TÁTICAS DE
PATRULHAS DE RECONHECIMENTO
O reconhecimento atrás das
linhas é uma missão tradicional das FOpEsp, ou ficar de olho nas atividades
inimigas
escondidas. No Vietnã, esta missão era muito importante pois a selva escondia as
operações inimigas do
reconhecimento aéreo. No Vietnã, as
patrulhas aprendiam a reconhecer os sinais da presença do Vietcong (VC) ou do
Exército do Vietnã do
Norte (EVN) na área. Uma tropa sempre deixa sinais que passou pelo local e
quando passou, deixando a
assinatura da presença ou passagem. O Vietcong tendia a ser
barulhento e
descuidados quando achavam que estavam seguros em suas bases, mas
dividiam as tropas
para ver se estavam sendo seguidos. Um meio fácil de detectar
unidades do Exército do Vietnã do Norte era pelo cheiro
da
maconha que usavam antes dos ataques.
A
principal tática das patrulhas de longo alcance (LRRP) é
não atirar de volta em
caso de tiro próximo. O inimigo pode estar fazendo
reconhecimento pelo fogo. As LRRP sempre fugiam ao primeiro disparo. Usam granadas e fumaça
para quebrar
o contato. Uma missão com sucesso é não entrar em
contato com o inimigo e nem deixar
saber que estavam presentes. A mentalidade de "se move, vamos matar"
não tem
vez nas LRRP. Operando atrás das linhas, estão sempre em
menor número, precisam
de apoio externo e agir furtivamente. Os Rangers filipinos no
Vietnã calcularam
que em 95% das patrulhas eles que iniciaram os combates.
Para aumentar a furtividade, as meias eram usadas para cobrir itens de metais para
evitar
barulho. Os LRRP não se barbeiam ou tomam banho no dia anterior
da patrulha e
usam roupas lavadas só com água.
As patrulhas de LRRP
no Vietnã variavam de 4 a 8 homens. Para comer, a patrulha forma um
círculo com a
face voltada para fora e próximos para avisar com toques. Os
membros da LRRP não podem
roncar durante o sono. Um
dos motivos para
evitar contato é o pequeno tamanho da equipe. Outro é atrapalhar a
missão de inteligência.
Um helicóptero de ataque leva até 15-20 minutos para
chegar. O Exército do
Vietnã do Norte tinha equipes de rastreadores para caçar
as LRRPs e tinham a
cabeça a prêmio. Um inimigo que sempre enfrentavam eram o
mau tempo, o frio e roupas molhadas, além dos
insetos.
Observação móvel é um conceito criado pelo SAS, com a patrulha se movendo em fila única, cada um cobrindo um setor. O pointman (batedor) vai na frente e o ideal é ser do país onde operam e conhecer a língua local, para ouvir conversa ou passar ordens falsas. É a posição mais importante pois é responsável por detectar armadilhas, deve ver ou ouvir o inimigo primeiro, tendo que ser ser bem treinado, estar sempre alerta e ter boa forma física. O pointman pode escolher sua arma e preferem as escopetas, submetralhadoras ou um fuzil potente como o M-14.
O segundo membro
observa as árvores
ou acima e a esquerda. O terceiro membro observa a direita e vai
alternando
direita e esquerda com os outros membros. O último da fila (tailgunner
ou sweeper)
vigia a retaguarda e também tenta esconder passos e sinais da
passagem da equipe. A
separação entre os membros deve ser suficiente para
evitar que um granada ou
mina possa atingir dois ou mais membros.
O pointman fica bem a afastado na frente e em uma emboscada a patrulha só
perderá um homem. Se o inimigo for esperto deixará o pointman passar e
ataca o resto. Em uma
emboscada, a equipe não ajuda o pointman, mas dá cobertura com fogo e
fumaça para ele voltar.
Se for ajudar não vai direto e sim manobra pelo flanco do
inimigo. Se o inimigo
disparar apenas um de cada vez fica difícil saber quantos são.
Para manter a furtividade, as patrulhas usam sinais de mãos. Se for necessário falar é feito direto no ouvido com sussurro. A comunicação de rádio é feita com sinais e código Morse e o mínimo com palavras. Um adágio das forças de reconhecimento bem simples é "não acredite em nada que ouvir e só metade do que ver". Outra dica para comportar-se nas patrulhas é: ficar alerta, reportar o que ver, lembrar-se do que ouvir, e pensar antes de agir".
Andar
a noite na selva era perigoso pois não era possível ver nada e qualquer barulho atraia a atenção do
inimigo. Cobras no chão não são
vistas, mas a movimentação de dia era muito mais perigosa
que à noite nos lugares
sem mata como nos pântanos e alagados.
No Vietnã, os pára-quedistas e tropas do SAS australianos
realizavam patrulhas
em pequenos grupos por longo período apoiando uma Brigada
estacionada no país. Os
Australianos faziam patrulhas silenciosas, furtivas e lentas com a
força
dispersa em uma grande área. A mensagem que passavam era
"você nunca saberá
onde estamos, mas nós o encontraremos".
As táticas de patrulha australiana no Vietnã era usar um grupo de esclarecimento com dois homens na frente. Enquanto um avança o outro cobre. Esta dupla fica na frente do grupo principal. O grupo principal era dividido em grupo de comando com o comandante e o operador de radio, e o grupo de ataque com uma peça de metralhadora e um grupo de fuzileiros armados com fuzil e lança-granadas.
Já os
americanos lutavam
como se estivessem continuando a guerra da Coréia, só que
com helicópteros.
Atuavam em grandes formações, barulhentas, procurando
forçar o contato e com
mobilidade e apoio intenso do tipo Patrulha de Combate. Passavam o
recado de
"estamos aqui, venha e pague o preço". Quando
o Exército do Vietnã do Norte passou a atuar com mais
freqüência no Vietnã do
sul, as tropas dos EUA sempre atuavam em formação
mínima de duas companhias após
uma companhia ter sido derrotada por um Regimento. Também atuavam
sempre no
alcance da artilharia amiga.
O SAS foi responsável por
500 mortos com apenas
uma perda. Em uma ocasião, seis patrulhas do SAS atuaram
por seis
semanas, vigiando 15 mil metros de rotas de aproximação
de uma base
australiana. A força inimiga foi detectada e a base atacou unida
sem precisar
se preocupar com o flanco descoberto. Apenas uma companhia do
batalhão ficou na
base para defesa. O SAS conseguia o máximo de
informação
com o mínimo de
recursos, aplicando o principio de economia de força.
As táticas australianas foram baseadas na experiência na
guerra anti-guerrilha
na Malásia, e usavam duas habilidades básicas da
infantaria que são a patrulha
e a emboscada. Os americanos usavam táticas baseadas em
tecnologia e não em
treinamento das habilidades. Os próprios americanos consideravam os
australianos
mais profissionais.
O SAS australiano
tinha conduta padronizada para o caso de contato com inimigo para
concentrar
fogo. As armas eram modificadas para exagerar a assinatura de brilho e
som.
Levavam muita munição ou pelo menos o dobro do normal.
Investiam muito na
camuflagem cobrindo todos os itens assim como as mãos e a face. As
armas também
eram camufladas. As patrulhas tinham pelo menos dois
lança-granadas XM-148 e
dois FAL. Levavam pelo menos 15 granadas de fumaça por patrulha
sendo quatro
para os lança-granadas. Cada um levava no mínimo 160
tiros de FAL, ou 200 de
M-16, ou 10 granadas de 40mm.
As tropas do SAS
tinham liberdade para escolher os kits e testar. O FAL foi equipado com
um carregador
de 30 tiros e foi convertido para o modo automático. O supressor
de chamas foi
retirado e uma manete frontal foi adiciona. Podia receber um contador de
passo se
necessário. Alguns foram convertidos para carabina diminuindo o
tamanho do
cano. Outros receberam o supressor de chamas da submetralhadora M-3
fazendo o
barulho parecer com uma metralhadora calibre 12,7mm. Alguns receberam
lança-granadas de
40mm. O objetivo era aumentar a assinatura do disparo. Se detectados, a
patrulha
passa de furtivo para agressão barulhenta para cobrir a
retirada. A precisão é
secundária ao volume de fogo. O objetivo é confundir o inimigo
nos primeiros
segundos, com barulho e brilho dos disparos. Uma patrulha de cinco operadores
tem que
mostrar que são mais numerosas, tentando fugir antes do inimigo
descobrir.
O MAC-SOG (Military Assistance Command - Studies and Observations Group) do US Army eram FOpEsp de várias serviços e países que atuaram no Vietnã para realizar patrulha de longo alcance e ação direta em território inimigo como o Vietnã do Norte, Laos e Camboja. O MAC-SOG iniciou suas operações em 1956 com a CIA e as Forças Especiais ajudando o Vietnã do Sul a realizar a missão. No inicio tentaram fazer guerrilha no Vietnã do Norte sem sucesso. Operaram até 1971 onde realizavam as missões mais difíceis e perigosas da guerra.
A maioria dos cerca de dois mil membros do MAC-SOG eram das Forças Especiais americanas. Eram divididos em equipe Delta (Destacamento 52), Sigma (Destacamento 56) e Omega (Destacamento 50). As equipes tinham seis times de seis membros composto de dois americanos e quatro asiáticos. Depois as missões passaram a ser realizadas só com americanos na maioria das vezes. Tinham ajuda de forças de reação rápida para o caso de contato com o inimigo. Os métodos de infiltração incluía o HALO. O MAC-SOG realizou Patrulhas de Combate com as forças MIKE (tropas locais treinadas pelas Forças Especiais), coleta de informações, designação e alvos para artilharia e apoio aéreo, avaliação de danos de batalha, resgate de combate, resgate de prisioneiros, captura de pessoal para inteligência, despistamento, operações psicológicas e outras. Tropas da marinha faziam raids e reconhecimento na costa do Vietnã do Norte.
As operações do MAC-SOG eram controladas diretamente pelo Pentágono e realizavam as missões mais perigosas como reconhecimento e emboscada na trilha Ho-Chi-Minh e também faziam resgate de combate e resgate de prisioneiros. Sua operação resultou no desvio de cerca de quatro Divisões do Vietnã do Norte para vigiar a trilha Ho-Chi-Minh.
Operação Desert Storm
As Forças Especiais americanas forneceram seis equipes de reconhecimento (RT - Recon Team) para cobrir a fronteira com o Kuwait e a Arábia Saudita em 1991. Patrulhavam a noite junto com as FE da Arábia Saudita.
Pouco antes da invasão do Iraque, foram inseridas 12 equipes de LRRP das FE americanas atrás das linhas. Apenas duas não foram detectadas. Várias foram extraíram logo no início ou por estarem comprometidas, ou esperaram quando o dia clareou. O terreno plano e deserto e a população local levaram ao fracasso da maioria das patrulhas.
Uma das equipes foi destacada para
fazer LRP na rodovia 7 apoiando o XVIII Corpo. Os Aliados sabiam que os carros de
combate
T-72 só eram usados pela Guarda Republicana e assim podiam saber
que
tipo de unidade
estava operando na área de operação da unidade.
A equipe seria posicionada próximo do rio Shatt al Gharraf
observando a rodovia
próxima a mais de 250 km da fronteira. Seria formado um posto de
observação (PO) para
observar o
tráfego para o norte e outro para o sul a 5km da estrada. Reportariam
para a base
a cada 4-6 horas a não ser que seja um alvo importante como um lançador
de mísseis Scud.
Um canal de
irrigação seria usado para movimentação. Eram quatro
tropas em cada PO.
Enquanto um observa com um periscópio especial o outro anotava os
dados, enquanto
os outros dois descansam. Cada um levava uma mochila pesando cerca de 80 kg
incluindo
20 litros de água. A missão deveria durar 7 dias. Como a
bota de selva que usavam deixava
uma marca facilmente distinguível na areia do deserto, colocaram
um plástico para
tampar a sola.
A inserção foi no dia 23 de janeiro, um dia antes do
início da ofensiva terrestre,
apoiada por dois MH-60 Black Hawk operando no limite do alcance. As aeronaves voavam
muito baixo
e rápido e uma até atingiu uma duna de areia com a roda traseira. No
local de inserção
fizeram várias inserções falsas, pousando por 10 segundos
em vários locais, as
vezes voando alto para serem detectados pelo radar.
No planejamento de missão foram informados que os Árabes
não gostavam de cães, mas
quando os helicópteros partiram começaram a ouvir cães
latindo ao redor ao longe.
Logo perceberam que não consideraram os que moravam no
campo. A equipe se moveu
para uma posição defensiva a centenas de metros e
começaram a acostumar os
ouvidos com os sons ao redor. Começaram a cavar na
posição e notaram que o solo de
agricultura era mais duro que a areia o que não daria para
acabar até
amanhecer. Esconderam-se no canal até a noite e outra equipe
achou um local com
areia.
Pensaram que os agricultores seriam como os americanos que plantavam e
vão dar
uma olhada de vez em quando. Os iraquianos não tinham TV e nem
vídeo-game para as crianças
que brincavam fora com freqüência. Logo as crianças começaram a se
aproximar até ver os quatro operadores em uma posição.
Deixaram fugir e chamaram a exfiltração
imediata. Mudaram de posição e não notaram
ninguém vindo. Logo cancelaram a
exfiltração com a intenção de achar outra posição
a noite.
As crianças voltaram a noite
com adultos e deixaram fugir novamente. Desta vez voltaram em 20
minutos e
chamaram moradores de uma vila próxima. Logo apareceram caminhões na estrada. As
equipes amontoaram tudo que não daria para levar de volta e colocaram explosivos
C4 com detonador de tempo. Levaram apenas um rádio e
chamaram apoio
aéreo aproximado que levaria 20 minutos, mas o inimigo estava a 1
minuto e
fechando o cerco.
Enquanto procuravam um bom local de defesa, os iraquianos começaram a
atirar e eram os
civis que atiravam bem pois eram caçadores. Os soldados
iraquianos eram pouco
treinados pois ficavam sempre de pé. Deviam ser tropas de
retaguarda. A equipe
tinha dois M-203 e começaram a disparar. Deram sorte pois uma
ponte próxima foi
atacada e os civis fugiram. Alguns membros eram treinados como sniper e
começaram a atingir os iraquianos a distância. As tropas
não ficaram nervosas
atirando no automático. Miravam calmamente para acertar.
Já era dia e o flare não poderia chamar
a atenção das aeronaves acima e não tinham
granadas de fumaça para marcar a posição.
Tentaram usar espelhos para mostrar
a posição para os F-16 que voavam baixo. Mais iraquianos
chegavam na rodovia e
foram atacados incluindo por blindados. Uma bomba em cacho atacou um flanco
matando
tropas do tamanho de um pelotão e a equipe conseguiu segurar a
posição até a
noite. Voltaram a posição inicial para pegar roupas de
frio. O resgate estava
vindo, mas a experiência do Vietnã de um membro lembrou
que o inimigo ficava
preparado para isto. Procuraram uma posição onde os dois
helicópteros do SOAR poderiam pousar
protegidos. Conseguiram fugir sem sofrer ferimentos depois de 10 horas
de combate.
Outras equipes de FE fizeram
LRP para
testar o solo para avaliar se suportaria a passagem dos carros de
combate e levaram
câmeras para filmar. Outras FE fariam reconhecimento dos flancos
após a
invasão. Treinaram durante um mês para a missão. Foram pelo
menos seis times com o mais
distante atuando a mais de 200 km da frente de combate. As equipes de 6-8
operadores eram
divididas em
duas e atuavam separadas em vários quilômetros.
O VII Corpo usou dois times e
não foram
detectados. Uma equipe pediu exfiltração de emergência devido a presença
de iraquianos. O
XVIII Corpo Aeromóvel fez três missões e todas tiveram
problemas. Um abortou sob
ataque ainda no helicóptero.
Caça aos Scuds
Quando os
americanos perceberam que somente as baterias de mísseis
Patriots não seriam
suficientes para neutralizar a ameaça dos mísseis Scuds
iraquianos, foi formada
uma força conjunta de caça-bombardeiros e Forças
Especiais (SAS e Delta) para
localizar e destruir a ameaça.
A
missão era importante pois Israel podia reagir e os membros
árabes da coalizão
poderiam se virar contra os aliados. Os mísseis Scud eram impreciso e obsoleto,
mas era
usado como arma psicológica por Saddam.
Se equipados com cabeça de guerra químicas e
biológicas,
os Scuds podiam ser uma grande ameaça mesmo sendo imprecisos.
O alcance dos Scud era de 280
a 600km
dependendo da versão. Com estes dados foi delimitado as
prováveis áreas de disparo chamadas
de "scud box". A área
de operação dos lançadores de mísseis Scuds
foi
dividida em três áreas. A primeira estava localiza ao sul
da principal rodovia
ligando Bagdá a Amã, capital da Jordânia, indo da
base aérea H1 até próximo da
fronteira saudita. Esta área ficou conhecida como Scud Alley e
foi coberta pelos
SAS. A segunda ficava ao norte da rodovia e ia até perto da
fronteira com a
Síria e era chamada de Scud Boulevard. Foi coberta pela
Força Delta.
As equipes foram equipadas com designadores de alvos a laser para
iluminação
de alvos para serem atacados por bombas guiadas a laser disparadas por aeronaves
de ataque. As tropas
localizariam
e/ou atacariam os mísseis. Enquanto as
aeronaves voavam alto e cobriam uma área muito grande, não viam
bem os alvos no solo. Já as
equipes no solo viam bem, tinham boa persistência, mas cobriam
uma área pequena.
Um terço da FOpEsp foram designadas para caças os Scuds. Uma companhia de Rangers atuou como força de reação rápida e outras FOpEsp apoiaram as missões de salvamento de combate. O objetivo não era só destruir os mísseis, mas parar os disparos e podia ser com a destruição das instalações de apoio.
O SAS montou patrulhas de vigilância de estrada e
colunas móveis de combate. Três patrulhas de oito homens
do Esquadrão B atuariam
por 10 dias atrás das linhas inimigas montando postos de
observação para monitorar
as principais rotas usadas pelos lançadores de Scuds. Eram
infiltrados e
exfiltrados por helicópteros Chinook da RAF. Os beduínos espalhados na
área tinham 50% de chances de denunciar se encontrassem
as patrulhas.
Quatro Colunas Móveis de Combate foram formadas, duas com
pessoal do Esquadrão
A e duas com o pessoal do Esquadrão D. Cada coluna tinha cerca
de 30 homens e
12 veículos. Os veículos eram um caminhão Unimog e entre oito a dez Land
Rover 110. Um caminhão de
suporte Unimog levava a maioria das cargas como combustível,
água, munição,
equipamento de proteção QBR, peças sobressalentes
e outros itens.
Os Land Rovers eram armados com metralhadoras 12,7mm, GPMGs, lançadores de granadas M,19 de 40 mm, lançadores de mísseis antitanque Milan, mísseis antiaéreos Stinger e LAWs. Cada um levava de três a quatro homens, além de suprimentos, equipamentos e duas motos.
As colunas se moviam a noite e descansavam
durante
o dia em posições seguras e camufladas. Os homens
normalmente estavam armados
com pistolas 9 mm, fuzis M-16, muitos com lançadores de granada
M230, SLR, rifles
L96A e submetralhadoras. As colunas treinaram antes de entrarem no
Iraque no
Emirados Árabes Unidos. Uma lição destas
operações é que as patrulhas do deserto tinha que
ser motorizadas.
A experiência
das operações do SAS nas patrulhas móveis levou os Deltas a operar
também motorizados. Os Deltas chamavam apoio aéreo ou atacavam os alvos
diretamente. Um dia antes da rendição foram designados dois alvos. Os A-10
viram do alto que havia muito mais alvos destruindo 20
lançadores de mísseis no local.
Sempre que possível, os veículos seguiram as trilhas dos veículos da frente,
para confundir o inimigo a respeito do número real dos veículos da coluna. Todo
o tempo durante o qual a equipe não estava viajando era usado para
descanso,
manutenção e planejamento. Uma série de
problemas inesperados foram
enfrentados pelas colunas imediatamente após a sua partida. O
primeiro deles foram as altas temperaturas de dia e o extremo frio
durante a noite.
O SBS cobria o setor central do Iraque. Havia
uma linha de fibra ótica na área e receberam a
missão de cortá-la. Na incursão na
noite de 22 de janeiro foram usados 36 tropas incluindo as FE americanas.
Usaram
dois helicópteros Chinook da RAF para infiltração. Levaram cerca de 200kg de
explosivos e
estavam muito bem armados. A área estava repleta de
nômades e próximos as forças
iraquianas. Os helicópteros mantiveram os motores ligados para
extração rápida.
A missão demorou 90 minutos para cavar até os cabos.
AS FE americanas realizaram 15 missões durante a Guerra. No
máximo
quatro equipes
operavam atrás das linhas ao mesmo tempo. Os Rangers fizeram
uma incursão contra
um centro de comunicações próximo da fronteira com a
Jordânia. Os helicópteros do
SOAR também foram usados para caçar os Scuds e os
vídeos gravados foram mostrados
na TV.
Na
primeira missão eram duas equipes de 8 operadores infiltrados com
apoio de helicópteros
AH-60 DAP e caças F-15E, F/A-18 e A-10. A operação
ocorreu junto com os ataques aéreos.
As equipes atuavam a noite e se escondiam de dia vetorando os ataques
aéreos.
Em uma ocasião, uma equipe dos Deltas, em uma
posição bem camuflada próximo da
estrada viu vários beduínos passarem, pararem, olhar
para a posição e sair
correndo. Horas depois voltaram com tropas do exército iraquiano e tiveram que
lutar até
chegar a extração. Foram salvos graças ao apoio
aéreo dos F-15E.
No dia 7 de fevereiro, uma patrulha dos Delta de 20 operadores fugia de
unidades
blindadas iraquianas quando o Controlador Aéreo que acompanhava
o grupo
conseguiu contatar uma dupla de F-15E. Os caças atacaram os
iraquianos, destruindo em segundos todo o grupo blindado, além
de outros
veículos nas redondezas, incluindo o lançador de SCUD que havia sido
reportado pela patrulha
dos Delta.
Uma patrulha de seis homens foi descoberta quando um garoto iraquiano tropeçou em um dos membros, a equipe recusou-se a matar o menino e entrou em um combate de sete horas contra cerca de 250 soldados iraquianos. Após abater cerca de 150-250 inimigos, a patrulha foi evacuada por helicópteros no último minuto. Em duas ocasiões os F-15E tiveram que ajudar equipes detectadas. Um F-15E usou a luz de pouso para amedrontar uma coluna blindada. Outro usou uma bomba guiada a laser para destruir um helicóptero decolando.
Até o final da guerra, as FOpEsp tinham sido envolvidos na destruição de muitas instalações de comunicações e destruíram cerca de um terço dos lançadores de Scuds. Com o uso de muitos alvos falsos, não tinham tempo para distinguir e atacavam tudo devido a pressa. Tiveram sucesso e os disparos de Scud diminuíram de uma média de cinco disparos por dia no início do conflito para um disparo por dia no fim do conflito. Israel não retaliou e a coalizão manteve-se intacta.
Era esperado um grande
número de baixas devido ao terreno perigoso, com
temperaturas geladas,
chuvas e granizo, além de inúmeros problemas de
inteligência e de comunicações. Apenas
quatro operadores foram perdidos sendo três membros da equipe SAS B20 e um
motoqueiro de uma
Coluna Móvel de Combate. Os oito membros da patrulha B20
foram responsáveis por cerca de 200 mortos no lado iraquiano enquanto era
perseguida.
Pelopes
No Exército Brasileiro e em outros paises é comum
encontrar um pelotão de
reconhecimento orgânico na unidade, aqui chamado de Pelopes
(Pelotão de
Operações Especiais), com pelo menos um pelotão
por
Batalhão e as vezes um por
Companhia. Na
linguagem militar brasileira, "Scout"
é o esclarecedor, elemento da infantaria incumbido de realizar o
reconhecimento
de combate.
A 101 Divisão Aeromóvel americana no Vietnã tinha
um pelotão de reconhecimento
e comando em cada batalhão. O pelotão tinha 20 tropas e era chamada de Aerorifle Platon
(ARP). Inicialmente operavam com sete Jipes armados com metralhadoras
M-60 e canhões
de 105mm. O terreno era inadequado para uso de veículos e
passaram a operar a
pé realizando reconhecimento de curto alcance, emboscadas,
avaliação de danos
de batalha e segurança de aeronaves derrubadas. Chamavam a artilharia
e forças de
reação rápida se necessário. O
pelotão atuava em patrulhas de reconhecimento de
quatro tropas e só reportava contatos. Com mais tropas, as vezes nove,
faziam emboscadas
e chamavam a artilharia e apoio aéreo aproximado.
A missão primordial dos pelotões de reconhecimento é dar informações do campo de batalha e pode auxiliar no controle tático posicionando as Companhias e pelotões do batalhão. Fazem reconhecimento de zona, área, rota, cobertura, vigilância de áreas críticas, ligação e guiamento de forças de manobra. Diferem do reconhecimento de longo alcance por não atuar a longa distância usando método de infiltração especial. As LRRPs gastam pelo menos cinco dias com o planejamento. Menos que isso é reconhecimento convencional e correm o risco de serem detectados e não estarem preparados. No reconhecimento convencional é usado um grupo de combate mais bem armado.
O reconhecimento
de área relacionasse
com o terreno e atividade inimiga na área como uma ponte ou
característica
terrestre. Pode ser feito por um grupo de combate ou até todo o
pelotão. O reconhecimento
visual é dividido em longo e curto alcance. As
ações durante a missão de
reconhecimento, segundo a doutrina americana são: movimento e
ocupação do ORP
(Objective Rally Point), reconhecimento do líder,
ações no objetivo, retirada e
disseminação das informações.
O
Objective Rally Point é onde se faz as últimas
preparações, refazer a camuflagem, inspecionar as armas e retirar
o equipamento ótico das
mochilas. Pode
ser um local para formar um cachê de armas e é para onde
se retorna depois da
missão. Deve ficar fora das vista e alcance das armas inimigas e
deve ser
adequado para ser defendido por um curto período.
2006
©Sistemas de Armas