TÁTICAS
DE ARMAS
As principais armas das FOpEsp
são seus equipamentos, táticas e
treinamento para sobreviver. De
qualquer forma uma boa arma ajuda muito. As armas e equipamentos
existente das FopEsp costumam
ser os mesmos das forças convencionais. Podem ser modificados e
raramente são únicos. O resultado é
melhor devido ao treinamento
melhor e mais frequente das Forças de Operações Especiais.
Alguns equipamentos
são especiais e as FOpEsp
testam
novas armas e equipamentos de combate que depois podem ser usados pelas
forças convencionais.
As fábricas até fornecem de graça para testes. Um
item de sucesso poderá ser
adquirido depois em grande quantidade.
Melhor do que uma boa arma
é o seu uso
adequado. Por exemplo, uma equipe do SAS caçando Scuds no Iraque
em 1991 (equipe Bravo 2 0) foi
detectada e teve que fugir. Na fuga a equipe de oito operadores se
encontrou com
uma coluna iraquianas do tamanho de uma companhia que os estava
caçando. Ao invés
de fugir as tropas do SAS tomaram a iniciativa e atacaram os blindados
leves
com os LAW e os caminhões com as MINIMI, fuzil e lança-granadas
M-203. Pegos de
surpresa por fogo intenso e preciso os iraquianos não se deram
conta que
estavam em superioridade numérica e fugiram. A equipe do SAS
não sofreu baixas.
Poder de fogo muito intenso
resulta em vitória rápida e até em poucas baixas
nos dois lados.
Durante a Segunda Guerra Mundial
as tropas gastaram
cerca de 10 mil tiros por inimigo morto. A maioria dos disparos foi
usada para supressão,
tentando manter o inimigo de cabeça baixa enquanto a tropa
manobra. As FOpEsp não têm 10 mil tiros para levar
e por isto tem
que saber usar
adequadamente.
Durante a
invasão do Iraque em 2003, tropas do SAS encontraram os filhos
de Saddam em
uma vila e estavam prontos para invadir a casa durante a noite quando
seu
comando americano pediu para esperar. Foram enviadas tropas
convencionais e
Deltas para realizar a missão. Os americanos dispararam 18
mísseis TOW, LAWs e
até um míssil Stinger, além de milhares de tiros
até destruir a casa. Os filhos
de Saddam foram encontrados mortos.
Fogo supressivo não é colocar uma grande quantidade de
disparos na posição
inimiga, mas sim tiros precisos e bem coordenados. Sem isso é
falta de
disciplina de tiro. Para as FOpEsp atuando atrás
das linhas
inimigas a disciplina de tiro é crucial pois não tem
muita opção de pegar
munição na retaguarda e tem que levar suas
próprias reservas de munição. Como
exemplo, forças de reconhecimento como o MAC-SOG no
Vietnã ou os
Recces da África
do sul levam 2-3 vezes mais munição que as forças
comuns.
Os Recces sul africanos,
durante a "Bushwar", levavam cerca de 7-12 carregadores de fuzil,
mais um para a metralhadora ou lança-granada adicional com 20
tiros. Sempre
levam granadas de mão e granadas de fumaça para sinalizar
e explosivos. Sem
apoio ou se for demorado levam ainda mais armas e
munições e mais pesadas como
duas metralhadoras.
O peso das mochilas dos
Recces geralmente pesava entre 60kg a 80kg. Para
operações de longa duração com pequenas
equipes o peso chegava até a 100kg. A mochila mais pesada chegou
a 130kg. Os
operadores realizam longos deslocamentos. Uma meta não oficial
de deslocamento
era o "Gunston 500". Este era atribuído aos operadores que
realizaram
missões atrás das linhas inimigas, caminhando 500km ou
mais com kit completo. A
maioria dos operadores completou um ou mais "Gunston 500" durante o
conflito em Angola.
As armas e
equipamento da equipe Bravo 2 0
citada anteriormente consistia de fuzis M-16 com lança-granadas
M-203 ou uma
metralhadora Minimi. Cada soldado levava 10 carregadores de M-16, 12
granadas
de 40mm, um LAW, quatro granadas de fumaça e ração
para 14 dias. O equipamento
coletivo consistia de quatro rádios com beacon de curto alcance,
um rádio de
longo alcance, baterias, minas Claymore, cargas de
demolição e um container de água
com 25 litros. O peso total era de cerca de 90 kg.
Na
operação Kingpin, durante o resgate de Son Tay,
as equipes de resgate estavam armadas com 7-10 carregadores para as
CAR-15,
500-900 tiros para as M-60, 4 granadas cada, 25 granadas para as M-79 e
todos estavam
equipados com faca e pistola. Também tinham 11 cargas de
demolição, machados,
cortadores de cabos, moto-serra, escadas, dois rádios de longo
alcance, 10 rádios de curto alcance
e um rádio de sobrevivência
para cada
membro.
O grande peso levado é mais um motivo para o preparo
físico e a resistência terem
um padrão alto. Como peso extra tem que levar o dobro da
água e outros
equipamentos que as forças convencionais não levam. As FE
no Vietnã levavam
muita água pois o inimigo patrulhava muito as fontes de
água e podiam não ser
potáveis.
Dois operadores
seguram a posição enquanto a extração de
emergência não chega. Pela munição no
solo é possível perceber que estão cercados (LZ
quente) e mostra que levam
muita munição. Um membro ferido na perna sinaliza a
posição para os pilotos
enquanto outro dispara sua M-14 no modo automático e tem duas
granadas M-67
próximas.
Um operador
americano em patrulha no
Afeganistão. Além da grande e pesada mochila é
possível notar a indumentária
árabe que ajuda a atrapalhar a identificação pelo
inimigo, as roupas não
padronizadas e o fuzil está equipado com silenciador. Atuando
atrás das linhas
os operadores não levam coletes blindados nem capacetes ao
contrário das
missões de curta duração e em treinamentos. As
unidades de CQB sempre usam
coletes blindados e capacetes. Atualmente
estão usando com mais freqüência devido as novas
blindagem mais leves e
eficientes, principalmente em incursões rápidas e
patrulhas motorizadas. As mochilas
modernas podem levar cerca de 50kg de carga e podem ser tiradas em 1-2
segundos. A
mochila pode ser dividida em partes menores para ser usada em patrulhas
rápidas.
Os cintos com suspensório estão sendo substituídos
por coletes com múltiplos
bolsos capazes de levar mais carga e melhor distribuídos. Os
cantis normais estão
sendo substituídos pelo cantil costal com maior capacidade
água e é mais fácil de
usar.
As FOpEsp não
têm armas especiais com projeto próprio, mas são
capazes de usar qualquer arma,
inclusive as armas do inimigo. Geralmente tem suas favoritas ou podem escolher as mais
apropriadas
para a ocasião. As forças de contra-terrorismo (CT) gostam de
submetralhadoras como a
MP-5 alemã. O mecanismo de disparo a
torna muito precisa a curta
distância, mas esquenta rápido. Nos combates a curta distância
das forças CT
isto não é problema. Os mergulhadores de combate usam armas que
operam bem
na água salgada
como a AK-47, G-36 e Sig. Podem escolher qual pistola usar, mas podem
levar uma
com silenciador para certas tarefas. Armas padronizadas com a do
Exército podem
facilitar a logística e a identificação.
O tipo de munição a
ser levado também é importante.
Tropas que operavam na selva da Malásia perceberam que as
submetralhadoras
calibre 9mm nem penetrava direito no corpo quando operadas na selva.
Tropas do
2 Para equipados com submetralhadoras Stirling trocaram pelos FAL
argentinos
capturados no conflito das Malvinas. As submetralhadoras são
usadas a curta
distancia e com silenciador. São imprecisas acima de 50 metros e são
adequadas em
terreno urbano. Agora o Comando de Operações Especiais
americano quer uma arma calibre
mais potente como o calibre 7,62mm para suas tropas. O FAL atualizado
foi
escolhido para o programa SCAR para preencher este requerimento. Um estudou mostrou que no
Vietnã os combates
ocorriam entre 20 a 300 metros. No deserto o combate se inicia já
a 500 metros e
é necessário uma arma
mais precisa e com calibre maior.
Os Force Recon que atuaram no
Afeganistão perceberam que
precisavam de uma mira de longo alcance para tiro a longa
distância
e reconhecimento
e outra de curto alcance para ação direta. De
preferência as duas deveriam
estar disponíveis ao mesmo tempo. A mira comum é muito
ruim comparada com as miras
óticas atuais. Também usaram um sensor térmico
M–2120 (SOPHIE) capaz de
reconhecer um homem a 2,2km enquanto um óculos de visão
noturna reconhece a
400-500 metros em boas condições.
As tropas de
assalto na operação Kingpin, no
resgate de Son Tay, receberam miras noturnas Armalite Singlepoint Night
Sight. Isto
permitiu atingir alvos a noite mais facilmente. Até os melhores
atiradores da
equipe acertavam no máximo 25% dos alvos com as miras
comuns.
Um apontador
laser barato montado em fuzil
custa cerca de US$ 400 enquanto um telêmetro laser tipo
binóculos custa cerca
de US$ 6 mil. Um designador laser não sai por menos de US$ 200
mil e um óculos
de visão noturna de última geração sai por
cerca de US$ 6 mil.
Em 2006, foram mostradas imagens de câmeras de imagem
térmica de lançamento de foguetes do Hezbolla no
Líbano. A câmera estava em terra e as imagens podem ter sido
usadas para plotar a posição das FOpEsp israelenses.
Outra arma
importante das FOpEsp são os sistemas
de comunicações. São usadas para coordenar as
operações e chamar apoio externo. As FOpEsp tem
opções de usar rádios por satélite (SATCOM)
e até
rádios pessoais de curto alcance. Podem ter tecnologia de salto
de freqüência
para atrapalhar a interferência, ou ter um GPS embutido para
enviar a posição
automaticamente. Novos fones de ouvido permitem abafar sons altos como
explosões
que incomodam e aumentar sons do ambiente ao redor como passos. Os
rádios UTEL
podem ser usados debaixo d’água com linha de visada de até
2km ou até 500 metros sem
linha de visada. Se não for possível falar usam
código Morse.
As patrulhas de longo
alcance (LRSU) usam
vários rádios especiais para se comunicar e
reportar a longa
distancia. Os rádios das LRP são usados para chamar apoio
aéreo, artilharia,
evacuação médica e exfiltração. O
TRC-7 é capaz de transmite 12-15 palavras por
minuto em código Morse. O rádio AM AN/PRC-74B usa um
criptográfico AN/GRA-71
capaz de transmitir 300 palavras por minuto. Tem modo de voz de longo
alcance
se necessário. O PRC-70 DMDG mais moderno é mais
fácil de usar com o operador
digitando a mensagem e emite em segundos ao invés de minutos
sendo mais difícil
de localizar.
Basta 30 a 45
segundos de conversa em um rádio
para ser interceptado e localizado. Os russos usam dois sistemas de
localização
de direção (DF) para localizar emissões de
rádio com precisão. Estão sob
comando direto da artilharia e não a um nível superior
sendo mais eficientes
para atacar os alvos detectados. As comunicações
interceptadas podem ser usadas
também para o inimigo imitar tropas e plantar ordens falsas
criando confusão,
além de interferir nas comunicações.
Um membro do Force
Recon operando atrás das linhas do Vietnã do Norte como
parte do MACV-SOG em
incursões e reconhecimento da costa. Apenas as botas e a faca
K-Bar são
americanas. O resto são roupas padrão do Vietnã ou Vietcong. A roupa local faz
parecer amigo a distância, mas tem uma bandeira americana para
segurança em caso
de contato com forças amigas. As FOpEsp podem
usar armas estrangeiras
e inimigas para despistar, chamadas de armas "estéreis". Junto
com o
uso de roupas inimigas pode ser desastroso se contato com
próprias tropas. Em
uma emboscada uma arma igual ao do inimigo dificulta a
identificação.
Rastreadores e LRP são os principais usuários destas
técnicas. O uso de armas
incomuns tem o problema da dificuldade para conseguir
munição. O inimigo e até
amigo tende a atirar em sons diferentes. As FOpEsp no
Vietnã usavam
mochilas dos Vietcongues pois faziam ficar parecidos ao inimigo a
distância e
levava mais coisas.
As FOpEsp
tendem a
modificar as armas, as
vezes criando armas bizarras, como submetralhadoras quádruplas,
foguetes aéreos
lançados de terra, canos mais curtos e armadilhas como fizeram
os boinas verdes
no Vietnã.
As armas podem ser cobertas com panos e trapos para camuflar e diminuir
o barulho
de
impacto ou cobertas com fita para camuflar. O supressor de som dá
uma certa
capacidade furtiva, dificultando identificar a direção
dos tiros, sendo usada
contra sentinelas ou no inicio de operações de
emboscadas.
As patrulhas de reconhecimento podem usar armas com silenciador para
diminuir o
contato, matar macacos e continuar a missão sem denunciar com
armas barulhentas.
A tecnologia atual permite criar silenciadores leves para armas com
projétil
supersônicos. O problema dos silenciadores é que esquentam
muito e acumulam
muita fuligem rapidamente.
As granadas de mão podem ser perigosas para as tropas amigas na
floresta densa
pois pode não ir muito longe. O mesmo acontece em terreno urbano
pois tem que
olhar onde joga pois pode bater e voltar. As equipes de metralhadora
pesada
costumam levar muitas granadas em emboscadas pois demora para o inimigo
descobrir de onde são lançada ao contrario da
metralhadora. As emboscada
mecânicas com o uso apenas de minas Claymore e granadas eram
muito efetivas
pois as tropas podiam fugir sem serem detectadas. As granadas de
fumaça são
usadas para desengajar, esconder movimento ou marcar
a posição.
Os lança-granadas M-79, que substituiu as granadas de bocal,
mostraram ser
úteis para atacar posições sem expor as tropas
usando granadas de mão ou fuzil,
mas é lenta para recarregar. Foi substituído pelo M-203
que podia ser usado
junto com o fuzil. Os operadores de M-79 e semelhantes levam muita
munição, até
30 tiros, e cobre a distância entre a granada de mão e o
morteiro. Tem opção de
munição explosiva, tipo escopeta, fumaça,
gás e flare. O raio de ação da
munição explosiva é de 4 metros (raio maior que
uma granada de mão e metade de
um morteiro de 60mm) com alcance de 150 metros contra alvos de ponto e 350 metros
contra
alvos de área. As granadas de fumaça também são usadas para comunicação
como indicar alvo, posição amiga, inicio de uma operação ou ação, ameaças,
zona de pouso, etc.
Os lança-rojões como o AT-4 e LAW foram projetados para
atacar blindados, mas
são muito usado contra posições e casamatas como
apoio de fogo direto. O LAW
era usado no Vietnã para apoio de fogo direto, anti-pessoal e
contra snipers em
árvore. O alcance efetivo era de cerca de 200 metros.
O LAW
foi muito usado nas Malvinas contra posições inimigas.
O M-67 foi usado no
Vietnã com
munição flechete e só era usado em emboscadas ou
com transporte próximo pois
era pesado. O SWAM dos USMC é uma arma anti-casamata e não anti-carro.
As armas coletivas como morteiros, metralhadoras,
lança-rojões e canhão sem
recuo têm a munição espalhada na tropa para
diminuir o peso. Cada fuzileiro do
USMC no Vietnã levava como munição extra 1 a 3
foguetes ou LAW, 1 ou 2 tiros de
morteiro de 81mm ou 1 a 3 de 60mm, flares pop-up, vários cintos de
munição de
metralhadora M-60 (800 tiros para o grupo de combate) ou baterias para
o rádio.
O ideal é uma relação peso para carga de 1/3, mas
sempre ultrapassa os 25kg, e as
vezes chegando aos 50kg. A limitação de transporte por
veículos ou helicópteros
força o uso de transporte de carga extra. A Terceira tropa dos Rangers que
desembarcou em Dieppe levava uma seção morteiro com 42
granadas de fumaça e 72
granadas explosivas todas distribuídas pela companhia que deixava
a munição na
posição onde o morteiro iria operar. As equipes de
metralhadora tinham 2 mil
tiros sendo que metade ficou perto da praia e um membro da equipe ia buscar mais
munição
quando necessário.
As equipes de metralhadoras como a MAG (M-240) são formados por
três tropas e
levam cerca de 900 tiros, mais o tripé, minas Claymore e
granadas. Os Rangers
treinam com equipes de dois para aumentar o realismo simulando uma
baixa na
equipe.
A espinha dorsal das táticas de pequenas unidades vem do
bom emprego da
metralhadora. Ela dispara rajadas de seis tiros e fica posicionada para
supressão,
geralmente em ponto alto para cobrir as equipes de assalto. A
metralhadora
costuma ser a arma mais pesada do grupo de combate e dita o ritmo do
avanço a pé. As tropas do SAS na Rodésia operavam
em patrulhas de quatro tropas, mas
varia
de 2 a 8, com uma metralhadora MAG para cada quatro com fuzil FAL (SLR para
os
britânicos), ou uma relação bem maior que na Europa.
Armas mais pesadas como a metralhadora M-2 de 12,7mm são usadas
para defesa de
base, para suprimir posições e disparo longa
distância em locais suspeitos. No
Afeganistão, as armas coletivas pesadas como as metralhadoras
calibre 12,7mm e
lança-granadas automáticos AGS-17 costumavam acompanhar
as tropas aerotransportadas,
de reconhecimento ou Spetsnaz, mas faziam a equipe ficar menos
ágil e
dificultava a perseguição de guerrilheiros a pé.
As armas pesadas atuais
como o fuzil anti-material Barret M-82
calibre 12,7mm permite que as FopEsp engajem alvos a longa
distância. Israel
comercializa o míssil Spike guiado por fibra ótica capaz
de engajar alvos a
longa distância sem ter visão direta até o alvo. O
SPIKE-LR permite engajar
alvos a até 8km mas só é lançado de
veículos.
As Forças Especiais no Vietnã usavam o morteiro de 60mm
por ser mais leve que o
de 81mm. Tinha o problema de explodir na copa das árvores, na
subida ou decida
do projétil, e não foi tão usado pois sempre havia
disponibilidade de chamar
apoio na forma de helicópteros de ataque, apoio aéreo
aproximado e artilharia.
Quando as FOpEsp chamam apoio externo a primeira
opção costuma ser o morteiro,
depois a artilharia, depois helicópteros de ataque e quando
chamam a aviação a
situação deve estar bem ruim. O apoio externo tem que ser
preciso, responder rápido,
estar próximo e com poder adequado para evitar fogo amigo ou
danos colaterais.
As munições guiadas lançadas por aviões
costumam demorar apesar de serem a
melhor opção quando disponíveis.
Mergulhador
israelense da equipe S-13. A AK-47 foi escolhida como arma principal
por ser
resistente a água salgada. Outra vantagem é confundir o
som pelo inimigo e
atrasar a reação. O problema é quando operam com
tropas amigas e neste caso
usam os AR-15.
Membro
dos MEC franceses armados com fuzil Sig
Sauer. O Sig é um dos melhores do tipo e opera sem problemas na
água. Também é
usado pela Força Aérea Brasileira.
O treinamento, armas e
habilidades das FopEsp não são suficientes para o
sucesso. A sorte influencia
muito. A incursão em Son Tay foi extremamente bem planejada e
executada, o erro
de pousar em um campo errado até ajudou, mas os prisioneiros
não estavam mais
no local. Já na operação Thunderbolt, no resgate
de reféns israelenses em
Entebe, a operação foi mal planejada e executada, mas
teve ótimo resultado
devido a muita sorte. Se as tropas no local fossem melhores treinadas e
equipadas a missão poderia ter sido um fracasso total. A tropas
inimigas simplesmente
fugiram e não colocaram bombas no local.
Trabalho em
Equipe
Os
operadores não são lobos solitários como o
Rambo. As FOpEsp atuam em grupo e aprendem a conhecer e confiar na
equipe.
Podem até não atuar na mesma equipe ou pelotão em
uma missão, mas já se conheciam
como parte do esquadrão.
Conhecer
o time é importante pois o operador sabe
que quem está ao redor vai fazer seu papel e só tem que
se preocupar com o
combate e a missão em si. Um bom soldado segue "as normas". As
FOpEsp
diferem das tropas convencionais pois suas missões envolvem
situações onde
"as normas" são mais um obstáculo do que uma ajuda. Uma
patrulha de cinco
operadores atrás das linhas tem problemas que não seguem
as normas, estando longe
da ajuda das próprias tropas. Os operadores precisam de mais
habilidades que um
soldado de força convencional. A estabilidade psicológica e o condicionamento
físico são
necessários para suportar o estresse.
As FOpEsp
usam designações diferentes para as
suas formações e unidades para se diferenciarem das
tropas convencionais.
Termos como esquadrão, tropas e equipe/patrulhas são
usados no lugar de
companhia, pelotão e grupo de combate. O tamanho também varia
bastante sendo que as
unidades costumam ser menores que as equivalentes convencionais. No EB o termo usado para
o pelotão é
destacamento. As FE usam o Destacamento Operacional de Forças
Especiais (DOFEsp)
enquanto os Comandos usam o Destacamento Ações de
Comandos (DAC). As duas
forças atuam geralmente junto na forma de Destacamentos de
Ação Imediata (DAI).
Esta
designação foi iniciada pelo SAS britânico
e seguido por outros paises. No SAS, a força é dividida em
quatro esquadrões
Sabre com 10 oficiais e 64 operadores que são por sua vez
subdivididos em
tropas de 16 operadores e dois oficiais. Dois esquadrões
estão sempre
em alerta. As tropas são
capazes de operar tanto como tropa
única ou em 2 grupos de 8, 4 grupos de 4 ou 8 grupos de 2
elementos. Cada
tropa de quatro operadores é composta por um especialista em
armas, enfermagem,
demolição e comunicações. Os operadores
também podem receber treinamento em
linguagem. Cada tropa é formada por especialistas em
pára-quedismo especial
(HALO/HALO), operações anfíbias
(natação, mergulho, barcos), operações
no ártico e
montanha, e operações no deserto " (veículos do
deserto). Além
dos esquadrões Sabre, o SAS também é
composto por um esquadrão de comunicações, um de
treinamento, um de pesquisa e
um de guerra contra revolucionária.
O SAS australiano tem três
" Esquadrões Sabre ". Cada tropa é dividida em quatro patrulhas de 4-5 homens. O SASR atual está dividido
em três Esquadrões Sabre com 600-700 operadores no
total.
A
Força Delta é composta por cerca de 800
membros dividida em três esquadrões de 75 homens (A, B e
C) com um sempre de
prontidão, além do esquadrão D de Comando e
Controle e o esquadrão E de
inteligência e comunicações. O esquadrão de
inteligência é o primeiro a
deslocar para coletar informações. As tropas são
especializadas em métodos de
infiltração como HALO e Scuba. É a única
unidade do tipo que conta com mulheres
entre os membros.
As LRP no
Vietnã atuavam em equipes de seis (RT - Recon Team),
mas a falta de
tropas levava a atuarem em equipes de 4-5 membros. Quanto menor o
tamanho mais fácil
era manter a disciplina de silencio e ocultação. Poucas
tropas também significa
uma operação excitante ou manter o interesse.
Cada
Grupo de Forças Especiais americana (Boinas
Verdes) tem cerca de 1.400 homens. Realiza operações de
Ação Direta, Guerra Não
Convencional, Reconhecimento Especial e Defesa Interna de Países
Estrangeiros.
O Grupo de Forças Especiais são divididos em equipes "A"
(A Team) com
10-12 homens. Seis Equipes A forma uma companhia. Cada companhia
mantém uma
equipe especializada em Scuba e pára-quedismo especial.
Três companhias e tropas
de apoio formam um batalhão. Três batalhões foram
um Grupo de Forças Especiais.
Cada Grupo de Forças Especiais cobre uma parte do mundo
e recebendo treino de
linguagem, cultura e geografia local.
Cada Seal Team tem 190 membros sendo 50 de apoio,
veículos SDV e quartel general. Agora os times são
menores com os seis times
(três em cada costa) sendo dividido em oito com a
diminuição dos
pelotões/patrulhas de oito para seis. O pelotão Seal tem
30 operadores e um
oficial. Os Seal Team tem região de operação
principal com os Special Forces do
US Army, mas sem treinamentoo em cultura e linguagem.
Atualmente os Force Recon do USMC são compostos de companhias de
cerca de 200
tropas de seis pelotões, mas com cinco operacionais. O
pelotão tem três
equipes/times de seis fuzileiros. O time é formado pelo
líder, assistente do líder,
operador de radio e três scouts (esclarecedores). Os
novos equipamentos de vigilância são mais leves,
resistentes e eficientes, mas
ficaram mais numerosos. Uma equipe com menos de seis não pode
levar tudo para reconhecimento
em profundidade e se sofrem baixa fica mais difícil ainda. Para
reconhecimento
em profundidade a sobrevivência é baseada na furtividade e
um time quatro é
pouco para compor os turnos de vigília e descanso, ficando pouco
alertas. Um número
grande atrapalha a furtividade, podendo ficar comprometidos, com mais
de seis é
mais arriscado ainda. Operando atrás das linhas não
podem contar com
apoio de artilharia e apoio aéreo aproximado e a
extração de emergência geralmente demora. Devem ter
poder de fogo e o time maior é melhor. Para ação
direta o time maior é melhor
com menos risco de sofrer baixa. O time de seis acabou sendo um
compromisso
entre poder de fogo, alerta e furtividade.
O
Segundo Regimento Pára-quedista da Legião
Estrangeira francesa tem treino de comandos, sendo capazes de fazer
ação direta,
defesa interna de países estrangeiros e patrulha de longo
alcance. São
divididos em uma companhia com capacidade anti-carro, guerra urbana e
combate
noturno, uma companhia de guerra em montanha e ártico, uma
companhia anfíbia e
uma companhia de sabotagem e demolição.
Dois operadores
australianos sobem uma montanha para ter uma melhor visão das
atividades
inimigas. O padrão de camuflagem Auscam para deserto o
identifica. Um dá
proteção enquanto o outro avança. A tática
de avanço "buddy system"
foi desenvolvido na Segunda Guerra Mundial para uma dupla
avançar com apoio
mútuo. A experiência das FOpEsp mostra que as
táticas de "fogo e
manobra" funcionam realmente na prática. Em março de 2003,
nas
operações de invasão do Iraque, 40 membros do SBS
foram emboscados por 300
tropas da Guarda Republicada armados com morteiros e metralhadoras. Os
SBS
estavam caçando membros do Fedayen, mas os interpretes eram
espiões e delataram
a operação. Na fuga que durou seis horas foram disparados
mais de 7 mil tiros e
apenas um membro do SBS se feriu.
Evasão e Escape
Relatos de tropas
tentado escapar e prisioneiros levou ao desenvolvimento das
técnicas de evasão
e escape (sigla SERE em
inglês). As FOpEsp têm muito
treinamento em SERE pois estão em alto risco de serem capturados
quando operam atrás
das linhas.
Evasão é o processo
de evitar ser capturado e
reunir com as próprias tropas. Um soldado atrás das
linhas pode manter a posição e esperar
a tropas amigas
chegarem. Esta tática é boa se as tropas ainda
irão operar na área ou se tem
muitas tropas inimigas na área. Fugir é bom se souber
onde tem área amiga.
Atrás das linhas pode entrar mais para a retaguarda procurando uma área mais segura.
Estas opções podem ser
combinadas. Pode esperar até o inimigo sair da área.
Se a patrulha está sendo
perseguida
é necessário aumentar a distância ou fazer
emboscadas. Uma técnica para cruzar
estrada é mudar de direção quando chega perto,
deixar marca na direção falsa,
pode andar para trás, depois sai da estrada em
derivação contraria sem deixar
marcas. O mesmo pode ser feito em riacho,
voltando
depois pelo rio e saindo em outro local sem deixar marcas.
Para
emboscar perseguidor o ideal é fazer um
círculo indo na direção contraria e cruzando com
o perseguidor. Primeiro tem
que escolher uma posição ideal e a emboscada pode ser
realizada várias vezes
tentando fazer o inimigo desistir ou ficar mais precavido e
lento. Plantar
armadilhas é outro método para atrasar o perseguidor.
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