakara onde
era a concentração de força de Aidid. Era um local evitado
pela ONU por ser um local perigoso.
Logo quando os helicópteros decolaram os somalis
começaram a queimar pneus para
dar alerta do ataque. Os somalis estavam preparados e sabiam como atingir
os helicópteros
com RPG. Dois foram derrubados e dois atingidos. A missão passou
a ser resgatar
os pilotos. O comboio terrestre passou a ser uma missão de
resgate com as tropas
cercada no local durante a noite. Um helicóptero levou suprimentos e
helicópteros de ataque AH-6 conseguiram
manter os somalis longe. Os americanos consideram que foi o apoio
aéreo
que evitou que os somalis tomassem as posições americanas.
Durante a Operação Anaconda no Afeganistão em
2002, uma operação tipo
"martelo e bigorna" para canalizar o Talibã contra uma
armadilha, as FOpEsp e convencionais
só não sofreram
grandes perdas devido ao apoio
externo. Metade dos Apaches usados na operação foram
danificados.
A nova força de apoio das FOpEsp são as
aeronaves não tripuladas. Em
fevereiro 2002, um Predator detectou um dos líderes do
Talibã entrando em um
veiculo. Equipes dos Seals e comandos dinamarqueses foram enviados em
um MH-53M
com os AH-64 de escolta. Em uma hora capturaram o alvo. A USAF
agora tem um
esquadrão (6o Special Operation Squadron) na Flórida
equipados
com dois esquadrões
de UAV Predator só para auxiliar as FOpEsp.
Em 2006,
foram
mostradas na TV uma incursão de FOpEsp israelense contra um
hospital no norte do Líbano toda filmada por UAVs. O local era
suspeito de ser uma base terrorista, mas estava abandonado. As tropas
puderam avançar com o UAV funcionando como batedor dando uma
visão da situação a frente do avanço. A
incursão durou 20 minutos com as tropas infiltrando e
exfiltrando de helicópteros CH-53. Na foto acima mostra as
imagens onde os comandos israelenses são marcados pelos
círculos vermelhos.
Em
guerra urbana, como
na invasão do Panamá, só é usada arma de
fogo direto devido ao terreno urbano e
proteção da população. Armas potentes como
o AC-130, mísseis Hellfire e
artilharia só é usada para destruir prédios se
necessário. Não é usado arma de
área como morteiros e artilharia.
Tropas
das
FE americanas se escondem enquanto uma bomba guiada JDAM atinge um alvo
próximo.
As tropas de resgate
como estes Para Rescue Jumpers, ou PJ, são FOpEsp cuja
missão é fazer
evacuação médica (EVAM) rápido. Quanto
mais rápido for a evacuação médica
maiores as chances de salvar a vida de uma tropa ferida. Israel
considera suas
forças de resgate médicas como Tropas de Elite. Reagem
rápido com helicópteros e
são treinados em sobrevivência e armas.
O TCU é uma
forma de
lançar suprimentos para tropas em terra a partir de aeronaves de
caça. Um
pára-quedas é usado para diminuir a
aceleração e levar a carga até o chão. O
ressuprimento é uma forma de apoio que as aeronaves dão
para as forças em
terra.
Patrulha de Emboscada
As emboscada eram as principais táticas das Forças
Especiais americanas no
Vietnã. Os alvos eram trilhas suspeitas de serem usadoa pelos Vietcongs. A
primeira regra é usar muito poder de fogo para ter sucesso. Na
selva, além de pouca
visibilidade, o som é abafado, e o próprio som da tropa
pode
abafar sons do inimigo se
movendo. Os contatos são curtos e a menos de 30 metros e
freqüentes a 10
metros. A reação rápida é importante,
não só para sobrevivência, mas para
dominar a luta com fogo e movimento. A vitória geralmente
vai para quem
tem metralhadoras e granadas em quantidade e bem posicionadas,
além de flanquear
o inimigo.
Se flanqueado em uma emboscada, a reação é
retirar-se com elementos cobrindo um
ao outro. A maioria das perdas ocorre nos primeiros minutos. As
emboscadas
duram cerca de 15 minutos e o apoio externo dura cerca de 5-20 minutos
para
chegar. Os Vietcongs tendem a se aproximar das tropas americanas para
evitar
que chamem apoio pois as bombas podem atingir as tropas amigas. Se o Vietcong não consegue
sucesso rápido em uma emboscada eles fugiam, mas podiam ser
cercados por
tropas enviadas de helicópteros.
Uma técnica desenvolvido pelos americanos no fim do conflito do
Vietnã se chama
"quick kill". O soldado tinha que tirar o fuzil da bandoleira, virar,
cair no chão, encontrar o alvo e disparar em dois segundos. Para
fugir foram
desenvolvidos os "Immediate Action Drills". O SAS na Malásia que
iniciou as técnicas de reagir rápido a contato com
inimigo a frente, lado e
atrás. A experiência do SAS na Malásia levou a
testar vários modelos de
escopetas para combate aproximado na selva.
A arma preferida pelos americanos nas emboscadas eram as minas
Claymore. Cada
membro de uma patrulha levava uma mina. Eram acionadas por um fio de 30
metros.
A arma cobre um arco de 60 graus com mais um raio de 16 metros ao
redor. Sua
explosão inicia a emboscada. Patrulhas em fuga podem deixar a
mina com
acionamento por tempo para assustar os perseguidores. O explosivo C4 da mina pode
ser
retirado para explodir casamatas ou explodir árvores para abrir
clareiras para
zonas de pouso de helicópteros. As minas Claymore também
eram usadas para
proteger os flanco e retaguarda de uma posição, para defesa
noturna e para criar
armadilhas. Várias minas juntas aumentam em muito o poder de uma
patrulha e faz o
inimigo pensar que é uma força muito grande.
No fim da guerra
no Afeganistão, a guerrilha local focou seus ataques contra os
comboios russos.
As táticas de emboscada incluíam a surpresa, escolha do
local, posições
fortificadas e ocultas, rota de retirada, minar rotas e atacar
vários locais do
comboio ao mesmo tempo. Os guerrilheiros atacavam primeiro o
caminhão de
comando que podia ser facilmente identificado por ter duas antenas e
assim
ficavam sem comando. Os russos nem mudavam a posição do
caminhão de comando que
era sempre o primeiro do comboio e nem colocavam o comando em
blindados.
Já a defesa do
comboio implica em treinamento prévio contra todas as
ameaças possíveis, dispor
de cobertura aérea rápida, disponibilizar força de
reação rápida, artilharia de
apoio, usar comboio de iscas e reconhecimento de rota para checar
pontos
quentes prováveis como minas em pontes. As
posições prováveis de emboscada
devem ser checadas a pé. Helicópteros podem ser usados
para reconhecer posições
mais altas. O planejamento de missão dura dias, mais alguns dias
para
treinamento prévio.
O pelotão de
reconhecimento atua a cerca de 10km a frente e o comboio viaja a cerca de
35-40 km/h. Blindados são colocados entre os caminhões. Em
caso de emboscada os
caminhões saem rápido da "kill zone" e os blindados
atacam. Se o
terreno permitir avançam contra o inimigo. As
posições de emboscadas eram
melhor tomados do lado ou por trás. Se pego em emboscada era
melhor reagir
atacando posição ao invés de permanecer na zona de
tiro ou passivo. Os
blindados ZSU-23-4 Shilka mostraram ser muito bons em
reação contra emboscada e
para atacar alvos em terra devido ao grande poder de fogo e
precisão.
A maioria dos
comboios não tinha escolta de helicópteros de ataque e
nem tomavam pontos altos
na rota. Quando era possível os blindados iam de um ponto alto para
outro, um
cobrindo o avanço do outro. Na defensiva tem que tentar usar as
posições altas
e para os blindados não era sempre possível. Então
tinham que pelo menos guardar
estes pontos altos.
As tropas russas
também usavam a emboscada como o método preferido de
reconhecimento. A
emboscada pode ser usada em todos os tipos de combate e contra
guerrilha é a
principal tática por não ter linha de frente no caso de
guerra não
convencional.
As minas têm que
ter controle de disparo para não serem detonadas por trafego
não inimigo
resultado na perda da surpresa se tiver inimigos próximos. Os
russos dividiam
suas tropas em grupo de segurança, apoio e assalto. Os russos
usavam zonas de
pouso falsos para esconder ponto de inserção. Faziam
emboscadas longas e
corriam o risco de serem detectados por nativos e sofrer
contra-emboscada.
As emboscada eram formadas pelos pelotões de reconhecimento,
engenheiros para
colocar minas, forças de armas pesadas como equipes de
lança-granadas AGS-17 e
outras tropas de infantaria. As tropas eram treinadas antes para todos
os
cenários esperados. As minas são instaladas em
possíveis rotas de escape.
Usavam postos de observação para alerta. Uma
tática era deixar passar os
batedores para pegar o corpo principal. Cerca de 90% das emboscadas
falham pois
eram detectadas na infiltração, usavam muito o
rádio o que denunciava e os
rastros da equipe era muito grande pois o alto comando proibia que as
tropas
atuassem em um número menor que um pelotão de 25, como os
grupos de combate
(GC), pois os sargentos não eram profissionais e era
obrigatório a presença de
um oficial.
Os blindados eram usados em embocadas para apoio de fogo,
cortar a
retirada inimiga e exfiltração rápida. Os
blindados podiam ser usados para
retirada falsa com metade da tropa ficando na
posição.
Quando os
guerrilheiros começaram a usar grandes comboios os russos
reagiram usando
emboscadas grandes com companhias e apoio de artilharia e podiam cobrir
mais
rotas simultaneamente. Se percebessem que tinham superioridade os
guerrilheiros
flanqueavam a emboscada.
As
tropas aerotransportadas mostraram ser mais eficientes para cercar ou
emboscar,
além de apoiar as forças mecanizadas. Eram usadas para isolar e
destruir bases
guerrilheiras, fechar rotas de retirada, mas logo aprenderam a
não atuar fora
do alcance da própria artilharia.
Em 2001, foram os americanos que passaram a fazer emboscadas no
Afeganistão. Uma
equipe do Force Recon (1o Force) foi usada para fazer reconhecimento de
zona no
Afeganistão. Plantaram dois sensores sísmicos no local,
mas a areia atrapalhou
seu funcionamento. Outra missão foi fazer emboscada na Rodovia 1
atrás de
membros do Al Qaeda e Talibã que fugiam. A missão era mais de
interdição do que
emboscada pois as regras de engajamento forçavam a só
atirar se atacados para
evitar baixas civis. Foi usado um elemento de reconhecimento, um de
assalto e
outro blindado com equipe anti-carro. Surpreendentemente não
sabiam que havia
uma equipe de Sniper próximo e não fizeram
coordenação. O terreno era muito aberto
e inadequado para emboscada. Tiveram que chamar apoio aéreo contra
veículos que
fugiram. Já os Deltas que operaram no Afeganistão
sofreram uma emboscada logo
no inicio das operações com 12 baixa por RPG e
metralhadoras.